quinta-feira, 4 de outubro de 2012

BANCOS EUROPEUS

Quer retornos de 12% a 18% sobre o investimento ao ano? Vá para a Europa

Investidores americanos avançam sobre carteiras de bancos europeus com hipotecas de imóveis comerciais em dificuldades. Os descontos passam de 80% e os lucros beiram 20%

The New York Times- Terry Pristin |
 

Enquanto o mundo espera ansioso para ver o que irá acontecer com a crise da dívida pública europeia, muitos investidores imobiliários dos Estados Unidos procuram boas oportunidades de lucrar com as dificuldades do continente.

Michael Harding/The New York Times
Mary Ricks, presidente da Kennedy Wilson, empresa de investimentos imobiliários dos EUA, perto de seu escritório em Londres: atrás de pechinchas, com alto retorno

Empresas de private equity, cujos investidores incluem fundos de pensão e fundações universitárias, têm comprado portfólios de débitos de bancos europeus que incluem hipotecas problemáticas de imóveis comerciais. Ao adquirirem esses empréstimos a preços baixíssimos, investidores e assessores esperam obter generosos lucros de 12% a 18%.


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A venda de ativos na Europa pode superar o trabalho da Resolution Trust Corporation (RTC), empresa criada pelo governo dos Estados Unidos para comercializar as hipotecas problemáticas resultadas da crise dos empréstimos dos anos 1980, afirmou Russell Platt, executivo chefe da Forum Partners Europe, empresa de investimentos com sede em Londres. "Boa parte das empresas que estão fazendo isso surgiu em consequência da RTC", afirmou Platt. "Dá para entender porque tanta gente está pulando de alegria e dizendo: 'Isto aqui pode ficar interessante'."
Valores mobiliários comerciais hipotecários, ou seja, empréstimos imobiliários revendidos para investidores, não são tão comuns na Europa quanto nos Estados Unidos. Na verdade, a maior parte das hipotecas continuou no portfólio dos bancos, o que levou a uma drástica diminuição na rentabilidade.


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À medida que a crise da dívida pública continua, os bancos europeus provavelmente passarão a vender os ativos problemáticos, com o objetivo de aumentarem a liquidez e se protegerem contra perdas futuras. O Morgan Stanley estima que essas instituições tenham de diminuir sua exposição aos imóveis comerciais em até US$ 760 bilhões.
"Aumentar a saúde dos bancos é fundamental para que a economia europeia volte a ficar saudável", afirmou Gifford S. West, diretor de operações da DebtX, uma empresa de assessoria de venda de empréstimos, na Europa.


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Até o momento, o ritmo das vendas tem sido modesto. No ano passado, as instituições da região receberam uma injeção de capital advinda do Banco Central Europeu, diminuindo a pressão para melhorar o resultado dos balancetes.
Em 2011, a gigante do mercado imobiliário CBRE registrou a venda de mais de 20 portfólios de empréstimos europeus com valor de 20 bilhões de euros. Até o momento neste ano, foram registradas 14 transações, totalizando 7,5 bilhões de euros. Outros 11 bilhões de euros em empréstimos estão sendo vendidos atualmente, segundo a CBRE. Entretanto, diversas vendas privadas de empréstimos individuais estão ocorrendo.


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"O mercado está opaco", afirmou Ben Carlos Thypin, diretor de análise de mercado da Real Capital Analytics, com sede em Nova York. "Certamente há muito mais acontecendo por debaixo do pano do que estamos vendo agora." Os principais compradores são grandes empresas de private equity com sede nos Estados Unidos – e que estão acostumadas a correr o risco – incluindo o Blackstone Group, de Nova York, a Lone Star Funds, de Dallas, e a Colony Capital, de Santa Monica, na Califórnia. As três estão aumentando a presença na Europa por meio da contratação de funcionários, da aquisição de imobiliárias ou ambos.
Os portfólios incluem principalmente propriedades comerciais na Inglaterra e na Irlanda e com frequência são considerados locais secundários ou até terciários, longe das grandes cidades.


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Duas empresas, a Kennedy Wilson, de Beverly Hills, Califórnia, e a Cerebrus Capital Management, de Nova York, por exemplo, estão entre as finalistas no leilão de um portfólio do Allied Irish Bank com 251 propriedades, incluindo uma série de bares do interior e boates na Inglaterra, além de uma série de hotéis endividados.
No ano passado, a Kennedy Wilson, uma das maiores compradoras deste mercado, pagou 1,3 bilhão de libras, com desconto de 20%, por um portfólio de empréstimos de qualidade relativamente alta do Bank of Ireland, na Grã-Bretanha. Em junho, a empresa seu parceiro, o Deutsche Bank, adquiriram um portfólio irlandês muito mais fraco do Lloyds Banking Group por 360 milhões de euros, um desconto de 83%.


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Assim que adquirem os portfólios, as empresas de private equity costumam repartir os empréstimos para vendê-los rapidamente. A Lone Star, por exemplo, comprou uma pilha de ativos do Lloyds Banking Group em dezembro. Alguns meses mais tarde, a empresa de private equity passou uma das hipotecas, o empréstimo feito por um shopping center da Cornualha, para outro grupo de investidores.
Mary Ricks se mudou da Califórnia para Londres com o objetivo de conduzir a expansão da Kennedy Wilson na Europa e afirmou que empregaria diferentes estratégias, dependendo de cada empréstimo. Em alguns casos, a empresa pode optar por modificar os termos do empréstimo, um processo conhecido como "acordo", fazendo melhorias na propriedade ou executando a hipoteca.


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Ainda que boa parte dos vendedores sejam bancos ingleses e irlandeses ávidos para se livrarem de hipotecas em outros locais, Ricks e outros investidores afirmam que os bancos de outros países se tornaram inevitavelmente mais ativos. Segundo ela, sua empresa estava abrindo o escritório em Madri para desenvolver relacionamentos com bancos espanhóis.
"A Espanha é nosso próximo alvo", afirmou Ricks.
Assim como os bancos americanos, as instituições europeias frequentemente estendem os termos dos empréstimos na esperança de que os valores melhorem, processo conhecido como "estender e fingir". Além disso, o Banco Central Europeu ajudou a aliviar parte da pressão sobre os bancos, por meio da injeção de capitais.
Por consequência, os bancos estão demorando mais que o esperado para colocar os títulos podres no mercado e assumir as perdas decorrentes.
"Todos pensamos que haveria uma grande quantidade de negócios acontecendo", afirmou Ricks.
Mas, ao menos na Europa, ninguém espera que os valores de propriedades medíocres subam sem que sejam reformadas ou mais bem geridas, afirmou James Wallace, que publica um blog a respeito da crise da dívida europeia para o CoStar Group, uma empresa de pesquisa de Washington.
"Acabou a hora de prorrogar e fingir", afirmou. "As pessoas já não falam mais sobre isso na Europa."
Como consequência, os participantes do mercado esperam que o ritmo das vendas de portfólios aumente. "Estaremos mais ocupados nos próximos 24 a 36 meses, do que estivemos nos últimos 12", afirmou Graham Martin, líder londrino do grupo de soluções de portfólio da KPMG, que assessora bancos nesse tipo de transação.
Ricks afirmou que os negócios já estão melhorando. "Os bancos estão sofrendo pressão nos níveis mais altos", afirmou. "Eles precisam de planos de liquidação e precisam colocá-los em ação."

FONTE: IG ECONOMIA

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

EMPRESAS MAIS VALIOSAS

CHEQUE ESPECIAL

Brasileiros usam mais de R$ 1 bilhão em cheque especial por dia

Em agosto, o saldo da dívida dos correntistas com os bancos ficou em R$ 21,095 bilhões

Agência Brasil |
 

Agência Brasil


Os brasileiros que não conseguiram fechar as contas usaram R$ 1,184 bilhão do cheque especial, em média, por dia, em agosto, segundo dados do Banco Central (BC). No mês, o saldo da dívida dos correntistas com os bancos ficou em R$ 21,095 bilhões, redução de 1,3% em relação a julho.

Apesar das recentes reduções dos juros do cheque especial, essa ainda continua sendo uma modalidade de crédito com taxa alta. Em agosto, de acordo com o BC, a taxa ficou em 148,6% ao ano, com redução de 2,4 pontos percentuais em relação a julho e 39,5 pontos percentuais na comparação com o mesmo mês de 2011. Para perceber o quanto esses juros são altos, basta compará-los à taxa do crédito pessoal, incluídas operações consignadas em folha, que ficou em 39,4% ao ano, em agosto.


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Os técnicos do BC costumam dizer que a taxa de juros do cheque especial é “proibitiva”, ou seja, deve-se evitar o uso dessa modalidade de crédito. Por isso, correntistas endividados com o cheque especial devem trocar a dívida por uma mais barata, como o crédito consignado.

O professor de finanças da Faculdade Ibmec Marcos Aguerri Pimenta explica que os juros são altos porque o “dinheiro está disponível na conta-corrente a qualquer momento, sem a necessidade de negociar com o gerente no banco”. “O cheque especial é útil apenas para momentos de emergência e, portanto, em casos de curtíssima duração, como alguns dias”, aconselha.


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Mas os brasileiros costumam usar o cheque especial por 22 dias, em média, ao longo do mês. Pelos cálculos do professor, se um correntista usar R$ 100 de cheque especial nesse período de 22 dias, irá pagar R$ 5,82. “Isso é um valor considerável, ainda mais se compararmos à caderneta de poupança, que remunera em torno disso no período de um ano”, destaca. Ou seja, se em vez de usar o cheque especial, o correntista tivesse R$ 100 para aplicar na poupança, levaria um ano para ter em torno de R$ 5,82 de remuneração, valor pago ao banco pelo empréstimo em apenas 22 dias.

No cálculo do valor do cheque especial, foram considerados a taxa média de juros e o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF). De acordo com a Receita Federal, a alíquota de 0,38% incide sobre cada novo empréstimo. Além dessa alíquota, é cobrado 0,0041% ao dia, incidente sobre o somatório dos saldos devedores diários.

(Por Kelly Oliveira)

FONTE: IG ECONOMIA

SALÁRIOS EM FINANÇAS

Diretores financeiros do Brasil são os segundos mais bem pagos do mundo

País só perde para os Estados Unidos, segundo levantamento da Michael Page, que mostra que 41% dos CFOs brasileiros ganham mais de R$ 510 mil por ano

iG São Paulo | - Atualizada às
 

Os diretores financeiros (CFOs) do Brasil são os segundos mais bem remunerados do mundo, perdendo apenas para os norte-americanos, segundo pesquisa global da Michael Page, consultoria líder em recrutamento executivo especializado em média e alta gerência.


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Enquanto nos Estados Unidos 49% dos diretores financeiros ganham mais de US$ 255 mil (cerca de R$ 510 mil) por ano, no Brasil 41% desses profissionais têm esta remuneração.

Na Europa, por sua vez, apenas 13% dos CFOs ostentam salários dessa envergadura. Na América do Sul, o percentual é de 29%, o que coloca o Brasil em um patamar de remuneração bem acima da média do continente.

O que dá ao Brasil a segunda colocação, segundo a pesquisa, são os inúmeros investimentos estrangeiros, que necessitam um gestor financeiro a altura e da demanda ser maior que a oferta. Na opinião de Ricardo Guedes, diretor da Michael Page, o bom momento das remunerações no Brasil irá continuar, pois os negócios continuam ocorrendo em grande escala.


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FONTE: IG ECONOMIA

COCA-COLA

Coca-Cola é a marca mais valiosa do mundo, com US$ 77,839 bilhões

Em segundo lugar está a fabricante do iPhone, Apple, com US$ 76,568 bilhões; ao todo entre as dez primeiras colocadas, cinco são do setor de tecnologia

iG São Paulo | - Atualizada às


GettyImages
A fabricante de refrigerantes venceu o setor de tecnologia e é a marca mais valiosa do mundo com 8% de crescimento em relação ao ano passado
As marcas mais valiosas do mundo estão no setor de tecnologia. Cinco das dez primeiras posições no ranking elaborado pela consultoria Interbrand foram ocupadas por empresas do setor, porém o primeiro lugar ficou com a Coca-Cola. A marca apresentou uma valorização de 8% em relação ao ano passado, alcançando US$ 77,839 bilhões.
 
Não muito longe desse valor, está a Apple, com valorização de 129%, a marca é considerada a segunda mais valiosa com seus US$ 76,568 bilhões. Além da Apple, entre os dez primeiros estão a Google (4.º lugar, com US$ 69,726 bilhões), a Microsoft (5.º, com US$ 57,853 bilhões), a Intel (8.º, com US$ 39,385 bilhões) e a Samsung (9.º, com US$ 32,893 bilhões).
 
Em terceiro lugar ficou a IBM com valorização de 8% e valor estimado em US$ 75,532 bilhões. Seria mais uma marca do setor tecnológico, porém a Interbrand considera que a empresa atua no setor de Serviços e Negócios. Completam a lista das dez principais a GE (6º lugar, com US$ 43,682 bilhões), o McDonald’s (7º lugar, com US$ 40,062 bilhões) e a Toyota (10º lugar, com US$ 30,280 bilhões).
 
 
 
 
Segundo a consultoria, as marcas de tecnologia são as que apresentam os maiores ritmos de crescimento nos últimos anos. As quatro maiores valorizações em relação ao ano passado são do setor, a Apple com 129%, a Amazon com 46%, a Samsung com 40% e a Oracle com 28%.
 
O setor automotivo também está bem colocado, depois da Toyota, a marcas alemãs Mercedes-Benz (avaliada em US$30,097 bilhões) e BMW (US$ 29,052 bilhões) ficaram em 11º e 12º lugar, respectivamente. O mesmo não ocorreu com as marcas de serviços financeiros, pois além do impacto causado pela crise econômica global, escândalos como da Libor mancharam a reputação de marcas líderes no setor. A marca mais bem colocada da categoria é a American Express em 24º lugar, com valor de US$ 15,702 bilhões.
 
Segundo a Interbrand, nenhuma empresa brasileira conseguiu entrar para a lista das 100 mais valiosas marcas internacionais.
 
* Com Agência Estado
 
FONTE: IG ECONOMIA

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Governo suspende 301 planos de saúde

Governo decide suspender venda de 301 planos de saúde no País

Decisão ocorre após descumprimentos de prazos para marcação de consultas, exames e cirurgias; serviços irregulares são de 38 operadoras com 3,6 milhões de usuários

iG São Paulo | - Atualizada às

O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciaram nesta terça-feira a suspensão da comercialização de 301 planos de saúde de 38 operadoras. A venda de novos planos fica suspensa a partir da próxima sexta-feira (05). Os 301 planos representam 7,6% do mercado e atingem 3,6 milhões de beneficiários.

Mais: ANS suspende a venda de 268 planos de saúde de 37 operadoras

A decisão, anunciada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e pelo presidente da ANS, Maurício Ceschin, se deve ao descumprimento de prazos máximos para marcação de consultas, exames e cirurgias. Na lista dos planos suspensos, 80 receberão pela primeira vez a punição e os outros já foram alvo da medida em julho.
Levantamento do órgão indica que, entre julho e setembro deste ano, foram registradas mais de 10 mil reclamações por parte de usuários de planos de saúde referentes ao não cumprimento dos prazos estabelecidos. Das 1.006 operadoras médico-hospitalares existentes no país, 241 receberam pelo menos uma queixa. Veja aqui a lista das operadoras com planos supensos

Ceschin lembrou ainda que o beneficiário não terá o atendimento prejudicado. A estratégia da ANS, segundo ele, consiste em impedir as operadoras de vender os planos para novos segurados. “Os beneficiários que estão nesses planos continuam com atendimento sem nenhuma alteração, com seus direitos preservados”, reforçou.
Essa é terceira fiscalização que é feita esse ano nos planos de saúde. Dados mostram ainda que, do total de planos punidos este mês, 80 vão receber a primeira suspensão, enquanto 221 já tiveram a comercialização suspensa na última avaliação, realizada em julho deste ano.


Como deve funcionar

No país, existem 1.016 operadoras, que comercializam cerca de 22 mil planos. Atualmente, 47,6 milhões de brasileiros estão vinculados a um plano médico, o equivalente a quase um quarto da população. Os planos são avaliados a cada três meses, de acordo com o cumprimento dos prazos de atendimento.

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Para as consultas básicas, o cliente deve esperar no máximo por sete dias úteis para conseguir o atendimento. Outras especialidades o prazo é 14 dias e para procedimentos de alta complexidade, 21 dias. De acordo com a legislação, as operadoras que não cumprem os prazos máximos estão sujeitas a multas de R$ 80 mil e de R$ 100 mil.
Segundo a ANS, o consumidor que pretende contratar um plano de saúde deve verificar se o registro deste produto corresponde a um plano com comercialização suspensa.

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Planos de saúde têm prazo para agendar consultas
*com AE e Agência Brasil

fonte: IG BRASIL

PREVIDENCIA FEDERAL

Funpresp: entenda a previdência complementar dos servidores

 
 
Alguns leitores sugeriram que eu escrevesse um artigo sobre a Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp). Então vamos lá! :)
 
Funpresp: entenda a previdência complementar dos servidores
 
A criação da Funpresp é uma iniciativa que pretende dar tratamento isonômico aos trabalhadores da iniciativa privada e do serviço público, com justiça social e igualdade de oportunidades de acesso aos benefícios oferecidos pelos regimes públicos de previdência, permitindo ao servidor público as mesmas possibilidades de contratação de uma renda adicional pelo regime de previdência complementar.
Além disso, a proposta vem ao encontro da necessidade de expansão da poupança interna e dos mecanismos de financiamento de investimento no país, pois os fundos de pensão funcionam como investidores institucionais, ou seja, alocam recursos significativos em projetos de longo prazo.
 
 

Qual é o objetivo da Funpresp?

Proporcionar a possibilidade de contratação de uma renda adicional, permitindo, dessa forma, sem prejuízo aos servidores, um tratamento igualitário para os trabalhadores e segurados dos diferentes regimes previdenciários públicos, quais sejam: Regime Geral de Previdência Social (destinado aos trabalhadores em geral e administrado pelo INSS) e Regimes Próprios de Previdência Social (destinado aos servidores públicos).
Na contratação dessa renda, o servidor e a União irão contribuir para a formação de reservas financeiras que irão possibilitar o pagamento futuro dessa renda quando cumpridas as condições do contrato.
 
 

Como será a participação do Estado depois dessa nova entidade?

O Estado passará a garantir o pagamento da aposentadoria do servidor até o teto do RGPS (INSS), da mesma forma que ocorre com o trabalhador da iniciativa privada.
Aquele servidor que tiver remuneração em valor superior ao teto e quiser fazer jus a um benefício adicional poderá filiar-se, facultativamente, à Funpresp e fazer suas contribuições com direito à contrapartida paritária do Governo.
 
 

Quais são as alterações nas atuais regras de aposentadoria dos servidores públicos?

Os servidores que entrarem nos quadros do serviço público após o início de funcionamento do plano de benefícios administrado pela Funpresp, e aderirem ao plano, terão sua aposentadoria paga pela União até o teto do RGPS – hoje de R$ 3.916,20 – e adicionalmente o benefício contratado decorrente da sua filiação ao plano administrado pela Funpresp.
Para isso, contribuirão para financiar o Regime Próprio, nos mesmo percentuais vigentes, mas com base de cálculo também limitada a R$ 3.916,20.
 
 

E se o servidor quiser auferir benefício adicional acima desse teto?

O servidor poderá aderir a um plano de contribuição definida, com alíquota de contribuição de sua livre escolha, que contará com aporte da União equivalente ao aporte do participante até o limite de 7,5% do que exceder ao teto do RGPS.
Além da contribuição normal, o participante que quiser melhorar o valor do seu benefício futuro também poderá contribuir facultativamente – nesse caso, sem a contrapartida da União.
 
 

Como é o atual regime financeiro da previdência dos servidores públicos?

É de repartição simples, ou seja, não há formação de poupança.
Toda a contribuição dos servidores ativos e da União é destinada ao pagamento dos inativos e pensionistas, ou seja, a geração atual de servidores paga os benefícios dos aposentados.
Esse modelo depende de uma relação de quatro servidores ativos para cada inativo para se manter equilibrado. Na União, essa relação está em 1,17 (cerca de 1,1 milhão de ativos para 950 mil inativos).
 
 

Quem é responsável pela cobertura do déficit gerado pelo regime atual?

A sociedade (nós!), por meio da União, é responsável. Em 2011, o déficit, que tem crescido ano a ano, estava em R$ 60 bilhões. O valor necessário para a sua cobertura se aproxima do orçamento anual do Ministério da Educação.
 
 

Principais vantagens da Funpresp

  • É desejável à sociedade a maior equidade entre benefícios previdenciários de trabalhadores do setor público e do setor privado.
  • É uma solução para estancar a crescente necessidade de aporte nas contas previdenciárias do servidor público. De 1995 a 2011, as despesas com as aposentadorias dos funcionários públicos saltaram de R$ 15,2 bilhões para R$ 85,6 bilhões.
  • O regime de previdência dos servidores não traz incremento à capacidade de poupança interna do país.
  • Permite maior flexibilidade na política salarial dos servidores, uma vez que deixa de transferir os ganhos remuneratórios de servidores ativos para inativos, que passarão a ter reajustes das aposentadorias de acordo com a rentabilidade das aplicações do fundo de pensão.


Principais desvantagens da Funpresp

  • A relação trabalhista existente entre servidores públicos e Estado é distinta da relação entre empregados e empregadores privados. Existem responsabilidades e crimes específicos para os servidores públicos que confeririam maior ônus a eles.
  • A aposentadoria é uma contrapartida às particularidades do exercício da função pública, que são distintas das requeridas na iniciativa privada.
  • O atual desenho previdenciário do servidor público atrai bons profissionais e retém bons quadros no serviço público, mesmo com salários inferiores aos da iniciativa privada.
  • Modificações nas regras podem produzir desigualdades entre diferentes grupos de servidores.

Conclusão

Para quem já é servidor público federal, não muda absolutamente nada (a não ser que que o servidor faça essa opção). Já os servidores que entrarem em exercício após a criação da Funpresp, já entram no novo regime.
Certamente quem tem planos de ingressar no serviço público federal não deve ter gostado nada dessas mudanças. Entretanto prefiro enxergar as vantagens, sobretudo para o país.
Deixando as discussões de corrupção e mau uso do dinheiro de lado, o simples fato de estancar a crescente necessidade de aporte nas contas previdenciárias do servidor público já é uma baita vantagem.
Além disso, como já acontece em diversos fundos de pensão, o governo “dobra” a sua contribuição, até o limite de 7,5% (pode ser elevado para 8,5%) do teto do RGPS. Em outras palavras, se teto do INSS for R$ 4 mil e você aportar R$ 300 (4.000 * 0,075), o governo aporta mais R$ 300 para você.
Para saber mais sobre a Funpresp, recomendo a leitura da cartilha produzida pelo Ministério da Previdência Social.
 
 
 
 
 
 
Publicado em 01.10.2012 por em Economia

FONTE: Quero ficar rico - educação financeira