domingo, 2 de dezembro de 2012

BECKHAM PROCURA EMPREGO

CLASSE MÉDIA DOBROU

Enriquecimento ainda é concentrado, com maioria das cidades prósperas em SP e longe de Norte e Nordeste

Em 10 anos, dobra o número de municípios de classe média do País

Mais um indicador apontou que o Brasil caminha para se tornar um país de classe média. Segundo o Índice Firjan...

 


Mais um indicador apontou que o Brasil caminha para se tornar um país de classe média. Segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), o número de municípios com desenvolvimento socioeconômico "moderado" dobrou de 2000 a 2010. Porém, os avanços ainda são concentrados: a Região Norte apresenta indicadores ruins e o Nordeste ainda precisa levar a prosperidade ao interior.
São Paulo se aproxima de um nível considerado alto - as 14 cidades com maior IFDM são paulistas, com Indaiatuba no primeiro lugar. Todas são do interior, onde está concentrada a riqueza do Estado. A capital fica em 29.º lugar no ranking estadual e em 32.º no nacional. Ainda assim, é a segunda melhor no IFDM 2010, atrás apenas de Curitiba (PR).

Calculado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o IFDM classifica o desenvolvimento socioeconômico dos municípios numa escala de 0 a 1. Na última década, o número de municípios com nível "moderado" (entre 0,6 e 0,8) passou de 1.655 (30,1% dos 5.565 municípios do País) para 3.391 (61%). A parcela de municípios com índice considerado "baixo" (abaixo de 0,4) passou de 18,2%, em 2000, para 0,3%, em 2010.

O crescimento do emprego e da renda puxou a evolução da média nacional na década, mas o avanço nos indicadores de educação e saúde foi o principal responsável por disseminar o desenvolvimento. "O mercado de trabalho formal é muito concentrado, mesmo em São Paulo", diz o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Guilherme Mercês.

Apesar da concentração do emprego formal em poucas cidades, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, chama a atenção para o ritmo de crescimento. Segundo ele, a geração de vagas segue maior fora dos grandes centros, embora eles ainda concentrem os empregos.

Para a classe média continuar crescendo, são necessários "políticas públicas, ações privadas e tempo", diz Neri. Segundo ele, uma década é pouco para superar as desigualdades do País.

A média brasileira do IFDM foi de 0,7899 em 2010, avanço de 3,9% ante o IFDM de 2009, refletindo a recuperação econômica de 2010 - a economia cresceu 7,5% após a leve recessão de 2009. De 2000 a 2010, o avanço na média nacional foi de 32,7%.

Por isso, o IFDM Emprego & Renda de 2010 cresceu 8,6% sobre 2009, mas houve avanços em apenas 52% das cidades. Na média nacional, o avanço de 2000 a 2010 foi de 61,9%. Em dez anos, os avanços no IFDM Educação (31,4%) e no IFDM Saúde (13,6%) foram menos intensos, mas mais disseminados.

Ainda assim, desenha-se uma linha divisória imaginária no mapa, separando o País em Norte e Sul. Em uma década, a Região Centro-Oeste encostou no Sudeste e no Sul, com os melhores indicadores. Embora o Nordeste tenha verificado o maior crescimento na década, ainda falta muito para se aproximar das outras regiões. Das 500 cidades mais bem colocadas, 90,8% ficam no Sul ou Sudeste. Das 500 piores, 96,4% estão no Norte ou Nordeste. Nas seis cidades ainda com IFDM baixo, menos de 25% das crianças até 6 anos estão em creches ou na pré-escola. Na média nacional, são cerca de 40%.

A precariedade econômica dessas seis cidades também é grande. Segundo a Firjan, moram nessas cidades 121 mil pessoas, mas há apenas 3,2 mil postos de trabalho. Ou seja, há três empregos para cada 100 habitantes. No País, a média é 24 empregos para cada 100, diz a Firjan.

Na saúde, enquanto, pela média nacional, 58% das gestantes fazem pelo menos sete consultas pré-natal, em São Paulo de Olivença (AM), a sexta pior no ranking do IFDM 2010, menos de 1% têm esse "privilégio".

Concentração. Mesmo com as desigualdades sociais em queda, o desenvolvimento ainda é muito concentrado. Enquanto em uma década a maioria (61%) dos municípios passou à condição de desenvolvimento moderado no IFDM, São Paulo tirou todas as cidades do nível "regular".

Nos dados de 2010, todos os municípios paulistas têm desenvolvimento pelo menos moderado. Em dez anos, o número de cidades com índice alto passou de 2,8% do total para 26,9%. Em 2000, São Paulo já não tinha nenhuma cidade com IFDM abaixo de 0,4, mas 6,7% delas estavam no nível regular. Em 2010, os 73,1% restantes ficaram com IFDM moderado, de 0,6 a 0,8.

Especialista em economia regional paulista, Gustavo Zimmermann, professor do Instituto de Economia da Unicamp, chama a atenção para o fato de nenhuma das cidades no topo do ranking do IFDM estadual ter a economia concentrada em apenas uma atividade. São cidades com economia diversificada, fortes em serviços e atividades agropecuárias de alta produtividade.

Desde a década de 1980, explica o professor, a dinâmica da economia paulista passa pela migração da indústria tradicional da região metropolitana para o interior e da indústria de maior valor agregado da capital para as cidades do entorno. A agricultura investe em mecanização e o agronegócio extensivo emigra para o Centro-Oeste. Porém, o avanço da última década não foi marcado pelo dinamismo econômico, mas sim pela evolução nos indicadores de educação e saúde.


Atualizado: 02/12/2012 02:08 | Por VINICIUS NEDER / RIO, estadao.com.br

FONTE: ESTADÃO - MSN

Leia também:


  • Indaiatuba (SP) é a cidade que mais enriqueceu

  • Na pior do estado, falta educação

  • Varejo espera Natal morto após PIB fraco
  • Brasil perde peso político e econômico na América Latina

    Dilma Rousseff teve 30% de sua agenda de viagens internacionais destinados aos vizinhos latino-americanos; exportações brasileiras para a região caíram 11,3% em 2012

     
     
    Reuters |
     

    Reuters


    A folha de viagens da presidente Dilma Rousseff diz muito sobre as prioridades internacionais do Brasil. Em seus dois primeiros anos no poder, a presidente passou mais da metade de seu tempo de viagem nos Estados Unidos, Europa e China, que juntos respondem por metade de seus mercados internacionais.

    E na América Latina? Apenas 30%.

    Absorvido por seus problemas econômicos, o Brasil parece não estar aproveitando a falta de interesse dos Estados Unidos na América Latina para afirmar a sua liderança na região. E as consequências econômicas são claras. As exportações brasileiras para a América Latina caíram 11,3% nos primeiros 10 meses de 2012, o dobro da contração de 5,5% das exportações.

    O investimento brasileiro no exterior, tradicionalmente dirigido para os países vizinhos, caiu 34% nos primeiros nove meses do ano. "As medidas prioritárias da administração de Dilma foram o aumento da competitividade. A ação na América Latina tem sido secundária", disse o consultor Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

    O brasileiro de energia suave e a influência internacional que emana de sua estatura de potência emergente se desvanecem. E o Brasil pensa menos na região, sua esfera natural de influência. A perda de influência significa menos negócios para o setor privado brasileiro, boicotando os esforços de um governo que está gastando bilhões de dólares para evitar uma valorização excessiva do real e oxigenar sua indústria com incentivos fiscais.

    A Bolívia deu uma bofetada no Brasil ao cancelar um contrato de obras públicas com uma construtora brasileira. E a Argentina, um importante destino para as manufaturas brasileiras, impôs barreiras comerciais que reduziram em 20% as exportações brasileiras para o mercado argentino nos primeiros 10 meses de 2012.

    Os economistas estavam apostando que o Brasil, sexta maior economia do mundo, cresceria este ano 1,5%, um pálido reflexo da sua taxa de crescimento na última década, menos da metade da média de seus vizinhos latino-americanos, segundo a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal).

    Mas decepcionantes dados do terceiro trimestre divulgados na sexta-feira podem levar o mercado a reajustar as suas previsões para baixo. "O clima econômico não é favorável", disse João Augusto de Castro Neves, analista da consultoria de risco Eurasia Group, em Washington. "E isso se reflete em uma certa timidez da projeção do Brasil na América Latina". "Em um cenário de baixo crescimento, o exercício de liderança regional é manter ou gerenciar o status quo", acrescentou.

    FONTE: IG ECONOMIA

    sábado, 1 de dezembro de 2012

    EMPRESA DE MÍDIA NAS REDES

    NOVO PORSCHE

    NASA NEGA FIM DO MUNDO EM DEZEMBRO/2012



    Nasa desmente 'fim do mundo' e alerta sobre suicídios

    Agência espacial dos Estados Unidos convocou seus cientistas em uma conferência online para explicar que não há fundamento na ideia de que o mundo vai acabar em dezembro

     
    BBC | - Atualizada às

    AFP/Nasa
    Segundo a Nasa, se um planeta fosse colidir com a Terra em 21/12, hoje já seria visível a olho nu





     















    BBC BRASIL




    Após receber uma enxurrada de cartas de pessoas seriamente preocupadas com teorias que preveem o fim do mundo no dia 21 de dezembro de 2012, a agência espacial americana resolveu "desmentir" esses rumores na internet.

    Na quarta-feira (28), a Nasa fez uma conferência online com a participação de diversos cientistas. Além disso, também criou uma seção em seu website para desmentir que haja indícios de que um fim do mundo esteja próximo.

    Segundo o astrobiologista David Morrison, do Centro de Pesquisa Ames, da Nasa, muitas das cartas expondo preocupações com as teorias apocalípticas são enviadas por jovens e crianças.
                

    Leia também:
    Líderes maias vão aos EUA explicar mudanças no ciclo do calendário Fim do mundo previsto pelos maias é um erro de interpretação Uma em 7 pessoas acredita que fim do mundo está chegando Cientistas desvendam profecia maia do 'fim do mundo em 2012' Antropólogo exibe pedra maia para desmentir o fim do mundo em 2012 Textos maias não profetizam fim do mundo em 2012


    Alguns dizem até pensar em suicídio, de acordo com o cientista, que também mencionou um caso, reportado por um professor, de um casal que teria manifestado intenção de matar os filhos para que eles não presenciassem o apocalipse.

    "Estamos fazendo isso porque muitas pessoas escrevem para a Nasa pedindo uma resposta (sobre as teorias do fim do mundo). Em particular, estou preocupado com crianças que me escrevem dizendo que estão com medo, que não conseguem dormir, não conseguem comer. Algumas dizem que estão até pensando em suicídio", afirmou Morrison.

    "Há um caso de um professor que disse que pais de seus alunos estariam planejando matar seus filhos para escapar desse apocalipse. O que é uma piada para muitos e um mistério para outros está preocupando de verdade algumas pessoas e por isso é importante que a Nasa responda a essas perguntas enviadas para nós."



    Calendário maia

    Um desses rumores difundidos pela internet justifica a crença de que o mundo acabará no dia 21 dizendo que essa seria a última data do calendário da civilização maia.

    Outro rumor tem origens em textos do escritor Zecharia Sitchi dos anos 70. Segundo tais teorias, documentos da civilização Ssméria, que povoou a Mesopotâmia, preveriam que um planeta se chocaria com a Terra. Alguns chamam esse planeta de Nibiru. Outros de Planeta X.

    "A data para esse suposto choque estava inicialmente prevista para maio de 2003, mas como nada aconteceu, o dia foi mudado para dezembro de 2012, para coincidir com o fim de um ciclo no antigo calendário maia", diz o site da Nasa.

    Sobre o fim do calendário maia, a Nasa esclarece que, da mesma forma que o tempo não para quando os "calendários de cozinha" chegam ao fim, no dia 31 de dezembro, não há motivo para pensar que com o calendário maia seria diferente – 21 de dezembro de 2012 também seria apenas o fim de um ciclo.

    A agência espacial americana enfatiza que não há evidências de que os planetas do sistema solar "estejam se alinhando", como dizem algumas teorias, e diz que, mesmo que se isso ocorresse, os efeitos sobre a Terra seriam irrelevantes. Também esclarece que não há indícios de que uma tempestade solar possa ocorrer no final de 2012 e muito menos de que haja um planeta em rota de colisão com a Terra.

    FONTE: IG CIENCIA

    LOTERIA DE EMPREGOS, PODE ??

    Crise faz prefeitura criar 'loteria' de emprego na Espanha

    Trabalhos sorteados em Alameda, cidade próxima de Sevilha, são para limpar prédios públicos, varrer ruas e trabalhar no setor de construção

    BBC |
     

    BBC


    Na pequena cidade espanhola de Alameda, a duas horas de Sevilha, conseguir trabalho depende de sorte - literalmente. Com um em cada três moradores sem emprego por causa da crise econômica que assola a Espanha, o prefeito da cidade, Juan Lorenzo Piñera, resolveu transformar a seleção para os trabalhos disponíveis na prefeitura em uma loteria. Os trabalhos sorteados são para limpar prédios públicos, varrer ruas e trabalhar no setor de construção. "A situação está muito difícil," diz Piñera, que conhece boa parte dos 5,6 mil habitantes da cidade.


    Espanha: Partido nacionalista vence eleição na Catalunha, mas perde apoio
    NYTimes: Calamidade econômica atinge mercado gastronômico na Espanha


    Alameda é um labirinto de ruas estreitas repletas de laranjeiras e casinhas brancas. Mas a crise mudou totalmente a rotina dessa pitoresca cidade cercada de plantações de oliveira até onde a vista alcança. "Todos os homens que trabalhavam na construção civil perderam seus empregos e agora muitos deles já não qualificam para receber ajuda do governo", conta Piñera. "Muitas famílias foram expulsas de suas casas. Outras vêm à prefeitura para pedir comida."

    Todos os meses, oito mulheres são selecionadas para limpar os prédios da prefeitura. Elas trabalham quatro horas por dia e recebem 650 euros por mês (R$ 1.780). Mais de 600 mulheres se inscreveram no sorteio para conseguir esse trabalho e todos os meses se espremem em uma sala na prefeitura para assistir o prefeito sortear o nome das selecionadas.


    São Firmino: Tradicional também sofre efeitos da crise na Espanha


    A dona de casa Montse Solsona, uma das "vencedoras" da loteria deste mês, varre e esfrega os pisos das salas de aula de uma escola local. Solsona costumava trabalhar na colheita da azeitona, mas diz que, como os homens da cidade passaram a fazer esse trabalho, está desempregada há dois anos. "Esse trabalho na limpeza já é uma ajuda incrível", diz ela. "Só queria não fosse temporário. No final do mês volto aos trabalhos domésticos. A nossa situação está difícil porque meu marido está desempregado e a ajuda que recebíamos do governo foi cortada."

    O marido de Maria José Bastida costumava ter um trabalho bem remunerado na construção civil, por isso ela nunca havia precisado trabalhar. Mas como seu marido está desempregado há cinco anos, Bastida ficou muito feliz quando seu nome foi sorteado na loteria. "Recebemos 426 euros (R$ 1.160) em benefícios e é o meu salário como faxineira que paga a hipoteca", diz.



    'Algo para se acreditar'

    Os homens não podem se inscrever na loteria da limpeza - mas sim para serviços de pedreiro. Todos os meses 750 moradores têm se candidatado para esse trabalho, mas há alguns meses o sorteio foi suspenso porque não há dinheiro para financiar as obras públicas. Os homens agora estão trabalhando na colheita das oliveiras, uma ocupação tradicionalmente exercida pelas mulheres.
    A loteria da varrição das ruas acontece a cada três meses. Na lista de candidatos estão os nomes de cerca de 200 homens e mulheres. Jose Antonio foi uma das três pessoas selecionadas no sorteio mais recente. Ele empurra um carrinho por uma praça pequena perto da prefeitura da cidade, varrendo folhas e detritos.


    Desemprego: Mercado negro de órgãos prolifera em meio à pobreza na Europa


    Apesar de ser um eletricista competente, está desempregado há cinco anos. Em placas penduradas em palmeiras nessa praça é possível ler: "devemos salvar as pessoas, não os bancos" e "temos vergonha de vocês políticos, não aplaudimos seus cortes".
    O governo central adotou uma série de medidas de austeridade e os recursos que costumavam vir de Madri e da União Europeia estão minguando. Por isso, segundo o prefeito, a "loteria" da cidade é tão importante. "As pessoas daqui sabem que não terão emprego por um tempo", afirmou. " A economia está morta. Eles não enxergam um futuro. A loteria ao menos dá a eles alguma coisa para acreditar em cada mês".

    FONTE: IG MUNDO