14 comportamentos inaceitáveis em uma
entrevista de emprego
Pequenos cuidados constroem uma primeira impressão perfeita.
Veja quais são as atitudes que podem diminuir suas chances e saiba como
evitá-las
Bianca
Castanho- iG São
Paulo|
Por se tratar de uma fase cheia de análises e desafios, o
comportamento de cada candidato na entrevista de emprego pode ser a diferença
entre ser contratado ou não. Segundo a psicóloga e consultora organizacional
Meiry Kamia, “55% da comunicação é expressa de maneira corporal e facial. Tem
mais 38% de tom de voz e só 7% da maneira de se expor é com palavras. A
comunicação não é o que se diz, e sim como se diz”.
O exame do candidato começa antes do encontro com o avaliador, já
na confecção do currículo. “Um currículo atrativo e direcionado para aquilo que
está buscando é o mínimo para poder chegar ao processo seletivo. Os avaliadores
vão ver se o candidato tem o perfil da vaga, se a parte técnica é compatível.
Tem a questão do vocabulário: currículos com erros de português nem chegam a ir
para frente”, ensina o consultor de recursos humanos Robson Zukurov. Para evitar
esses equívocos, Zukurov indica adotar a leitura como hábito. Além de melhorar a
escrita, enriquece o vocabulário e a maneira de se expressar.
Uma vez selecionado para a entrevista presencial, o escolhido
precisa estar preparado. Procure saber mais sobre a empresa, qual a missão e os
valores pelos quais ela se guia. Normalmente, é fácil encontrar essas
informações no site da entidade. “Uma empresa não quer alguém que só quer o
salário, ela procura uma pessoa que vista a camisa e cresça em conjunto”,
explica a psicóloga Meiry.
A primeira impressão é a que fica
Evite ao máximo chegar atrasado. Esse descumprimento do horário previamente
combinado passa a impressão de irresponsabilidade e desinteresse na vaga. Caso
ocorra um imprevisto que impossibilite a chegada, ligue imediatamente avisando.
“Hoje a gente é menos rígido que antigamente. Se for chegar atrasado e avisar,
não diminui tanto as chances na entrevista. Porém, chegar antes é mais bonito e
garante mais pontos, obviamente”, diz a headhunter Sheila Nowicki.
A análise do candidato começa já na sala de espera. O avaliador repara na
postura do concorrente, se ele está afobado ou relaxado. “Chegar em cima da hora
também dá a impressão de afobação, que pode atrapalhar. Segurança é tudo”,
comenta o consultor Zukurov. Além disso, o que se faz enquanto espera também faz
diferença. Ler um livro ou ficar jogando joguinhos no celular com fones de
ouvido causam primeiras impressões diferentes. “É importante desligar o celular
antes mesmo de entrar na sala para a entrevista”, diz.
Não se esqueça de usar o bom senso na hora de escolher a vestimenta para a
ocasião. Uma boa dose de caretice não faz mal. “Prepare-se como se fosse
encontrar com uma pessoa especial, para quemvocê precisa passar uma imagem. É
melhor pecar pelo pudor que pelo excesso”, aconselha Meiry.
Para os homens, o visual todo social é a melhor opção: camisa, sapato e calça
social. Caso saiba que o lugar é mais formal, não hesite em adicionar um
paletó.
As mulheres têm mais opções, mas nem por isso devem abusar. Maquiagem leve,
acessórios discretos, calça social, terninho e sapatos fechados são escolhas
acertadas. Vestidos mais compridos e com cores sóbrias também são maneiras de
variar sem perder a seriedade. “O perfume muito forte também é uma má escolha.
Tudo que for mais perto do tradicional vai fazer o entrevistador ter mais
atenção na sua história do que na sua aparência”, ensina a headhunter
Sheila.
Na sala de entrevista
Na hora em que for convidado para começar a entrevista, marque o
seu território: um aperto de mão firme e decidido mostra personalidade. Quando
for conversar com o recrutador, não desvie o olhar e mantenha a postura, sem
sentar de lado. “É importante demonstrar interesse no projeto que está sendo
apresentado pelo entrevistador”, explica Sheila.
A psicóloga Meiry indica a adoção de uma linha de raciocínio para
responder as perguntas do entrevistador. “Procure pensar o quanto você pode
agregar a empresa e o quanto a empresa pode agregar a você”. Seguindo esse
caminho, fica mais fácil encontrar respostas para as perguntas consideradas ‘de
praxe’ pelos especialistas: quais os defeitos e qualidades do candidato, quais
os planos de carreira, como a experiência anterior pode influenciar na
próxima.
Seja sincero. Não queira passar uma imagem que não é a sua. “Se o seu inglês
não é fluente, não diga que é. Ao mentir, depois você vai ter que ‘dar um
jeito’, e o resultado por ser um desastre”, aconselha Sheila Nowicki.
Não esqueça que o avaliador não é seu amigo. Então, deixe de lado os
problemas pessoais e foque no que diz respeito à sua experiência e aos seus
objetivos profissionais. Na hora de contar sua trajetória, procure mostrar como
as outras empresas enriqueceram a sua formação, e em hipótese alguma fale mal de
seu antigo empregador. “A impressão que passa é de uma pessoa imatura, que não
sabe dar valor ao aprendizado que teve”, exemplifica Meiry. Gírias e palavrões
também devem ficar de fora.
Não é uma gafe perguntar sobre o salário. Porém, é preciso saber a hora certa
de tocar nesse assunto. “Normalmente, os recrutadores vão mencionar o salário.
Caso contrário, espere até o final da entrevista para perguntar”, aconselha
Sheila. É importante não ficar perguntando o tempo todo a respeito da
remuneração. “Uma pessoa que está mais preocupada com a folha de pagamento tem a
tendência de se desmotivar mais rápido com o trabalho. As empresas querem
pessoas animadas, vivas, com atitude, que podem agregar e que realmente gostam
do que fazem”, finaliza a consultora organizacional Meiry.
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