sexta-feira, 11 de maio de 2012

“Daqui a um mês vamos reavaliar os juros”, afirma Caixa

Banco sinaliza com novos cortes nas taxas se reduções já realizadas baterem a meta de "roubar clientes" de concorrentes

Nivaldo Souza, iG Brasília |
Após realizar ontem uma nova redução em taxas de juros, a Caixa Econômica Federal promete manter o ritmo de queda nas alíquotas de empréstimos e financiamentos dentro do Programa Melhor Crédito. “Daqui a um mês vamos avaliar os resultados para ver se houve crescimento da base de clientes em escala e novos negócios (para fazer novos cortes nos juros)”, afirma o diretor de pessoa jurídica, Roberto Derzie.

Em entrevista ao iG Economia, embora evite formalizar a promessa, o executivo sinaliza que “não está na hora da diretriz recuar” na direção de reduzir as alíquotas. Ele indica que o crescimento de 39,2% na concessão de crédito no primeiro mês do Caixa Melhor Crédito respalda uma nova investida contra os juros. “O primeiro balanço sinaliza que estamos na trajetória esperada”, avalia Derzie. “E não vamos voltar atrás e aumentar taxas que já baixamos”, afirma.




A postura agressiva contra os juros além de atender demanda expressa da presidenta Dilma Rousseff, como parte da estratégia do Planalto para pressionar a queda no spread do sistema financeiro, é acompanhada pela meta interna de ampliar o número de clientes. “Estamos em numa trajetória onde podemos duplicar a base de clientes”, garante.

O presidente da Caixa, Jorge Hereda, disse recentemente que a meta é somar 2 milhões de novos clientes até o final deste ano.



Portabilidade para empresas
A oferta de taxas menores sobre o crédito e o financiamento ganha, assim, peso para "roubar" clientes de concorrentes interessados na portabilidade que garante ao consumidor o direito de migrar de banco. "É muito caro roubar um cliente de outro banco", observa o diretor da Caixa.

As portabilidade empresarial também é alvo da investida do banco. Segundo Derzie, as empresas já aumentaram em 1.300% a contratação de crédito após a redução nos juros de linhas de capital de giro iniciada em abril, atingindo cerca de R$ 3,6 bilhões em volume de negócios.

Não à toa, a Caixa apresentou ontem alíquotas menores para antecipação de recebíveis de cartões de crédito (passa de 1,36% para 1% ao mês) de olho em empresas do ramo de varejo. Para atrair as contas de cartões usados pelos consumidores para pagar suas compras, o banco está oferecendo isenção de taxas por seis meses sobre o custo da operação de cobraça efetuada por empresas. Além disso, por três meses não irá cobrar o valor exigido para instalar a máquina necessária para o cliente pagar com cartão. “Queremos trazer novas empresas do comércio varejista para a Caixa”, diz Derzie.
O movimento acompanha o aumento na disposição de capital de giro, recurso emprestado para que a empresas tenham dinheiro à mão para administrar seu fluxo de caixa. A linha foi turbinada em R$ 8 bilhões em abril. “Estamos com um nível de R$ 200 milhões por dia em limite de crédito só no produto capital de giro”, conta.

A inadimplência temida pelos bancos privados, segundo ele, não é um risco. “Esse aumento não existiu na Caixa (desde a redução nos juros)”, garante o diretor.

fonte: IG ECONOMIA 

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