domingo, 31 de maio de 2015

FIFA x UEFA x ESTADOS UNIDOS



Blatter denuncia conspiração de americanos contra ele e 'ódio' da Uefa







Foto: AFP


Joseph Blatter, presidente da Fifa, em 30 de maio de 2015 em Zurique






Na manhã deste sábado, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, concedeu a primeira entrevista coletiva após a reeleição ao cargo durante o Congresso da entidade em Zurique, na Suíça.


O suíço afirmou que as investigações do FBI que levaram à prisão de alguns parceiros da associação, dentre eles o vice-presidente da CBF José Maria Marin, na manhã da última quarta-feira, foram uma maneira de tentar interferir no Congresso e em sua reeleição.





"Ninguém venha me dizer que o fato de esse ataque norte-americano ter acontecido dois dias antes das eleições da Fifa foi uma coincidência. Isso não me cheira bem, pois toca tanto a mim quanto à Fifa", bradou o presidente, que vê certa "mágoa" dos Estados Unidos com ele, já que o país se candidatou a sediar o Mundial de 2022 e acabou sendo derrotado pelo Catar.





"Não que eles somente quisessem denegrir minha imagem, mas porque eles escolheram um momento certo. E aí eles pensaram, ‘vamos boicotar o Congresso’. Porém, onde estamos? Onde está o espírito desportivo? Existem sinais que não podem ser ignorados. Os americanos foram candidatos à Copa de 2022 e perderam", acusou.
 
As prisões realizadas em solo suíço também irritaram Blatter. "Se eles têm algum crime financeiro que diz respeito aos cidadãos norte-americanos, então eles devem prender pessoas lá, e não em Zurique, onde estamos tendo um congresso", declarou.





Além dos norte-americanos, a Uefa é outra opositora assumida a Blatter, e o presidente da entidade, Michel Platini, deixou claro o apoio à candidatura de Ali Bin Al Hussei, príncipe jordaniano que disputou as eleições com o suíço. O mandatário reeleito acusou os europeus de "ódio" contra ele, e denunciou uma possível campanha da imprensa para desestabilizá-lo.





"Os jornalistas fizeram um acordo: Blatter fora. É um ódio de não somente uma pessoa, mas de uma entidade, a Uefa, que não aceita o fato de eu ser presidente desde 1998. EU perdôo a todos, mas não me esqueço", concluiu o presidente.



Ao todo, catorze pessoas foram indiciadas pelo FBI acusadas de fazerem parte de um esquema criminoso que teria movimentado cerca de 150 milhões de dólares (aproximadamente 476 milhões de reais) em suborno envolvendo empresas de marketing esportivo e direitos de transmissão durante 24 anos.


Além de José Maria Marin, dentre os indiciados estão Jeffrey Webb, presidente da Concacaf, Eugenio Figueiredo, homem forte da Conmebol, e Nicolás Leoz, que presidiu a entidade sul-americana durante 27 anos.

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