quarta-feira, 9 de outubro de 2013

AUMENTO DA SELIC

economia

BC aumenta Selic para 9,5% ao ano


 
 

Copom aumenta Selic para 9,5% ao ano

Essa é a quinta alta consecutiva da taxa básica de juros, após ciclo expressivo de queda

iG São Paulo - | - Atualizada às

O Comitê de Política Monetária (Copom), ligado ao Banco Central (BC), aumentou a Selic em 0,5 ponto percentual, para 9,5%, nesta quarta-feira (9), na quinta alta consecutiva após um ciclo de queda que terminou em outubro de 2012. A Selic (taxa básica de juros) influencia nos juros cobrados em empréstimos e na remuneração a investidores, por exemplo.
 
A decisão foi unânime e o motivo, o combate a inflação, segundo o comitê.
 
"O Comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano", informou o Copom, em nota.
 
 

Em alta

Variação da taxa Selic
 
Fonte: Banco Central
 
 
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A elevação era esperada. Os analistas de mercado ouvidos pelo BC para a elaboração do último Boletim Focus, divulgado na última segunda-feira (7), previam uma Selic de 9,50% neste mês e de 9,75% ao fim do ano.
 
Como principal instrumento da autoridade para combater a inflação, a Selic entrou em trajetória de alta depois de os preços começaram a subir com velocidade e forma inadequadas em relação à meta de 2013 – centro de 4,5% e teto de 6,5% – estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que reúne o governo e o Banco Central.
 
Até junho, a inflação anualizada estava acima do teto de 6,5%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE. Embora a meta se refira ao acumulado do ano, esse indicador pode ser lido como um indício de que a alta de preços tem ocorrido em níveis mais elevados do que o desejado.
 
Em relação a 2014, a expectativa dos analistas para o Focus é que a inflação fique em 5,95%, e a meta também é de 4,5% (teto de 6,5%).
 
 
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Durante uma palestra em Londres, em 3 de outubro, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que a inflação está "sob controle."
 
"Nossa visão é que progredimos no campo da inflação, e desde o pico de junho conseguimos reduzir a inflação", disse Tombini na ocasião. "Estamos em um processo de reduzir a inflação. A inflação está sob controle."
 
 
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Avaliação do mercado

Em nota, a Força Sindical afirma que a "a diferença entre o remédio e o veneno é a dose". Para Paulo Pereira da Silva, presidente da entidade, o governo está usando uma quantidade elevada "desse remédio" de forma desnecessária.

"Elevar a taxa Selic num momento que a atividade econômica patina, anda de lado e a inflação aponta tendência de queda é, no mínimo, estranho", critica Paulinho da Força.

Na mesma direção, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) informou, em nota, que o ciclo de alta da Selic já deveria ter acabado.

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a elevação da taxa Selic está "dentro das expectativas".

"É necessário que a política fiscal tenha um papel mais ativo no combate à inflação daqui para frente. O maior controle dos gastos públicos reduzirá a necessidade de atuação da política monetária e imporá menores custos ao setor produtivo", cita a CNI, em nota.

O novo aumento anunciado pelo Copom atrapalha a recuperação da economia brasileira, segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf: "É hora de baixar juros e aumentar o investimento público direto e em concessões."

Ele também afirmou acreditar que a decisão de elevar a Selic a 9,5% ao ano neutraliza o efeito positivo da desvalorização cambial para o setor produtivo. "O estímulo à produção nacional dado pela desvalorização cambial será anulado pelo aumento da taxa de juros", critica, destacando que a atual taxa de câmbio prejudica menos a produção nacional.


*Com Agência Estado

FONTE: IG ECONOMIA

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