Presidente do Santander compara transformação do sistema bancário brasileiro à vivida pelo espanhol na década de 1990 e diz que instituições precisam mudar modelo de negócios
Os bancos brasileiros estão passando por um momento de grandes mudanças e terão que rever seus modelos de negócios para manter suas rentabilidades, afirmou nesta quinta-feira Marcial Portela, presidente do Santander Brasil.
"A indústria bancária está em mudança forte, que deve levar um período de 2 a 3 anos," afirmou o executivo, que atribui a transformação do sistema bancário ao cenário de juros e spreads (diferença entre o custo de captação dos bancos e o que cobram para emprestar) menores e de mudanças sociais no País.
Com isso, o executivo afirma que os bancos terão que "revisar os fundamentos do modelo de negócios que têm hoje". Ele acredita, por exemplo, que será preciso diversificar a atuação das instituições bancárias, com mais serviços para os clientes. "Hoje o banco trabalha mais com crédito, devemos ter mais serviços. Hoje trabalhamos mais com spreads, teremos que diversificar as receitas," afirmou.
Entre as evidências das mudanças, Portela destacou os juros mais baixos. "O primeiro alerta é a queda dos juros, que devem ficar em um dígito por mais dois ou três anos," disse. Com juros menores, o spread dos bancos também fica mais comprimido, o que afeta seus ganhos e seus resultados. "O segundo alerta é a transformação social do País muito forte entre as pessoas físicas, com novo consumidor com demandas que antes não tínhamos," acrescentou.
Espanha da década de 90
Portela comparou a transformação atual do sistema bancário brasileiro à atravessada pelo espanhol há 20 anos. "Essa mudança de cenário abre espaço para os bancos fazer uma virade de jogo como conheci no início da década de 90 na Espanha," afirmou durante conferência com analistas para comentar os resultados do banco no segundo trimestre do ano. "O Brasil está abrindo oportunidade de fazermos um modelo de negócios muito diferente," acrescentou.
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fonte; IG ECONOMIA
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