domingo, 6 de janeiro de 2013

Os Reis Magos

Existiam no Oriente três homens maduros, Gaspar, Melquior, Baltazar, que acreditavam em tudo; e porque viam em tudo uma linguagem estrangeira, eles se movimentavam entre os textos radiosos da esperança. E só acreditavam que estivéssemos no mundo, nem que o nosso tempo fosse o tempo, nem que a nossa vida fosse a vida, mas que o mundo, o tempo e a vida fossem portas trancadas, e a chave fosse a imaginação do homem. Pois é preciso imaginar para crer.

Gaspar, Melquior, Baltazar sabiam que o mundo significa outra coisa: e, se um grito de gralha se perde acima dos abetos, não é um grito de gralha, mas um augúrio para o sonho do homem: e se o próprio sol há de morrer, e o homem vive na escuridão, a verdadeira luz precisa ser adivinhada. Pois a luz que nos alumia também não é a verdadeira luz.

E enquanto todos ansiavam angustiadamente por um milagre, Gaspar, Melquior e Baltazar já estavam satisfeitos de todos os milagres que se realizam cada dia; o milagre do dia e da noite; o milagre da água, da terra e do fogo; o milagre de ter olhos e ver; o milagre de ter ouvidos e ouvir; o milagre de ter um corpo; então, já satisfeitos de viver em um mundo de milagres, eles viram a estrela que os aliviava das maravilhas de todos os dias, pois era uma estrela inventada, uma estrela que os outros homens não viam.

E os três reis magos seguiram a estrela ao longo de duras noites de inverno; e, chegando a Belém, a estrela parou acima do humilde lugar onde se encontravam um menino e sua mãe. E, abrindo os cofres de ouro, incenso e mirra, eles adoraram o símbolo que se fez carne, prostrados diante do nascimento, da glória, da crucificação e da morte. A vida deixou de ser um milagre. E Gaspar, Melquior e Baltazar puseram-se em marcha em busca de seus reinos contentes de terem visto uma criança que não era um milagre.



por Paulo Mendes Campos


Texto extraído do livro
  "Amor Acaba", Editora Civilização Brasileira - Rio de Janeiro, 1999, pág. 145.
 
fonte: releituras.com

META DA CEF

Caixa vira sócia até de frigorífico

Operação foi feita para sustentar parte da estratégia montada pelo governo federal para arrumar dinheiro e cumprir a meta fiscal das contas públicas de 2012

Agência Estado |
 

Agência Estado


Para ajudar nas manobras fiscais do governo, a Caixa Econômica Federal se tornou sócia de frigorífico, fabricante de autopeças, de bens de capital, processador de minério, entre outras empresas privadas. As operações foram feitas para sustentar parte da operação montada pelo governo federal para arrumar dinheiro para cumprir a meta fiscal, das contas públicas, de 2012.

O aumento de capital da Caixa autorizado pelo governo no fim de 2012, de R$ 5,4 bilhões, foi bancado em parte com ações que o BNDESPar - braço de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - detinha em algumas empresas e repassou para o Tesouro. O restante foi financiado pela União com transferência de ações da Petrobras.

A Caixa se recusou a informar o montante da capitalização que foi bancado por ações de companhias privadas e quais foram as empresas envolvidas. O uso das ações no processo de capitalização do banco só veio a público porque JBS (frigorífico), Romi (bens de capital), Mangels (autopeças) e Paranapanema (processamento de cobre), que têm ações negociadas na bolsa, comunicaram ao mercado sobre a saída do BNDESPar e entrada da Caixa na composição acionária.

Só nessas quatro empresas foram R$ 2 bilhões em participação acionária para a Caixa, mas o valor pode ser maior. O BNDESPar informou que repassou a União ações em 10 companhias diferentes. Além das quatro já mencionadas, estão Petrobras (petróleo), Eletrobras (energia), Vale (minério), Cesp (energia), Metalfrio (refrigeradores) e Vulcabrás (calçados).

O valor das ações repassadas pelo BNDESPar a União chega a quase R$ 6 bilhões - suficiente, para bancar com sobra o aumento de capital feito na Caixa. A Petrobras responde por mais da metade (R$ 3,15 bilhões), seguida por JBS (R$ 1,79 bilhão) e Vale (R$ 446,9 milhões).

A Caixa informou apenas, por meio de nota, que "não realizou de forma ativa nenhum investimento em participações acionárias". O movimento de ações acima de um determinado limite força as companhias a divulgar a operação como um todo para o mercado financeiro. Se a Caixa ficou com ações de outras empresas abaixo desse limite, não é obrigada a informar.

As ações repassadas à União para ajudar nas manobras fiscais correspondem a 8,7% das ações disponíveis para a venda que a BNDESPar dispunha para a venda em setembro (último balanço divulgado). A assessoria de imprensa do BNDES disse que a operação total gerou lucro, mas não informou quanto. A venda das ações do JBS, por exemplo, deu prejuízo de R$ 300 milhões, pois o BNDES comprou os papéis a R$ 7 em maio de 2011 e entregou a R$ 6 para a União.



Meta

A elevação de capital da Caixa compensou o repasse de dividendos - R$ 4,7 bilhões - que o banco fez para o Tesouro para garantir recursos para a meta fiscal de 2012. No ano passado, a Caixa repassou R$ 7,7 bilhões em dividendos. Até setembro, o banco lucrou R$ 4,1 bilhões.

Com a queda na arrecadação, o governo teve sérias dificuldades para economizar R$ 139,8 bilhões para o pagamento de juros da dívida. Por isso, fez uma conjunto de operações para gerar uma "receita extra". Ao todo, injetou R$ 19,4 bilhões no cofre. O maior montante - R$ 12,4 bilhões - veio do Fundo Soberano do Brasil. O BNDES antecipou R$ 2,3 bilhões em dividendos e a Caixa outros R$ 4,7 bilhões.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

FONTE: IG ECONOMIA

sábado, 5 de janeiro de 2013

EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS NO BRASIL

Setor de serviços do Brasil tem maior expansão em 8 meses em dezembro

Pesquisa Índice de Gerentes de Compras atingiu 53,5, acelerando ante os 52,5 vistos em novembro e mantendo-se pelo quarto mês seguido acima da marca de 50 que separa crescimento de contração

Reuters |
Reuters


O crescimento da produção e do volume de novos negócios impulsionou a expansão da atividade do setor de serviços do Brasil para a taxa mais rápida em oito meses, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Markit divulgada nesta sexta-feira.

Em dezembro, o indicador atingiu 53,5, acelerando ante os 52,5 vistos em novembro e mantendo-se pelo quarto mês seguido acima da marca de 50 que separa crescimento de contração.

De acordo com o Markit, quase 18 por cento das empresas monitoradas indicaram uma produção mais alta, citando aumento no volume de entrada de novos negócios pelo quarto mês seguido e no ritmo mais rápido desde abril, enquanto 8 por cento relataram níveis mais baixos.

"As evidências sugeriram que o volume de entrada de novos trabalhos cresceu em sintonia com a demanda mais forte e com a aquisição de equipamentos novos", explicou o Markit em nota.

Entre os entrevistados, 19 por cento indicaram volumes mais elevados de entrada de novos trabalhos, contra 8 por cento que citaram queda.

Já o volume de pedidos em atraso diminuiu pelo segundo mês seguido, embora a taxa de redução tenha ficado praticamente inalterada ante novembro, com 3 por cento dos fornecedores de serviços relatando quantidades mais baixas de trabalhos em processamento mas ainda não concluídos.

De acordo com o Markit, o movimento de queda nos pedidos em atraso ocorreu em linha com o aumento pelo quarto mês seguido no número de funcionários, ainda que em um ritmo mais lento do que em novembro. Quase 6 por cento das empresas monitoradas relataram níveis mais elevados de pessoal.

Em meio a esse cenário, os prestadores de serviços mantiveram o otimismo, mas o nível de confiança diminuiu e atingiu um recorde de baixa de três meses.

Em geral, as empresas preveem expansão do volume da atividade nos próximos 12 meses com o lançamento de novos projetos, manutenção da qualidade de serviços, atividades relacionadas à Copa das Confederações e expectativas de aumento da demanda.

A expansão tanto no setor de serviços quanto no industrial levou o setor privado brasileiro ao crescimento mais rápido desde março.

Assim, o índice PMI composto do Markit, que reúne os dois resultados, avançou para 53,2 em dezembro ante 53,0 em novembro.

FONTE: IG ECONOMIA

PREÇO DOS IMÓVEIS


FipeZap

Preço de imóvel sobe 14% em 2012 no país

 

Preço de imóvel sobe 14% em 2012 no país, diz FipeZap

 

No ano passado, a maior variação ocorreu em Recife, com aumento de 17,8% nos preços anunciados

Reuters |
 

Reuters


O valor do metro quadrado de imóveis anunciados no Brasil no ano passado aumentou cerca de 14 por cento, quase metade do crescimento visto em 2011, sendo que a maior alta foi apurada em Recife (PE), segundo o índice FipeZap de preços de imóveis, divulgado nesta sexta-feira.

Se considerado apenas o último mês do ano, houve aumento de 1 por cento no valor médio dos imóveis sobre dezembro de 2011, levando o índice do fechado de 2012 a uma alta de 13,7 por cento. No ano anterior, o crescimento havia sido de 26,3 por cento.

No ano passado como um todo, a maior variação ocorreu em Recife, com aumento de 17,8 por cento nos preços anunciados. Em contrapartida, o Distrito Federal registrou o menor nível de crescimento no valor médio, de 4 por cento.

Já em São Paulo os preços subiram 15,8 por cento em 2012, enquanto em dezembro apenas a capital paulista teve a menor variação mensal desde o início da série histórica, com alta de 0,8 por cento. O preço médio do metro quadrado na cidade foi de 7.017 reais.

No Rio de Janeiro, por sua vez, a alta do preço do metro quadrado anunciado para venda foi de 15 por cento em 2012.

Desde janeiro de 2008, a capital fluminense viu o preço médio anunciado triplicar, segundo o indicador. No ano passado, o metro quadrado no Rio de Janeiro fechou em 8.616 reais.
Quanto ao valor anunciado para aluguel, houve alta de 10 por cento em São Paulo e de 11 por cento no Rio de Janeiro em 2012.

Desenvolvido e calculado pela Fipe em parceria com o portal ZAP Imóveis, o índice FipeZap acompanha o preço médio do metro quadrado de apartamentos prontos em seis municípios brasileiros e no Distrito Federal com base em anúncios na Internet.

FONTE: IG ECONOMIA

CHURRASCO

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Governo faz manobra para cumprir meta fiscal de 2012

Ao trocar os títulos por dinheiro, recursos foram contabilizados como caixa do governo, engordando as contas públicas


Agência Estado |


Agência Estado


Nos últimos dias de 2012, o Ministério da Fazenda fez uma série de manobras para aumentar receitas e cumprir a meta fiscal. O governo pôs em prática uma gigantesca operação de triangulação financeira com o uso do Fundo Soberano do Brasil (FSB), Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que garantiu o ingresso de pelo menos R$ 15,8 bilhões nos cofres em dezembro.

O dinheiro reforçou o superávit primário - a economia feita para pagar as despesas com juros da dívida -, mas minou ainda mais a credibilidade da politica fiscal brasileira.

A operação consumiu a maior parte dos recursos depositados no Fundo Fiscal de Investimentos e Estabilização (FFIE) - onde estavam aplicados os recursos do FSB. O Tesouro resgatou, em 31 de dezembro, R$ 12,4 bilhões do FFIE, reduzindo o patrimônio para R$ 2,85 bilhões, de acordo com dados da Comissão de Valores Mobiliários.

Portarias do Ministério da Fazenda, editadas no último dia de 2012, mas publicadas somente nesta quinta-feira (3) no Diário Oficial da União, revelaram como as operações foram feitas.

A operação começa com o BNDES. O banco comprou ações da Petrobras que estavam no FFIE e pagou com títulos públicos. O Tesouro transformou esses papéis em dinheiro, no valor total de R$ 8,84 bilhões.

Ao trocar os títulos por dinheiro, os recursos foram contabilizados como ‘caixa’ do governo, engordando as contas públicas.

O BNDES também antecipou mais R$ 2,31 bilhões em dividendos à União. Ao mesmo tempo, o governo reforçou o caixa do banco, antecipando a liberação da última parcela - de R$ 15 bilhões - de um empréstimo de R$ 45 bilhões do Tesouro. Esse dinheiro só seria liberado em 2013.

A Caixa completou as manobras, com antecipação do pagamento de dividendos no valor de R$ 4,6 bilhões. O banco, que registrou lucro de R$ 4,1 bilhões até setembro, pagou volume recorde de R$ 7,7 bilhões de dividendos à União em 2012. Para compensar, o governo aumentou o capital da Caixa em R$ 5,4 bilhões, com ações da Petrobrás.

Essas manobras, que são conhecidas como "contabilidade criativa", foram feitas para fechar as contas em dezembro e tentar garantir o cumprimento da meta fiscal de R$ 139,8 bilhões.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

FONTE: IG ECONOMIA

LAVAGEM ECOLÓGICA