economia
BC aumenta Selic para 9,5% ao ano
Copom aumenta Selic para 9,5% ao ano
Essa é a quinta alta consecutiva da taxa básica de juros, após ciclo expressivo de queda
O Comitê de Política Monetária (Copom), ligado ao Banco Central
(BC), aumentou a Selic em 0,5 ponto percentual, para 9,5%, nesta quarta-feira
(9), na quinta alta consecutiva após um ciclo de queda que terminou em outubro
de 2012. A Selic (taxa básica de juros) influencia nos juros cobrados em
empréstimos e na remuneração a investidores, por exemplo.
A decisão foi unânime e o motivo, o combate a inflação, segundo o
comitê.
"O Comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a
inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano",
informou o Copom, em nota.
A elevação era esperada. Os analistas de mercado ouvidos pelo BC
para a elaboração do último Boletim Focus, divulgado na última segunda-feira
(7), previam uma Selic de 9,50% neste mês e de 9,75% ao fim do ano.
Como principal instrumento da autoridade para combater a inflação,
a Selic entrou em trajetória de alta depois de os preços começaram a subir com
velocidade e forma inadequadas em relação à meta de 2013 – centro de 4,5% e teto
de 6,5% – estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que reúne o
governo e o Banco Central.
Até junho, a inflação anualizada estava acima do teto de 6,5%,
segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE. Embora
a meta se refira ao acumulado do ano, esse indicador pode ser lido como um
indício de que a alta de preços tem ocorrido em níveis mais elevados do que o
desejado.
Em relação a 2014, a expectativa dos analistas para o Focus é que a
inflação fique em 5,95%, e a meta também é de 4,5% (teto de 6,5%).
Durante uma palestra em Londres, em 3 de outubro, o presidente do
Banco Central, Alexandre Tombini, disse
que a inflação está "sob controle."
"Nossa visão é que progredimos no campo da inflação, e desde o pico
de junho conseguimos reduzir a inflação", disse Tombini na ocasião. "Estamos em
um processo de reduzir a inflação. A inflação está sob controle."
Avaliação do mercado
Em nota, a Força Sindical afirma que a "a diferença entre o remédio e o veneno é a dose". Para Paulo Pereira da Silva, presidente da entidade, o governo está usando uma quantidade elevada "desse remédio" de forma desnecessária.
"Elevar a taxa Selic num momento que a atividade econômica patina, anda de lado e a inflação aponta tendência de queda é, no mínimo, estranho", critica Paulinho da Força.
Na mesma direção, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) informou, em nota, que o ciclo de alta da Selic já deveria ter acabado.
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a elevação da taxa Selic está "dentro das expectativas".
"É necessário que a política fiscal tenha um papel mais ativo no combate à inflação daqui para frente. O maior controle dos gastos públicos reduzirá a necessidade de atuação da política monetária e imporá menores custos ao setor produtivo", cita a CNI, em nota.
O novo aumento anunciado pelo Copom atrapalha a recuperação da economia brasileira, segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf: "É hora de baixar juros e aumentar o investimento público direto e em concessões."
Ele também afirmou acreditar que a decisão de elevar a Selic a 9,5% ao ano neutraliza o efeito positivo da desvalorização cambial para o setor produtivo. "O estímulo à produção nacional dado pela desvalorização cambial será anulado pelo aumento da taxa de juros", critica, destacando que a atual taxa de câmbio prejudica menos a produção nacional.
*Com Agência Estado
FONTE: IG ECONOMIA
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