domingo, 23 de junho de 2013

PEC 37

PEC 37 ganha as ruas, mas poucos sabem o que é

Proposta de emenda constitucional é um tema espinhoso juridicamente, mas que nas ruas ganhou status de combate à corrupção

Vasconcelo Quadros - iG São Paulo |
 
O protesto deste sábado em São Paulo deu de graça aos procuradores da República e promotores a vitória na primeira batalha da guerra em torno da PEC 37, a proposta de emenda constitucional que reforça o poder da polícia como titular exclusivo de investigações penais.
“O Congresso tem de rejeitar. Só depois poderemos negociar o que fazer”, disse o promotor Felipe Locke, presidente da Associação Paulista do Ministério Público.

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Durante as quatro horas em que marcharam da Paulista até o centro da cidade, dezenas de milhares de manifestantes entoaram palavras de ordem, exibiram centenas de cartazes e faixas contra a PEC, mas pouca gente sabia exatamente de que se tratava.
“É contra a corrupção e contra a impunidade”, cravou o estudante José Paulo Esteves, que se enrolou quando perguntado sobre como funciona atualmente o aparato de investigações criminais no país. “Não sei os detalhes”, admitiu.


Veja imagens da passeata contra a PEC deste sábado (22):
A presença foi menor que a esperada: cerca de 3 mil pessoas contra 80 mil previstas pela PM. Foto: Futura Press
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A maioria dos entrevistados que participaram da manifestação que terminou com “um abraço” prédio do Ministério Público Estadual, no centro da cidade, não tem intimidade com conceitos de Direito e bateu na mesma tecla, sem saber o que diz a Constituição sobre o papel das instituições e nem como cada uma delas atua atualmente. “Só sei que é contra a corrupção e que devemos apoiar”, acrescentou o professor de história Valdemar Luzardo, que carregava um cartaz em que se lia “Contra a PEC da imunidade”.
“O que a população está percebendo é que a PEC favorece a corrupção e a impunidade. É isso que interessa nesse momento”, disse Locke, que fez um longo mergulho no tempo para tentar explicar sua tese.

Reação: Hostilizados nos protestos, partidos agora recorrem à bandeira da ética
“Se a PEC for aprovada, voltaremos à Era Vargas e teremos um chefe da polícia mandando no país. Com as investigações nas mãos da polícia, o delegado vai investigar o que quiser ou o governo quiser. Como ele pode ser removido, fará investigações com ausência de transparência e excesso de impunidade”, acredita o promotor.
De autoria do delegado de polícia Lourival Mendes, do PT do B do Maranhão, a PEC 37 é um tema árido para o grosso da população, mas hoje dificilmente seria aprovada no Congresso por causa das manifestações que tomam conta do país. A proposta é, na verdade, uma redundância jurídica porque afirma aquilo que já está na Constituição: polícia investiga, promotor e procurador denunciam e o juiz julga.
O problema é que desde 2007, amparado numa resolução do Conselho Nacional do Ministério Público, a investigação criminal deixou de ser monopólio da polícia. A maioria dos juristas e criminalistas é contra por se tratar de uma norma que não poderia estar acima da Constituição ou das leis. Em São Paulo, o Ministério Público, ajudado pela Polícia Militar, passou a investigar as organizações criminosas, enquanto em nível nacional, os procuradores passaram também a se dedicar ao combate a corrupção, uma atribuição até então exclusiva da Polícia Federal.
Procuradores e promotores aproveitaram os protestos contra a corrupção para levar o tema para as ruas. “Eu gostaria que a PEC 37 fosse votada hoje”, diz o promotor Felipe Locke, com a certeza de que seria rejeitada pela força das manifestações. “Não aceito maniqueísmo”, diz, para afirmar que quem está contra a emenda está do “lado do bem”.
O promotor Artur Magliori vai na mesma linha: “quando investigamos é para o bem da população. No Brasil a corrupção é endêmica. Ou o Ministério Público investiga ou país perde para a corrupção”.
Locke diz que é inaceitável a concentração de poder numa só instituição e que o MP deve ainda controlar a atividade policial. O controle é uma das atribuições legais de procuradores e promotores, que nem sempre o órgão executa. “Eles não deixam”, reclama o promotor ao ser questionado sobre o pífio papel do MP na fiscalização da polícia.
Locke afirma que a tese de que o MP deve ficar fora das investigações é amparada pelo jurista Ives Gandra Martins que, segundo lembra, apoiou o golpe militar de 1964 no Brasil e, mais recentemente, em Honduras.
“O combate a corrupção não pode ficar só nas mãos da polícia”, disse o chefe interino da procuradoria da República em São Paulo, Aureo Lopes, que comemorou o ingresso do tema nos protestos que tem balançado o país.
A oportunista inclusão da PEC 37 nas manifestações de rua silenciou os policiais que lutavam pela aprovação. Como tema é de difícil compreensão popular por mexer filigranas jurídicas, os delegados se recolheram, mas não têm com o que se preocupar: o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), retirou o assunto da agenda e, se nada mudar, pelo menos com base no que diz a Constituição, continuam com a prerrogativa exclusiva de investigar. Nos protestos deste sábado a condenação da PEC rimou com os palavrões contra a corrupção e contra governo e Congresso.

FONTE: IG BRASIL

sábado, 22 de junho de 2013

MANSÃO DISNEY

Mansão de Walt Disney vale US$ 90 milhões
    FONTE: MSN

REDE DE RELACIONAMENTOS PROFISSIONAIS

Foto: Thinkstock

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FONTE: YAHOO 

EMBALAGENS

Foto: Thinkstock

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FONTE: YAHOO

VAGAS PARA SEGURANÇAS

Divulgação Rede Globo

TVs contratam segurança para repórteres

Emissoras reforçaram a segurança para cobertura dos protestos após hostilidade contra profissionais Precaução
 
FONTE: YAHOO 

INCENTIVOS

Países testam maneiras de atrair investidores de tecnologia

Para criar suas próprias versões do Vale do Silício, Canadá, Grã-Bretanha e Austrália oferecem vistos de startup a estrangeiros; Chile confere até US$ 40 mil em capital inicial

NYT |
 
NYT             
NYT
Outdoor: "Problemas com o H-1b? Vá para o Canadá?"
Um outdoor corajoso paira sobre a US 101, a rodovia que corta o coração da indústria da tecnologia global, com os seguintes dizeres: "Problemas com o H-1b? Vá para o Canadá?"
O convite petulante é direcionado aos milhares de estrangeiros com problemas para obter vistos temporários de trabalho nos Estados Unidos, conhecido como H-1b. O novo e assim chamado visto de startup para o Canadá lhes oferece a perspectiva de residência permanente e, com ela, os impostos relativamente baixos para empresas e a cobertura da saúde pública.
O Canadá não é o único a procurar empreendedores estrangeiros. Num lance para criar suas próprias versões do Vale do Silício, Grã-Bretanha e Austrália também ofereceram vistos de startup. Já o Chile está até mesmo oferecendo capital inicial para atrair estrangeiros a Santiago e fazer as empresas decolarem.


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Contudo, é difícil para os homens e mulheres que sonham em criar o próximo Google (ou, pelo menos, a próxima aquisição do Google) resistir às seduções do Vale do Silício. É nesse lugar que eles desejam estar.
"É como estar em Florença durante o Renascimento", disse pouco tempo atrás Xavier Lasa, programador espanhol. Ele parecia acreditar no que disse.
Lasa veio a Mountain View, logo ao sul de São Francisco, com um visto comercial de curto prazo para participar da incubadora de tecnologia 500 Startups. Ele estava criando uma ferramenta para marcas anunciarem na internet.
A exemplo de muitos empreendedores estrangeiros do setor de tecnologia interessados em ficar por aqui, ele tinha os olhos em Washington, não em Ottawa, Ontário. A histórica lei da imigração que o Senado vai examinar inclui uma cláusula pela qual os investidores do Vale do Silício pressionaram muito: uma nova categoria de visto para empreendedores que convencerem investidores norte-americanos a lhes financiar pelo menos US$ 100 mil.
Não faz mal que os imigrantes não precisem de vistos especiais para serem empreendedores; segundo pesquisa, eles têm uma probabilidade muito maior de abrir um negócio do que norte-americanos nativos. Vistos de startup são fáceis de defender politicamente, o que também explica a mais recente aposta canadense.
Quando o ministro da imigração do Canadá, Jason T. Kenney, visitou recentemente a 500 Startups, em uma gloriosa e ensolarada tarde de sexta-feira, ele teve uma ideia do que atrai estrangeiros. Dave McClure, um dos fundadores da incubadora, o levou diretamente à janela de parede a parede do 12º andar.
NYT
Ministro da imigração do Canadá, Jason T. Kenney
"O Facebook fica naquela direção", disse McClure, apontando a vista de 360 graus. "Dá para ver a Apple ali."
"Olha a Sand Hill Road", ele continuou de forma animada, dirigindo-se ao largo bulevar cujos dois lados estão apinhados de empresas de capital de risco famosas. "Stanford fica naquela direção."
A sala estava cheia de empreendedores estrangeiros, acotovelados sobre os laptops ou esboçando planos de negócios em quadros brancos.
Julian Garcia, programador chileno que está construindo uma ferramenta para marqueteiros atingirem consumidores potenciais por localização, explicou sua visão do Vale. "Aqui, você cria algo incrível. Em dois anos, é comprado."
Aditya Sahay, fundador de um site de moda masculina na Índia, respondeu ao pé da letra: "Mesmo não sendo incrível, eles o adquirem – em quatro meses!"
Kenney não se perturbou enquanto McClure discorria sobre as atrações do Vale. Em entrevista posterior, o ministro disse ter certeza de que alguns empreendedores estrangeiros, incertos quanto ao status migratório nos EUA, poderiam se sentir tentados a, por exemplo, ir para a província canadense de Manitoba. Ele os chamou de "audiência cativa" e afirmou esperar tirar vantagem do que poderia ser um período curto de oportunidade em seu país enquanto o Congresso decide a respeito de como consertar sua própria lei de imigração.
O novo visto canadense não é para empreendedores do setor de tecnologia em si, mas as exigências de capital de risco favorecem empresas novatas do segmento em relação a negócios de imigrantes mais tradicionais, como lojinhas e restaurantes. E a oferta é muito mais generosa do que a norte-americana.
Qualquer pessoa com um ano de faculdade e 75 mil dólares canadenses (quase US$ 73 mil) aprovados de um investidor anjo do Canadá, ou 200 mil dólares canadenses aprovados de um capitalista de risco do país, pode requisitar o visto. Os interessados devem ter domínio básico de inglês ou francês. Não é necessário provar que criarão empregos.
Os legisladores norte-americanos optaram por uma abordagem mais cautelosa. O projeto de lei do Senado concederia vistos temporários válidos por três anos, ao contrário do Canadá que daria residência permanente. O Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos teria de informar ao Congresso a cada três anos sobre os tipos de negócios que os beneficiários criaram, quantos empregos e receita geraram.
O projeto não é voltado a empreendedores de nenhum segmento econômico específico, embora a retórica ao seu redor tenha se centrado principalmente em tecnologia. Investidores em tecnologia, como McClure, a têm defendido ativamente.
"De uma perspectiva política, o objetivo dos vistos de startup é demonstrar que estão trazendo as pessoas mais atraentes e de grande valor", disse Madeleine Sumption, assistente do diretor de pesquisa do Migration Policy Institute, de Washington, que estudou programas do gênero no mundo inteiro.
No entanto, ela assinalou que a maioria dos empreendedores imigrantes, incluindo Sergey Brin, um dos fundadores do Google, entra com outros tipos de visto.
"Visto de empreendedor não é necessário para ter empreendedores. Seria necessário deixar muita gente entrar antes de se garantir pessoas como Sergey Brin."
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Austrália oferece sua versão de visto permanente para quem garantir um milhão de dólares australianos (US$ 953 mil) em financiamento aprovado de capitalistas de risco do país. A Grã-Bretanha concede vistos temporários para quem obtiver 50 mil libras esterlinas de um investidor de risco. Já o Chile confere US$ 40 mil em capital inicial sem participação acionária para visitantes estrangeiros interessados em abrir uma empresa de tecnologia.
Ayan Barua, da Índia, já passou seis meses no Chile e se aproveitou da oferta. Embora a namorada australiana tenha tentado convencê-lo a se candidatar ao visto de startup de seu país, ele resistiu. Pelo contrário, ele e seu sócio, Vamshi Mokshagundam, voltaram ao Vale do Silício repetidas vezes para desenvolver o negócio, um mecanismo de recomendação para companhias interessadas em comprar softwares.
Segundo afirmaram, seus financiadores são os primeiros clientes, justamente como outros empreendedores que buscam sua orientação. "Não é fácil encontrar conselhos e consultoria em nenhum lugar", disse Mokshagundam. "Trata-se de algo importante para nós."
Barua descreveu a Califórnia como a NBA (o campeonato norte-americano de basquetebol) do mundo das empresas principiantes. "O pico de adrenalina necessário para se tornar empreendedor está aqui."
Caso o projeto de lei de imigração geral serpenteando pelo Senado fosse sancionado, ele se candidataria sem sombra de dúvida.
Se não, ele e o sócio estão cogitando o visto canadense. Mesmo assim, os dois pretendem vir ao Vale do Silício o máximo de vezes possível. Porém, eles poderiam usar o Canadá como base, da mesma forma que agora utilizam Bangalore, Índia.

"O voo seria mais curto", explicou Mokshagundam.
    FONTE: IG ECONOMIA
     

    Pequena empresa de Minas Gerais cria universidade corporativa

    BetaPyx desenvolve academia interna para superar carência de mão de obra

    Natalia Gómez - iG São Paulo |
     
     
    Petrobras, Ambev, GE são algumas empresas que têm suas próprias universidades corporativas. Apesar do peso destes nomes, a criação de uma estrutura interna de ensino não é exclusividade de corporações multinacionais: companhias de pequeno e médio porte também podem lançar mão de alternativas semelhantes para qualificar sua mão de obra.
    Divulgação
    Eros Viggiano, presidente da empresa
    A empresa mineira BetaPyx, que atua com soluções estratégicas na área de tecnologia da informação (TI), é exemplo de que universidades corporativas também são para empresas pequenas. Com 50 funcionários, a empresa foi criada há três anos, e desde então sente intensamente o déficit de mão de obra qualificada no Brasil.
     
    Para superar esta barreira, a companhia criou no ano passado uma universidade corporativa, a Arkhademia, que oferece um programa de ensino para o pessoal da área produtiva, como os arquitetos de soluções, analistas de processo de negócio, desenvolvedores de softwares e analistas de qualidade. Estes cursos têm duração de 120 horas, equivalente a um terço de uma pós-graduação lato sensu.
     
    Além da universidade, a companhia mantém programas de gestão de competência, diversidade de valorização salarial. “Nossa preocupação como uma empresa de serviços é reconhecer o valor do capital humano. Por isso adotamos como estratégia o desenvolvimento de pessoas e a formação de pessoal qualificado”, afirma o CEO da empresa, Eros Viggiano.

    Segundo o executivo, a BetaPyx está concentrando seus esforços no desenvolvimento do pessoal que tem contato direto com os clientes. Este público é o alvo principal das ações da empresa neste momento, pois seu desenvolvimento garante um retorno imediato para os negócios.

    Ainda neste ano, a empresa pretende atacar também outras áreas mais relacionadas a assuntos internos. Para 2014, a universidade tem planos de oferecer cursos de pós-graduação voltados para gestão estratégia. No ano seguinte, será a vez de criar cursos de educação à distância para os funcionários que estarão em outras regiões do País. Sediada em Belo Horizonte, a BetaPyx planeja sua expansão para São Paulo e outras capitais.

    De acordo com Viggiano, as aulas são ministradas por professores convidados, especialmente quando se tratam de treinamentos comportamentais, mas também são escalados como professores os profissionais da própria empresa.As aulas ocorrem dentro do escritório da companhia ou em espaços alugados. Para o futuro, um projeto da companhia é fazer uma parceria com uma universidade para criar cursos sob medida. No momento, a BetaPyx está negociando com três diferentes instituções de ensino.

    Os trainees da BetaPyx  também fazem parte da universidade corporativa. Nos últimos dois anos, a empresa recebeu 16 trainees, que receberam treinamento de 250 a 300 horas na Arkhademia durante três meses.



    Origem
               
    Uma das primeiras empresas do mundo a adotar o conceito de universidade corporativa foi a General Motors, nos anos 1920. Na década de 1950, a GE seguiu o mesmo caminho. No Brasil, o modelo começou a ser usado na década de 1990, e hoje é cada vez mais comum. Uma das suas vantagens em relação ao ensino tradicional é a que os cursos corporativos são mais alinhados às demandas específicas da empresa, além de funcionar como uma ferramenta de atração e retenção de talentos.

    FONTE: IG ECONOMIA