segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

No Tesouro Direto, a certeza de ganhar mais que a inflação


No Tesouro Direto, a certeza de ganhar mais que a inflação


As NTN-B, papéis indexados ao IPCA, vem ganhando espaço em um mercado pressionado pelas quedas na taxa Selic

Conheça a característica de cada tipo de papel do Tesouro Direto

LTN
Tem rentabilidade prefixada, ou seja, é definida no momento da compra. É ideal para cenários de juros com possibilidade de queda, pois a rentabilidade fica “presa” a um patamar elevado.

LFT
Pós-fixado (com o rendimento definido na data de vencimento), é atualizado diariamente com base na Selic. É indicado para cenários em que os juros têm perspectivas de aumento.

NTN-B Principal
É um título pós-fixado e seu rendimento é atrelado ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O investimento é indicado para quem quer se proteger da inflação. Paga juros só no vencimento do papel.

NTN-B
Semelhante à NTN-B Principal. A diferença é que o pagamento dos juros é feito por cupom semestral. Apresenta maior liquidez.

NTN-F
Sua rentabilidade é prefixada como a LTN, mas o pagamento dos juros se dá por meio de cupom semestral, da mesma forma que a NTN-B. Indicado para quem acredita que a taxa de juros da economia vai cair.

 
Como investir

A aplicação no Tesouro Direto, passo a passo.


1 Acesse o site do Tesouro Direto (www.tesourodireto.gov.br) e confira as modalidades de títulos (veja acima). Lembre-se que comprar um título equivale a emprestar dinheiro ao governo brasileiro e recolher juros sobre este valor.

2 Após entender como funcionam os títulos, é necessário escolher um agente de custódia – um banco ou corretora. Eles cobram taxas para fazer a operação. Na página do Tesouro há um link onde estão listados todos os agentes e os valores cobrados por cada um.

3 Com um agente e senha em mãos, você passa a ter acesso a uma área restrita do site onde poderá comprar os títulos. Você deve escolher a modalidade (atrelado à Selic, ao IPCA ou prefixado) e a data de vencimento do título. Quanto maior o prazo, maior o retorno. O investimento inicial pode ser de R$ 30 a R$ 1 milhão.

4 O acompanhamento pode ser feito online ou com o seu agente de custódia. Não é preciso esperar o vencimento do título para resgatar a aplicação. O Tesouro faz recompras de papéis às quartas-feiras. No entanto, se for preciso vender os títulos antes da data acordada, os títulos serão comercializados por valor de mercado.

5 O Tesouro conta com algumas ferramentas avançadas, que permitem realizar compras e vendas programadas com antecedência. Também existe a possibilidade de realizar reinvestimentos automáticos na data de vencimento dos títulos ou dos cupons.
 

Com rendimentos na casa dos dois dígitos fazendo parte do passado, ter na carteira de investimentos um papel garantido pelo governo que vai pagar inflação mais 4% ao ano até 2017 parece ser um bom negócio. Com rendimentos que variam de 2,95% a 4,6%, as Notas do Tesouro Nacional (NTN-B) têm sido uma alternativa interessante a outras alternativas de investimento conservador – como a popular poupança, que tem seus rendimentos diminuídos a cada queda na taxa Selic.

As NTN-B são atreladas ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Os investidores já notaram a atratividade desses papéis e o resultado tem sido um aumento na proporção desses papéis no total de negócios do Tesouro Direto. De janeiro a junho, o montante aplicado em NTN-B aumentou 21%, enquanto o total aplicado em títulos públicos cresceu 14%.

“Com juros em baixa, todas as aplicações de baixo risco estão com ganhos muito menores do que antigamente. Os NTNs são interessantes, pois garantem que o valor poupado não será corroído pela inflação”, explica o economista Humberto Veiga, autor do e-book O essencial sobre o Tesouro Direto. Ele alerta, no entanto, que os títulos normalmente têm uma série de taxas que encarecem a compra dos papéis. “É possível negociar com o banco para que ele ofereça tarifas mais em conta. Quanto maior o aporte, mais chances disso acontecer”, aconselha.

O professor de Finanças da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Pedro Piccoli relembra que, no ano passado, a rentabilidade foi ainda melhor, na casa dos 7%. “Mesmo que hoje as médias sejam de 3,5%, abaixo de patamares anteriores, as NTNs prevalecem diante de outros papéis”, explica.

Esses títulos contam com várias opções de vencimentos, cada qual com sua rentabilidade prevista. Mesmo com retorno maior, Piccoli explica que nem sempre os investimentos datados para longuíssimo prazo são boas opções. “Existem papéis que vencem em 2025, 2035 e até em 2050, mas são prazos muito extensos e é preciso ter muita segurança sobre o futuro da economia para se planejar desta forma” afirma. Ele explica que por 0,3% a menos, é possível investir em títulos que vencem em 5 anos.

Mesmo com uma relativa insegurança, os títulos a longo prazo cresceram 27% no primeiro semestre de 2012, frente aos 9% de aumento nos papéis de curto e médio prazo.

Piccoli pondera que o Tesouro é uma alternativa interessante para quem não precisa dos recursos em breve e pode planejar o retorno do que foi investido. “O problema é quando é preciso retirar o dinheiro antes do planejado. Nesse caso, o investidor vai receber um rendimento estipulado pelo mercado, que pode ser menor”, pondera o professor.



Publicado em 14/08/2012 | Pedro Brodbeck

fonte: Jornal Gazeta do Povo

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