segunda-feira, 11 de março de 2013

CORTE DE IMPOSTOS

Consumidor sentirá só parte do corte de impostos da cesta básica, dizem bancos

Para Bradesco, impacto será sentido já em março; Itaú prevê que carne terá maior queda

Vitor Sorano e Taís Laporta- iG São Paulo | - Atualizada às
 

Apesar dos pedidos do governo, a desoneração da cesta básica, anunciada pelo governo na última sexta-feira (8), chegará apenas parcialmente ao consumidor final, segundo economistas dos dois maiores bancos brasileiros e da Fundação Getulio Vargas (FGV).

 
 
 
 
 
 
 
 
 
O departamento de pesquisas econômicas do Bradesco projeta que dois terços da desoneração anunciada na sexta-feira serão repassados ao preço dos produtos. Esse impacto começará a ser sentido em março, mas apenas estará completamente integrado em maio. O Itaú Unibanco estima um repasse ainda menor, de apenas um quarto. Nesta segunda-feira (11), o ministro Guido Mantega, da Fazenda, defendeu que o benefício chegasse integralmente ao consumidor final.
 
Para o Itaú, os impactos maiores deverão ocorrer nos preços da carne e do açúcar. O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Fernando Yamada, previu que a carne, que deixou de pagar 9,25% de PIS/Cofins e 5% de IPI, ficaria 6% mais barata. Os demais produtos, cerca de 3%.
“(O repasse menor) acontece porque o varejo há outros custos, como aluguel, energia e propaganda, que não estão se alterando”, argumenta Salomão Quadros, superintendente-adjunto de Inflação do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas.
 
Isso acontece porque o varejo há custos, como aluguel, energia, propaganda, que não se alteram
Na sexta-feira (8), quando anunciou o fim das alíquotas de 9,25% do PIS/Cofins e de 5% do IPI para todos os produtos da cesta básica, a presidente Dilma Rousseff disse contar com empresários para que isso significasse uma redução de "pelo menos" 9,25% no preço das carnes, do café, manteiga, do óleo de cozinha, e de 12,5% na pasta de dentes e nos sabonetes, entre outros.
 
 
 
 
Eficiência limitada na inflação

Zerar os impostos federais da cesta básica é mais uma das estratégias do governo federal para conter a alta da inflação – hoje em 6,31% ao ano, beirando o teto da meta de 6,5% – sem ter que subir os juros. Mas o repasse parcial significa também que a eficiência da medida será mais tímida do que o possível.

O Bradesco estima que o corte dos impostos significará um impacto de -0,4 ponto percentual no IPCA no curto prazo. Se toda a desoneração fosse de fato repassada, a influência seria de -0,6 ponto percentual. Para o Itaú, a medida, em vez do 0,48 ponto, tirará 0,12 do índice – o banco, inclusive, reviu para cima sua expectativa de inflação para março.

“Numa primeira avaliação, o impacto sobre o IPC-BR (FGV) será de aproximadamente -0,3 ponto percentual. Este impacto vai ocorrer ao longo do tempo, à medida que os produtos desonerados na indústria cheguem ao varejo”, diz Quadros.

Para o economista-chefe do BB-DTVM, Marcelo Arnosti, se as medidas do governo não forem suficientes para conter aumento da inflação nos próximos meses, há espaço para uma correção moderada da taxa Selic. “Os juros devem voltar a subir entre 100 e 150 pontos-base este ano”, estima. (BB-DTVM).

FONTE: IG ECONOMIA

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