quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

CÂMARA APROVA FUNDO DE PREVIDÊNCIA DO SERVIDOR PÚBLICO

Destaques que visam alterar a proposta serão votados nesta quarta-feira

Agência Brasil | 29/02/2012 07:27

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (28) o texto principal projeto de lei do Poder Executivo que cria a Fundação de Previdência Complementar dos Servidores Públicos Federais (Funpresp), menos os destaques que visam a alterar a proposta.

Os destaques devem ser votados amanhã (29). O texto aprovado estabelece a criação de três fundos de previdência complementar – um para os servidores do Poder Executivo, outro do Legislativo e um terceiro para os servidores do Poder Judiciário.

Votaram favoravelmente à aprovação do projeto 318 deputados, 134 votaram contra e houve duas abstenções. A maioria dos partidos encaminhou votação favorável ao texto do relator, deputado Rogério Carvalho (PT-SE). Apenas o PDT, DEM, P-SOL e o PMN recomendaram votação contrária à matéria. O PSD, o bloco PPS/PV e o bloco PSB/PTB/PCdoB liberaram seus deputados para a votação.

Com a criação da Funpresp, os futuros servidores públicos terão garantido pela União uma aposentadoria igual a que é paga aos trabalhadores regidos pelo Regime Geral da Previdência. No entanto, os novos servidores que quiserem aumentar suas aposentadorias terão que aderir ao plano de previdência complementar e contribuir com um percentual a ser negociado. A contribuição do servidor será paritária com a da União até o limite de 8,5%.

Se o servidor optar por contribuir com um percentual menor que os 8,5%, ele poderá fazê-lo e, nesse caso, a contrapartida da União será igual ao percentual de contribuição do servidor. Caso o servidor queira contribuir com percentual acima de 8,5 %, ele poderá contribuir, mas a contrapartida da União não poderá ser superior ao teto de 8,5%.

De acordo com o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), as novas regras de previdência para os servidores públicos estabelecidas com a criação da Funpresp não irão prejudicar os atuais servidores. “Elas só valerão para aqueles que ingressarem no serviço público após a sanção da nova lei”.

Concluída a votação da Funpresp na Câmara, o projeto será encaminhado à apreciação e votação do Senado. Se for modificado pelos senadores, a matéria terá que ser novamente apreciada pelos deputados.

Segundo o secretário de Previdência Complementar do Ministério da Previdência, Jairo Mariz, a partir da sanção da nova lei serão 180 dias para a criação dos três fundos de previdência complementar e 240 dias para a entrada em funcionamento das novas regras. De acordo com ele, a medida visa equacionar o déficit da previdência no futuro.

FONTE: IG ECONOMIA

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

SAIBA O QUE FAZER NA HORA DE RENEGOCIAR UMA DÍVIDA

Especialistas recomendam evitar a todo custo deixar o débito caducar e ir à Justiça. Já teve problemas? Conte-nos sua história

Aline Cury Zampieri, iG São Paulo | 28/02/2012 05:24

A arquiteta Fatima Coelho vive um pesadelo há quase 20 anos. Por causa de uma dívida de R$ 10 mil, perdeu em um leilão a única casa que tinha, avaliada hoje em R$ 700 mil. O drama de Fátima, que teve de sair de seu imóvel há seis meses e mora de aluguel, se parece com o de muitas pessoas que um dia escorregaram no cheque especial: mergulharam numa dívida que se tornou impagável e foi parar na Justiça.


Conheça a história da arquiteta Fatima
Família perde casa por dívida de R$ 10 mil
Para ajudar o leitor a evitar enfrentar problemas sérios como o da arquiteta Fatima, o iG ouviu especialistas, que deram conselhos sobre o que não fazer na hora de renegociar uma dívida. Em primeiro lugar, todos são unânimes ao alertar sobre juros e pagamentos parcelados de cartão de crédito.

“O brasileiro não avalia o custo dos juros quando faz uma compra”, diz Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa Experian. “As taxas do cartão de crédito, por exemplo, são exorbitantes.” Outra prática nociva é o pagamento da fatura mínima do cartão. “Esse mecanismo foi criado para situações de emergência, não para ser usado todo mês.”

“O principal de tudo é não rolar juros”, diz o advogado Fabio Martins Di Jorge, do escritório Peixoto e Cury. Segundo ele, entrar numa disputa com um banco para discutir juros de uma dívida, como aconteceu com a arquiteta Fátima, é entrar numa causa perdida para o cliente.


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Apesar disso, feita a dívida, não resta outra solução que não tentar renegociá-la, antes de cair na disputa judicial. “Mesmo que a pessoa tenha os meios para defender os bens, vai precisar de um advogado, e isso custa caro”, diz Renata Reis, especialista em defesa do consumidor do Procon-SP.

O advogado Fábio ainda faz um alerta. “Renegociar uma dívida com um banco só vale se a instituição financeira sabe que o devedor não tem garantias. Se há um imóvel em jogo, os credores vão para cima.” Segundo a especialista do Procon, o consumidor deve procurar o credor para tentar renegociar a dívida. Quando o fizer, precisa se informar com detalhes sobre o valor do débito, pedindo planilhas e o contrato inicial que gerou o débito.

“Evite recorrer a empresas que dizem limpar o nome do consumidor. Por trás delas, pode haver agiotas”, lembra Almeida, da Serasa. Outra recomendação dos especialistas é não deixar a dívida caducar, sobretudo para quem tem bens em jogo. “Não se esqueça nunca da dívida. Não finja que ela não existe”, diz Almeida.

“A pessoa que deixa uma dívida vencer morre para o mundo do crédito, sua linha de cheque especial é cancelada. É uma situação extremamente arriscada”, continua Renata. Além disso, a pessoa corre o risco de a empresa credora entrar com um recurso judicial no último minuto. O advogado Fabio diz que, em último caso, o devedor pode pedir sua insolvência civil, que nada mais é do que a falência da pessoa física. “O problema é que, nesse caso, o credor controlará sua vida.”

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FONTE: IG ECONOMIA

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Mercado de estreias em Bolsa deve esquentar em abril

Ernst & Young Terco espera 20 novas empresas na Bovespa este ano, se a Europa não voltar a prejudicar os investidores

Aline Cury Zampieri, iG São Paulo | 27/02/2012 05:51

O mercado brasileiro de ofertas iniciais de ações de empresas novas deve começar a esquentar no começo de abril. A previsão dos especialistas leva em conta uma estabilização na crise europeia e a continuidade da liquidez financeira no mundo.


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Para a Ernst & Young Terco, 2012 terá cerca de 20 estreias de empresas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O número previsto é idêntico ao esperado para 2011, mas que não se concretizou. No ano passado, a crise europeia trouxe novos episódios, que desencorajaram empresas e investidores, e apenas 11 companhias entraram na Bovespa.

“A situação de 2012 é parecida com o começo de 2011”, diz Paulo Sergio Dortas, sócio-líder das área de IPOs (sigla em inglês para oferta inicial de ações) da Ernst & Young Terco. “Há ativos de qualidade e as empresas vão entregar resultados”, continua. “Mas, nesse ano, pelo menos os Estados Unidos já trazem notícias melhores. Temos que torcer para que a Europa não piore.”

O ano de 2012 começou com uma situação que parece paradoxal. Pelo menos as duas primeiras empresas que abririam capital via ações – Seabras e Brasil Travel – desistiram. A primeira adiou seu lançamento por questões operacionais, mas a companhia de turismo não gostou do preço que os investidores toparam pagar por suas ações: R$ 1 mil, abaixo da faixa esperada, entre R$ 1.250,00 e R$ 1.650,00 por ação.
Apesar das desistências, o Ibovespa segue subindo e recuperou um bom terreno, após ser a pior opção de investimento de 2011. No ano, até 17 de fevereiro, o índice sobe 16,6%, no maior patamar em dez meses.


Bolsa é a melhor aplicação de janeiro, com alta de 11,13%



Alexandre Gartner, chefe de pesquisa do HSBC, lembra que o movimento principal que mudou a percepção dos investidores sobre o mercado foi a liberação da linha de US$ 500 bilhões a bancos da zona do euro pelo Banco Central da região, o BCE, em dezembro. “Apesar de não ter sido uma grande mudança estrutural, foi um ganho de liquidez que deu aos governos tempo para resolver os problemas de dívidas. O risco se reduziu”, disse.

Essa nova percepção liderou dinheiro para os mercados emergentes, mas por enquanto esses recursos estão em opções de menor risco e maior liquidez. “Os investidores começam pelos ativos maiores, mais líquidos e, portanto, de alocação mais fácil”, afirma.

Guilherme de Morais Vicente, sócio responsável por ações da Mauá Sekular, acrescenta que esse dinheiro novo encontrou empresas com histórias conhecidas, pagando bons dividendos e baratas em bolsa. “É mais fácil comprar uma companhia com histórico conhecido do que uma incógnita.” Gartner complementa que, em geral, um IPO representa uma nova empresa, que o mercado não conhece e por isso embute um risco maior.

Para os especialistas, os investidores precisam de um tempo para passar do investimento líquido e certo ao mais arriscado. E abril deve ser a janela para que as operações comecem a sair, de acordo com eles. Isso se a Europa der uma trégua.

Vicente, da Mauá, acredita que as novas aberturas de capital devem mostrar um mercado de capitais brasileiro mais maduro. “Vejo como emblemático o spin-off da Vigor”, diz, referindo-se à operação que separa em duas uma empresa já listada na Bolsa. Para ele, esse tipo de operação deve ser cada vez mais comum no mercado local.

“O número de empresas com potencial de valer R$ 1 bilhão em bolsa em 2005 não passava de 500. Hoje, há pelo menos duas mil companhias assim”, diz. “Há cada vez mais empresas buscando dinheiro no mercado para crescer e, com o desenvolvimento do mercado, fazem operações cada vez mais sofisticadas.”

Veja também:
BTG Pactual pode captar R$ 1 bilhão com IPO
 
FONTE: IG ECONOMIA

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Curso de Découpage – Aula 1

Programa, o que você irá aprender:

•Definição do que é Découpage
•Material básico
•Preparação da peça ou objeto onde será feita a Découpage
•Découpage Usual
•Découpage Estilo
•Découpage Profissional
•Découpage em 3D
•Découpage em vidros
•Découpage em plástico
•Acabamento interno

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Exigência maior de capital afetará crédito, diz presidente do Itaú Unibanco

Para Roberto Setúbal, regulação mais rigorosa do sistema financeiro global deve ter baixo impacto sobre o Brasil

AE | 24/02/2012 18:03

O presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setúbal, disse hoje que uma regulação mais rigorosa do sistema financeiro global deve ter baixo impacto sobre o Brasil e maior sobre os países ricos. "A exigência maior de capital deve afetar a oferta de crédito e crescimento nesses países", disse ele.


Leia: Crise financeira pede reforma tributária global, diz OCDE


"Mas novas regras devem afetar pouco o Brasil, que já vinha de nível se segurança maior do que outros países", ressaltou, após entrevista coletiva do Instituto Internacional de Finanças (IIF) que antecede a reunião do G20, na Cidade do México, neste final de semana. Segundo ele, a situação fiscal e reservas mais robustas deixam o Brasil "muito bem posicionado" para enfrentar a crise global.
Setúbal também avalia que os bancos brasileiros não devem enfrentar nenhum problema com as regras de liquidez adotadas pelo Banco Central no final do ano passado e disse que o Itaú Unibanco já está 100% em linha com as exigências do BC.


Veja: Itaú Unibanco lucra 9,7% mais em 2011 ante 2010


O executivo disse que o IIF é favorável que novas regras de regulação do sistema financeiro sejam adotadas em todos os países e ao mesmo tempo. "Regras particulares de países não têm apoio do IIF", afirmou, sem fazer referência a nenhum país, como os Estados Unidos, por exemplo, que adotaram a "Regra Volcker" de regulação das instituições financeiras do país.

FONTE: IG ECONOMIA

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Guerra cambial global se intensifica, diz Mantega


Segundo o ministro da Fazenda, o Brasil está "bem preparado" para defender o real de apreciação indesejada

AE | 23/02/2012 18:10

A "guerra cambial" mundial vai se intensificar neste ano conforme a economia mundial perder fôlego, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, acrescentando que o Brasil está "bem preparado" para defender o real de uma apreciação indesejada. "O crescimento econômico mundial em 2012 será menor que em 2011. Um dos resultados do desaquecimento é a intensificação da guerra cambial global", afirmou o ministro. 
O afrouxamento monetário nas economias desenvolvidas desde o surgimento da crise financeira levou as moedas desses países a perder força, tornando as exportações dessas nações mais competitivas no comércio global e levando os investidores a aplicar em ativos com taxas de retorno mais altas - caso do Brasil e de outros países emergentes.


Veja: Corte abre espaço para juros menores, diz Mantega


Diante disso, o real, por exemplo, ganhou força e do início do ano até agora acumula ganho de 9%. Mantega, no entanto, disse que o governo brasileiro tem "um grande arsenal de instrumentos" que utilizará para "evitar uma apreciação excessiva" da moeda, mas se recusou a dizer qual seria a faixa de preço ideal para o real.
Desde 2010, quando o ministro começou a falar das "guerras cambiais", o Brasil usou uma série de ferramentas para conter o avanço da moeda, como compras frequentes de dólares pelo Banco Central, além de operações ocasionais de swap em que os investidores trocam títulos ligados à moeda norte-americana por papéis indexados aos juros locais. Outras medidas incluem impostos sobre empréstimos estrangeiros de curto prazo e sobre posições vendidas em dólar no mercado futuro e em investimentos de renda fixa de curto prazo.


Mais: Mantega acredita em um 2012 melhor para a indústria


A preocupação do governo com as movimentações no câmbio será uma das prioridades do Brasil na reunião do G-20, que acontecerá no próximo fim de semana, mas a crise de confiança nas dívidas soberanas da Europa também deve estar na pauta do encontro.
"Os europeus - e não somente eles, porque os EUA também carregam sua parcela de responsabilidade - estão pesando sobre a economia mundial", disse Mantega. O Brasil expressará na reunião de ministros de Finanças do G-20 suas preocupações sobre as políticas europeias que têm como foco apenas os problemas imediatos relacionados ao endividamento, não questões mais amplas sobre como estimular o crescimento da economia mundial, acrescentou.


Também: O PAC de 2012 será o maior que já tivemos, diz Mantega


"A barreira não está completa e há risco de contágio, inclusive para as economias emergentes", disse o ministro, referindo-se aos mecanismos da União Europeia para evitar a disseminação da crise. As informações são da Dow Jones.

FONTE: IG ECONOMIA

Empresas ensinam funcionários a cuidar do dinheiro

Depois da onda da sustentabilidade, a moda da educação financeira começa a ganhar espaço nas companhias brasileiras

Olívia Alonso, iG São Paulo | 23/02/2012 05:50
Depois da sustentabilidade, que começou a ganhar espaço no Brasil na última década, agora é a vez da educação financeira. Companhias de diversos setores da economia e diferentes portes estão contratando especialistas e capacitando voluntários para dar aulas para seus funcionários e suas famílias. O que vem impulsionando esta nova onda é o aumento da oferta de crédito no País e do poder aquisitivo dos trabalhadores, além da queda dos juros, segundo especialistas.


Foto: Divulgação Ampliar
Funcionários do Itau Unibanco participam de palestra sobre educação financeira


“Hoje temos uma taxa de juros menor do que em outros períodos e um maior acesso ao crédito,” afirma Denise Hills, superintendente de Sustentabilidade do Itau Unibanco. Quando tomam dinheiro emprestado e não conseguem controlar suas contas, os consumidores acabam se endividando. “Em geral, as empresas acreditam que tendem a perder em produtividade quando seus trabalhadores têm problemas financeiros”, diz Conrado Navarro, consultor do programa Consumidor Consciente da Mastercard.
Assim, ainda que o aumento do consumo eleve as receitas das companhias, o consumismo desenfreado pode ser um tiro no pé, já que os consumidores são também os trabalhadores. Por essas razões, a educação financeira em empresas está virando “uma febre” no País, diz o educador financeiro Wilson Muller, da Fundação Cesp. “Vai ser a próxima onda da economia, depois da sustentabilidade. É uma tendência cada vez maior no Brasil,” diz.
Na fundação, ele faz parte de uma equipe de quatro educadores, que fazem palestras e cursos sobre diversos temas de educação financeira para funcionários de dez companhias do setor de energia, em diversas regiões do País. “Fazemos diversas viagens para usinas espalhadas pelo País para ensinar funcionários,” diz Muller. Além disso, algumas vezes no ano o grupo tem um reforço de consultores externos para dar orientações para quem está para se aposentar.




Jurandir Macedo, educador do Instituto de Educação Financeira (IEF), afirma que vem sendo mais procurado por companhias de diversos portes nos últimos anos para montar programas de educação financeira. Ele trabalhou quatro anos como consultor no Banco do Brasil e hoje faz parte da equipe do Itaú.
Denise conta que o banco lançou um programa interno de educação financeira há três anos. Desde então, 80 mil dos 106 mil funcionários da instituição já passaram por aulas ou palestras de orientação sobre finanças pessoais, segundo a executiva. O Itau Unibanco também capacita funcionários e parentes ou amigos para disseminar a educação financeira. Ao todo, já foram habilitadas 777 pessoas, que atuam como voluntárias em suas comunidades ou em empresas. “Também somos procurados por companhias para fazer parcerias. Já educamos em torno de 1400 pessoas de outras empresas,”diz Denise.


Foto: Divulgação Ampliar
Wilson Muller, da Fundação Cesp, dá orientações sobre orçamento doméstico para trabalhadores de empresas de energia


Alguns dos principais desafios para a disseminação da cultura de cuidados com as finanças pessoais, segundo consultores, é a pequena oferta de educadores financeiros no Brasil e a falta de hábito dos brasileiros para cuidar de seu dinheiro. “É uma questão cultural, muitos só procuram ajuda quando já estão tecnicamente falidos,” diz. Sobre a falta de profissionais especializados, Fábio Morais, diretor de educação financeira da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), comenta que no Brasil muitos consultores e professores de finanças que acabaram assumindo o papel de consultores financeiro.
A dificuldade é ainda maior para o ensino de crianças, diz Wilson, da Cesp. “Os adultos até conseguem informações na internet e em livros. Mas ainda há um deficit muito grande nas escolas,” acrescenta. Segundo Morais, isso já está mudando no País. Ele conta que a Febraban tem um projeto para transformar professores de matemática em educadores financeiros. A principio, serão capacitados mil professores, de cerca de 40 escolas brasileira.




Dos ditados às empresas

Com as novas investidas das companhias, o Brasil começa a deixar para trás sua deficiência em educação financeira que, segundo especialistas, é herança de uma história recente de inflação altíssima no País, que se arrastou até 1996. “Assim que recebiam seus salários, os trabalhadores iam para o supermercado para estocar produtos, ainda que não precisassem. Era um período em que não conseguíamos planejar nada e tínhamos que estocar,” diz Conrado Navarro, do blog Consumidor Consciente.
De lá para cá, o País teve três gerações sem conhecimento sobre gestão do dinheiro. “Hoje o que temos são vítimas desta história,” diz Macedo. Especialista na história da educação financeira do Brasil, o consultor diz ainda que o tema já esteve na pauta de muitas reuniões familiares no passado, antes dos períodos de inflação alta, mas em um outro formato. “Era comum o aprendizado de finanças pessoais por meio de ditados populares,” diz.
Era comum ouvir ditados como “não adianta o homem ganhar dinheiro de balde e a mulher gastar de colherinha” e “Eu não economizo mixaria. Mas se você não economizar mixaria, você nunca vai ter nada alem de mixaria para economizar,” diz. No passado, acrescenta o especialista, a função da mulher era cuidar de casa e educar os filhos para consumo.



FONTE: IG ECONOMIA