quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

COMPANHIA AÉREA OFERECE OPORTUNIDADE DE FAZER SEXO NAS ALTURAS

Por cerca de R$ 730 em voo de uma hora casal tem direito à cama, champagne, chocolate e também à discrição do resto da tripulação

BBC Brasil | 22/02/2012 08:32


Uma empresa aérea da cidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, oferece aos seus passageiros a possibilidade de fazer "sexo nas alturas".

A Flamingo Air, que opera voos em jatos, promete em seu site uma experiência que o cliente "nunca se esquecerá".

A ideia surgiu de uma aposta entre os pilotos da companhia aérea. Eles apostaram que ninguém conseguiria convencer sequer um casal a pagar por uma viagem de jato.

Em 1991, eles passaram a oferecer o serviço "especial". Desde então, segundo a Flamingo Air, milhares de passageiros já passaram pela experiência.

A aposta acabou se transformando em uma oportunidade de negócios. A empresa cobra US$ 425, ou cerca de R$ 730, pela suíte.

Por essa tarifa, um casal tem direito à cama, champagne, chocolate e também à discrição do resto da tripulação, já que a única coisa que separa a suíte da cabine do piloto é uma cortina.

No entanto, a companhia aérea afirma que a discrição é total, já que o piloto passa o tempo todo com fone de ouvidos.

O capitão David McDonald, que pilota muitos dos voos, promete discrição total. No entanto, ele revelou ao site da rede de TV de Cincinnati WCPO que já foi atingido por um salto alto e por uma rolha de champagne.

A empresa afirma que 90% das reservas da companhia são feitas por mulheres, que buscam uma experiência romântica diferente.

O voo dura uma hora e os clientes podem escolher entre alguns itinerários. A época de maior demanda pelo serviço são os dias próximos ao Dia dos Namorados.

FONTE: IG ECONOMIA

KHAIR: “ACREDITO QUE O GOVERNO MEXA NAS REGRAS DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS AINDA NO PRIMEIRO SEMESTRE”

Entrevista | 06:06

Um dos maiores especialistas em finanças públicas no país e ex-secretário de Finanças de São Paulo, o economista Amir Khair acredita que o governo ainda tem “muita bala na agulha” para enfrentar a crise mundial e garantir um crescimento maior em 2012

No entanto, vê como medida fundamental enfrentar a “distorção” entre a taxa básica de juros e as taxas praticadas pelo mercado. Apenas reduzir a Selic, cortar despesas e garantir o superávit primário, segundo afirma nesta entrevista ao Poder Econômico, é pouco. Khair alerta ainda para as – boas – conseqüências de um país com juros de um dígito: “Acredito que o governo mexa nas regras de aplicações financeiras ainda no primeiro trimestre”.

Poder Econômico – Qual análise sobre o anúncio pelo governo de corte de R$ 55 bilhões no Orçamento?

Amir Khair – Tecnicamente, o governo precisa fazer o corte. O tamanho vai ser definido no decorrer do ano de acordo com a arrecadação, com a receita projetada para 2012. Ou seja, o corte pode ser maior ou menor. Essa calibragem é importante para o cumprimento do superávit primário [3,1% do PIB, segundo meta do governo]. Eu acredito que o governo vá cumprir o prometido. Conheço a equipe econômica e sei que, se seus integrantes falam que vão cumprir, vão cumprir.  O mais importante, porém, é a meta de resultado nominal, aquele que inclui os juros. Não levar em conta os juros é tapar o sol com a peneira. Os juros ainda serão pesados esse ano. Aposto que a taxa básica termine o ano em torno de 8%.

Poder Econômico – Mas e a inflação?

Amir Khair – O Ministério da Fazenda e o Banco Central já estão convencidos, só não podem revelar explicitamente, que para estimular o consumo os juros têm menos efeito do que as medidas macruprudenciais. Não é a Selic que controla o consumo. Aos poucos isso vai sendo reconhecido pelos analistas. No momento em que isso ficar mais claro, as taxas de juros para o tomador final cairá. A nossa maior distorção econômica não é a Selic, é a taxa de juros ao consumidor.Isso é que vai estimular o crescimento e, logo, ampliar a arrecadação. Sobre inflação: em 2012 a tendência é de preços internacionais comportados. A crise impedirá ampliação de exportações pela China, o mercado americano não comportará aumento de consumo amplo, logo, a inflação de fora não ocorrerá. Por aqui, a inflação é de serviços, taxas administradas e taxas de juros na ponta.

Poder Econômico – Como resolver o descasamento entre Selic e juros de mercado?

Amir Khair – O governo é que manda nos bancos públicos. E pode fazer. O ex-presidente Lula chegou a demitir um presidente do Banco do Brasil que resistiu baixar os juros finais.Sofreu críticas. O tempo mostrou que estava certo. O que determina o lucro do banco não é o juro alto, mas o volume de crédito. O volume aumentou e a inadimplência no Banco do Brasil caiu. Vê o balanço. Está lá. Hoje, pega o ranking. O BB e a Caixa [Econômica Federal] estão se destacando. Tenho dúvida que o governo trilhe esse caminho. Mas precisa afinar os bancos públicos à sua política. Uma medida que seria eficaz é uma política diferenciada de depósito compulsório. O banco que praticar taxas menores tem obrigações menores no compulsório [o montante de recursos que os bancos são obrigados a deixar no Banco Central]. Isso o Conselho Monetário Nacional pode fazer.

Poder Econômico – Como vê as medidas tributárias setoriais?

Amir Khair – São de baixa eficácia. Funcionam um pouco. Mas o impacto é pequeno. O governo tem muita bala na agulha. Ainda pode fazer muita coisa para enfrentar a crise e estimular a a economia. O fundamental é entender que só baixar os juros básicos é pouco. Promover corte de gastos há limite. O governo vai cumprir o superávit primário para atender o mercado. É importante. Mas deve olhar o superávit nominal. Não pode deixar o esforço fiscal ser comido pelos juros e ainda a distorção entre o básico e o mercado impedir o crescimento.

Poder Econômico – Como vê o impacto da redução dos juros nas aplicações financeiras?

Amir Khair – Vão ter que mexer. Isso o governo está vendo. É o caso da poupança, das aplicações de renda fixa. Não pode deixar que os investidores migrem para outras aplicações. Acredito que o governo mexa nas regras de aplicações financeiras ainda no primeiro semestre. Mas tudo tem que ser articulado. O governo não pode cometer o mesmo erro do ano passado, quando segurou as macroprudenciais até setembro. O estrago já estava feito. Agora há a imposição de um crescimento de 4,5% do PIB este ano. Não podemos crescer 2,8%, o mesmo que um Estados Unidos em plena crise. Nós estamos mal pra burro. Acredito que a presidente Dilma não deixará que isso se repita em 2012.



terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Aposentados, sim, mas com muito orgulho

Eles saíram - ou estão saindo - de linha, e ainda carregam bons argumentos de compra. Veja se algum desses seminovos faz sua cabeça

Ricardo Meier/ Ícaro Bedani | 20/2/2012 09:31

Chevrolet Astra
Divulgação
Embora antigo, o Astra ainda tem um bom custo-benefício

Não dá para reclamar da quantidade de lançamentos que chegarão ao Brasil em 2012 – só nossa contagem passa de 70 novidades entre modelos inéditos e reestilizações. Isso significa que muitos veículos até então bem conhecidos do consumidor passaram ou passarão a condição de aposentados – ao menos nas concessionárias dessas marcas.

Nada disso significa que eles perderam a aura de interesse. Há uma boa safra de carros no mercado de usados que alia um pacote generoso de equipamentos com preço mais acessível. Para mostrar alguns desses veículos que ainda atraem olhares apesar das rugas nos olhos, iG Carros separou oito modelos que saíram de produção recentemente ou estão com os últimos exemplares zero km sendo oferecidos nas lojas.
Chevrolet Astra – Advantage manual 2011 - Desvalorização no 1º ano: 11,6%

O “Astrão” é um exemplo de robustez na terceira idade. O motor 2.0 de 140 cv e 19,6 kgfm de torque cumpre bem seu papel e não deixa nada a desejar para os carros mais novos do mercado. Além disso, o espaço interno e a posição de dirigir lembram os bons tempos da Chevrolet. Uma das desvantagens, porém, é a desvalorização. Em um ano, você não perderia tanto dinheiro, porém, com o passar do tempo, ele vai para 13,5% e depois é ladeira abaixo.

Veja mais: galeria de fotos dos modelos aposentados

Chevrolet Vectra – Elegance automático 2011 - Desvalorização no 1º ano: 7,9%
O Chevrolet Vectra fez história no Brasil. E não é difícil encontrar pessoas que ainda procurem o sedã, mesmo sabendo que ele foi substituído pelo Cruze. A última geração que foi às lojas também esbanjava conforto e robustez. O bom motor 2.0 de 140 cv anda muito bem, porém, compensa de forma negativa no consumo elevado, principalmente nas versões com câmbio automático.

Fiat Stilo – Attractive 2011 - Desvalorização no 1º ano: 12,8%
Lançado em 2002, o Fiat Stilo foi por um bom tempo um dos sonhos de consumo de alguns jovens do país. O visual esportivo e a boa dirigibilidade, somado a algumas séries especiais, fizeram com que o hatch médio ganhasse um bom espaço nas vendas até 2010, quando sua produção foi descontinuada. Um dos casos que mais chocou o Stilo foi a roda traseira que “voava”, devido ao cubo de ferro que podia quebrar, gerando um recall. O motor 1.8 de 8V era bom e oferecia 114 cv, juntamente com o câmbio manual de 5 marchas. Vale lembrar que ele foi o primeiro carro a receber o câmbio automatizado Dualogic. Uma boa opção para quem pretende comprar um carro usado, porém, ainda em dia com o visual.

Honda Civic (8ª geração) – LXL automático 2011 - Desvalorização no 1º ano: 2,7%
O Civic lançado em 2006 tem uma grande vantagem. Como seu sucessor, lançado este ano, pouco mudou visualmente, quase ninguém vai dizer que ele envelheceu. O sedã tem um bom pacote tecnológico – motor i-VTEC, transmissão de cinco velocidades, airbags e ABS de série -, mas deve alguns itens mais recentes como ar dual-zone e Bluetooth. Também não é indicado para quem precisa levar muita bagagem – são apenas 340 litros, menor que o de alguns hatches. A versão LXL tem uma desvalorização bem pequena no primeiro ano, de 2,7%, segundo a Fipe.

Hyundai Azera – 3.3 2011 - Desvalorização no 1º ano: 17,7%
Se você já viu alguma propaganda da Hyundai, deve saber que, segundo a marca sul-coreana, este é o “melhor, dos melhores sedãs do mundo”. Bom, não é bem assim. O Azera é um bom carro, grande e espaçoso. O bom motor 3.6 V6 também vai muito bem. Porém, é preciso torcer para ele não quebrar, já que as peças são mais difíceis de serem encontradas. Outro problema claro é a desvalorização, a maior desta lista. A perda de dinheiro é iminente.
Hyundai Azera
Divulgação
Bem equipado e potente, sedã perde muito valor ano após ano

Kia Picanto – 1.0 automático 2011 - Desvalorização no 1º ano: 10,8%
Completo e compacto, o Kia Picanto é uma tacada certa para quem prefere um carro mais urbano, menos beberrão e mais jovem. Porém, ele padece dos mesmos problemas do Azera: as peças são caras, a revenda é complicada. Além disso, esta versão com câmbio automático não é tão ágil quanto a manual. Ele também é bem apertadinho e, caso você não seja uma pessoa solteira ou que ande no máximo em dois dentro do carro, o risco do aperto é grande. 
Peugeot 307
Divulgação
Peugeot 307: ainda belo, mas com desvalorização acentuada

Peugeot 307 – 2.0 Presence automático 2012 - Desvalorização no 1º ano: 5,7%
O Peugeot 307 é uma alternativa para quem preza pelo conforto e o status das marcas importadas, isso sem pensar em desvalorização ou manutenção. Ele foi vendido desde 2002 até 2011 e agora a Peugeot aguarda a chegada do novo 308 para substituí-lo. Por esse motivo, a desvalorização do hatch ainda é pequena, porém, ele padece do mesmo mal do Astra e chega a perder 14,7% em 3 anos. Ele leva bem quatro pessoas (apesar de ter lugar para cinco) e tem um porta-malas de 429 litros.

Volkswagen Jetta – 2.5 automático 2011 - Desvalorização no 1º ano: 14,6%
É claro que esses 14,6% aí em cima assustam. Mas, o Jetta antigo era uma bela máquina. O motor 2.5 20 V despejava 170 cv e 58,4 kgfm de torque, em conjunto com o câmbio Tiptronic . Nada mal para um alemão fora de linha. O entre-eixos de 2,58 m é modesto para o segmento, mas o bom acabamento e ótima lista de itens de série compensam. Um dos grandes problemas que rondam todos os carros da Volkswagen é o seguro. Neste caso não é diferente e é bom preparar o bolso.

Desvalorização segundo a Tabela Fipe

FONTE: IG CARROS

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

CANSOU DO CHINELO? ENTERRE-O

Concorrente das Havaianas, Amazonas Sandals lança produto biodegradável de olho no mercado externo, que já responde por 35% de suas vendas

Danielle Brant, iG São Paulo | 17/02/2012 05:30

O nome em inglês e a decisão de lançar a marca primeiro no exterior poderiam ser um indício de que a Amazonas Sandals surgiu com foco no exterior. Mas, segundo Ariano Novaes, diretor de marketing da empresa, o objetivo é mesmo crescer no mercado doméstico.

Ariano Novaes posa com os produtos da marca Amazonas Sandals: apelo ambiental para concorrer com a Havaianas

“O nome Amazonas é muito Brasil, e criamos um produto que aposta em estampas com motivos e cores da Floresta Amazônica, aliando design e conforto”, afirma.

Veja: Arezzo estuda o futuro além dos calçados

Mas os números confirmam a intenção de internacionalizar a marca: 35% da produção da Amazonas Sandals têm como destino o mercado externo. Os principais compradores são Itália, França, Austrália, Croácia, Estados Unidos e até Cuba, mas a empresa exporta também para países asiáticos como China, Japão e Coréia do Sul. Em um contexto de crise, pode parecer temerário apostar no mercado europeu, mas Novaes vê oportunidade de crescimento em meio às turbulências internacionais.

“A crise é muito subjetiva. Nós tivemos uma boa recepção quando lançamos o produto, em junho. É a novidade, tem o apelo do design e da sustentabilidade. O cliente se motiva a comprar”, diz o diretor de marketing da marca.


Diferenciada

Já no mercado doméstico, a palavra de ordem é diferenciação. Para isso, a marca criou duas linhas sustentáveis: a eco-rubber, feita com borracha reciclada, e a bio-rubber, com material biodegradável.


Linha bio-rubber: cansou do modelo, é só enterrar
As sobras de borracha utilizadas para produzir a eco-rubber são encontradas em duas fábricas do grupo, localizadas em Franca (SP) – onde nasceu o Grupo Amazonas – e João Pessoa (PB). Como esse tipo é feito de borracha sintética, demora cerca de 500 anos para se decompor.

Já o material biodegradável é produzido em João Pessoa. E é nele que a empresa aposta forte. “Nós produzimos a primeira borracha biodegradável vulcanizada. A fonte principal do solado é o látex natural, proveniente das seringueiras da Amazônia e que se degrada em cinco anos”, explica.

Mas sem alarmes. A sandália não vai se desintegrar enquanto estiver guardada no armário, garante Novaes. “Ela precisa ser descartada em um ambiente com água, gás carbônico e terra para se decompor, tipo um aterro sanitário”, explica. Apesar de toda a preocupação com a sustentabilidade, o diretor de marketing diz que a empresa quer fugir do estigma de “eco-chato”, e, para isso, investe em cores e estampas que remetem à vivacidade da Amazônia.


Concorrência

As comparações com a Havaianas são inevitáveis. Mas, segundo Novaes, bem-vindas. “A Havaianas detém o mercado, sempre vai ser a número um. É um case de sucesso. Nós a temos mais como referência do que como concorrente”, afirma.

O design dos modelos ‘verdes’ lembra muito o da rival, e a empresa ainda produz duas linhas cuja base é a borracha vulcanizada: a Fun, lisa, e a Enjoy, estampada. Ambas são fabricadas em João Pessoa.

Leia: Alpargatas, dona da Havaianas, quer crescer no exterior

Para Marcos Hiller, coordenador do MBA em Gestão de Marcas da Trevisan Escola de Negócios, a empresa tem um desafio e tanto pela frente. “A Havaianas é um case tremendo de posicionamento de marca, porque ela, que era usada por pedreiros, passou a ser considerada uma das marcas mais valiosas do Brasil”, afirma.

Hiller acredita que, para enfrentar a Havaianas, a Amazonas Sandals vai precisar de “um caminhão de dinheiro e de celebridades”. “A causa ambiental é válida, mas vai roubar pouco público da Havaianas”, ressalta o especialista, que afirma que a empresa precisará investir em marketing a longo prazo para consolidar a marca.


Planos futuros

Solado da eco-rubber é feito com borracha reciclada

Com quatro meses no mercado doméstico, as projeções de expansão são infinitas, destaca Novaes. “Não temos histórico, então qualquer crescimento será grande”, ressalta. A produção do grupo inteiro é de 2,2 milhões de pares por mês. Mas a comercialização das quatro linhas ainda engatinha.

A marca, agora, quer fazer com que o produto chegue ao consumidor. Para isso, aposta na venda direta, em lojas como Pontal e Deny, e também na parceria com lojas de e-commerce, como a Netshoes.

O foco está voltado para as classes A e B. “As vendas para as classes C, D e E acabam sendo um reflexo, pois elas replicam aquilo que é consumido nas classes A e B”, ressalta Novaes. E o preço das sandálias com pegada ‘verde’ pode assustar. Os modelos de eco-rubber e bio-rubber podem custar de R$ 24,90 até R$ 58,90.

E para conquistar esse público e aproveitar para se consolidar ainda neste verão, a Amazonas Sandals está investindo em ações de marketing. Uma delas foi na Ilha de Caras, onde surgiu nos pés de celebridades. Agora, no Carnaval, organizou mais duas ações: uma no camarote do SBT e no da Banda Eva, em Salvador; e outra no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, no camarote da Brahma.

FONTE: IG ECONOMIA

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

MERCADO APOSTA EM NOVAS MUDANÇAS NA CADERNETA DE POUPANÇA

O mercado financeiro e economistas apostam em novas alterações nas regras da caderneta de poupança caso o Banco Central mantenha a política de redução da taxa básica de juros – apesar de a inflação dos últimos 12 meses estar em 6,22%.

Em 2009, o Ministério da Fazenda, depois de negar várias vezes a intenção de promover mudanças na aplicação mais popular do país, acabou anunciando, em maio, a cobrança de imposto de renda crescente para saldos acima de R$ 50 mil, sempre que a taxa básica de juros caísse a 10,25% ao ano. A regra vigora desde janeiro de 2010.

A intenção foi impedir a migração de capital especulativo para a poupança diante da perda de atratividade de outros investimentos. Funcionou. Em 2011, o saldo líquido ficou em R$ 14 bilhões, 63,3% menor que 2010.

Mas agora a meta é de Selic em um dígito e novas medidas precisariam ser adotadas. Um economista com acesso à equipe econômica revelou ao Poder Econômico que o tema está em discussão no governo, mas garante que as regras das atuais contas serão preservadas.

O  governo, segundo ele, estuda um tipo de regra de transição para novos poupadores.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Aposentadoria tem prazo de carência, confira

A carência é o tempo mínimo de contribuição que o trabalhador precisa comprovar para ter direito a um benefício previdenciário

Aline Cury Zampieri, iG São Paulo | 15/02/2012 05:43
A carência é o tempo mínimo de contribuição que o trabalhador precisa comprovar para ter direito a um benefício previdenciário. Varia de acordo com o benefício solicitado:


BenefícioCarência
Salário-maternidade (*)Sem carência para as empregadas, empregadas domésticas e trabalhadoras avulsas; 10 contribuições mensais (contribuintes individual e facultativo);
10 meses de efetivo exercício de atividade rural, mesmo de forma descontínua, para a segurada especial.
 
Auxílio-doença (**)12 contribuições mensais
Aposentadoria por invalidez12 contribuições mensais
Aposentadoria por idade180 contribuições
Especial180 contribuições
Tempo de contribuição180
Auxílio-acidentesem carência
salário-famíliasem carência
pensão por mortesem carência
auxílio-reclusãosem carência

Nota: (*)

- A carência do salário-maternidade, para as seguradas contribuinte individual e facultativa, é de dez contribuições mensais, ainda que os recolhimentos a serem considerados tenham sido vertidos em categorias diferenciadas e desde que não tenha havido perda da qualidade de segurado.
- Em caso de parto antecipado, o período de carência será reduzida em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado;
- Para o salário-maternidade nas categorias que exijam carência, havendo perda da qualidade de segurada, as contribuições anteriores a essa perda somente serão computadas para efeito de carência depois que a segurada contar, a partir da nova filiação ao RGPS, com, no mínimo, três contribuições, observada a legislação vigente na data do evento.
(**) Independe de carência a concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza e nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de doença ou afecção especificada em lista do Ministério da Saúde e do Ministério da Previdência Social.
 
FONTE: IG ECONOMIA

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

ECONOMIA INFORMAL PODE ENSINAR MUITAS LIÇÕES AO MUNDO EM CRISE, DIZ ESPECIALISTA

Para Robert Neuwirth, países deveriam aproveitar o potencial empreendedor dos trabalhadores informais para gerar crescimento

Ilton Caldeira, iG São Paulo | 14/02/2012 05:40


O contingente de 1,8 bilhão de trabalhadores informais no mundo todo, inclusive no Brasil, representa cerca de dois terços de toda a força de trabalho em idade ativa no planeta e movimenta aproximadamente US$ 10 trilhões anualmente, volume abaixo apenas do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, a maior economia do mundo. Mas segundo o especialista americano Robert Neuwirth, que pesquisa o desenvolvimento da chamada "economia das sombras" e tem diversos livros publicados sobre o tema, apesar do seu gigantismo esse segmento não é olhado com a devida atenção pelos governos e instituições de um mundo que atravessa uma grave crise econômica.

Entenda a crise econômica mundial

Governo espanhol reforçará luta contra fraude fiscal e economia informal

Na opinião de Neuwirth, a economia informal pode ensinar muitas lições ao mundo em crise. Para ele, vários vendedores ambulantes e comerciantes envolvidos na economia informal são verdadeiramente empreendedores que tomam riscos, investem capital, pesquisam e conhecem bem os mercados onde atuam. “Os países que encontrarem uma maneira de aproveitar essa forma espontânea de empreendedorismo estarão melhor posicionados para criar uma democracia econômica e para crescer e prosperar”, afirmou.


O especialista Robert Neuwirth: "O mundo nunca será 100% formalizado"
De acordo com ele, por estar associada muitas vezes a um conceito de atividade ilegal, as estruturas formais da sociedade não conseguem ver esse setor como um grande agente da economia mundial e forte gerador de empregos capaz até de, em alguns casos, atenuar impactos negativos da turbulência financeira e gerar um crescimento mais igualitário e sustentável. “A economia informal não é, na sua maior parte, ilegal. Ela é, como no caso da Rua 25 de Março, no centro de São Paulo, composta por pessoas que vendem produtos legais, mas sem uma licença formal para trabalhar”, disse.

"Margem de 30% no varejo é muito alta"

Em entrevista exclusiva ao iG, Neuwirth cita o exemplo da China que, segundo ele, também foi atingida pelos impactos da crise, mas como maior pólo de fabricação do mundo e principal fornecedor de produtos baratos para o mercado informal, conseguiu uma certa estabilidade na economia mesmo em um período de incertezas no cenário internacional.

“A China produz muita coisa que abastece o comércio informal, mas o país não está dirigindo esse mercado. A demanda do Brasil e de outros países com alta carga tributária, é que está impulsionando esse segmento no mundo”, disse.

Para ele, o crescimento da economia e a crescente geração de postos formais de trabalho em alguns países como o Brfasil, não são suficientes para reduzir o poder de fogo da informalidade. “Apesar do forte crescimento na economia formal no Brasil na última década, o setor informal permanece robusto e próspero”, disse. “O mundo nunca será 100% formalizado. Para as pessoas que nunca tiveram acesso ao ensino superior, o comércio informal de rua ainda oferece uma melhor possibilidade de sobrevivência do que os empregos formais criados recentemente”, acrescentou Neuwirth.

Funileiro, cabeleireira e jardineiro saem da informalidade

Qualidade do trabalho melhora para classes mais baixas

Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), divulgada no fim de 2011, mostrou que a “economia subterrânea” caiu de 17,7% do PIB em 2010 para 17,2% no ano passado. Em 2003, a participação do setor informal na economia era equivalente a 21% do PIB. Mas apesar da redução em termos percentuais, esse segmento movimentou R$ 653 bilhões no ano passado, algo como o PIB da Argentina e cerca de duas vezes o PIB do Chile.

De acordo com o especialista, economia informal é muito mais aberta e organizada no Brasil do que nos EUA ou na Europa e isso possibilita a inclusão social de dezenas de pessoas. “Em São Paulo houve um esforço muito grande na organização de cooperativas de catadores, por exemplo”, disse. “Em Nova York, moradores de rua podem recolher materiais recicláveis, mas não existe um sistema de cooperativas que lhes permita ter maior alcance e maior poder sobre suas vidas e o produto de seu trabalho”, acrescentou.

A seguir, os principais trechos da entrevista ao iG:

iG:Como o mundo, vivendo sob os efeitos da crise financeira desde 2008, pode aproveitar a força da economia informal de maneira positiva?

Robert Neuwirth: A economia informal não é, na sua maior parte, ilegal. Ela é, sobretudo, como no caso da Rua 25 de Março, no centro de São Paulo, composta de pessoas que vendem produtos legais, apenas em uma forma não registrada e sem uma licença para trabalhar. Quando a economia formal gira fora de controle, ou quando temos o estouro de uma bolha, muitas pessoas se voltam para esta atividade para sobreviver. A pergunta que os governos devem fazer não é como tirar esses vendedores ambulantes e quiosques da rua, mas, em vez disso, pensar em aproveitar o trabalho dessas pessoas para fazer a economia crescer. Isso seria sustentável, e poderia gerar um crescimento econômico igualitário.

iG: Com seus produtos baratos, a China pode ser considerada o grande motor desse mercado no mundo todo?

Neuwirth: A China é atualmente o centro de produção do mundo. E muitos dos produtos vendidos em mercados de rua foram fabricados lá. Mas a demanda vem de fora. O Brasil, por exemplo, é um país de imposto elevado e é a demanda brasileira que está impulsionando o negócio do contrabando que traz mercadorias da China livres de impostos através da fronteira do Paraguai. E essa demanda não envolve apenas produtos chineses. Muitos dos computadores e periféricos, um negócio estimado em US $ 1 bilhão anualmente, que entram no Brasil são produzidos nos Estados Unidos, no Japão ou em Taiwan. A China produz muita coisa que abastece o comércio informal, mas o país não está dirigindo esse mercado. A demanda do Brasil e de outros países é que está impulsionando esse segmento no mundo.

iG: A economia chinesa tem sentido menos os efeitos da crise, em parte por causa desse possível ganho com a informalidade no mundo todo?

Neuwirth: Sim. Eu diria que o fato de o setor industrial da China estar envolvido na economia informal deu-lhe alguma resistência durante a crise financeira. Milhares de pequenos fabricantes chineses foram obrigados a fechar quando a crise atingiu os EUA e a Europa. Algumas fábricas, entretanto, foram capazes de evitar o fim das suas atividades devido a demanda da economia informal. Então, nesse sentido, estar envolvido na economia informal ajudou a estabilizar a economia chinesa.

iG: O modelo informal será a base para a economia mundial?

Neuwirth: Sim, é possível afirmar isso. A história nos ensina que a economia informal é a economia original. Vendedores ambulantes estavam nas ruas muito tempo antes das lojas existirem no mesmo lugar. E, dado que, no total, a economia informal em todo o mundo vale aproximadamente US$ 10 trilhões, ela continua a ter um peso enorme na economia mundial e com grande participação nos fluxos financeiros globais.

iG: No Brasil, a informalidade vem caindo desde 2003, com a forte geração de postos formais de trabalho. Mas mesmo assim, esse mercado movimentou cerca de US$ 650 bilhões em 2011. Qual sua avaliação desse cenário?

Neuwirth: Se a economia informal do Brasil era de US $ 650 bilhões em 2011 ela segue sendo muito forte. O volume de negócios anual na Rua 25 de Março pode ser maior que o de muitas das maiores empresas do Brasil. Muitas pessoas fazem a sua vida a partir desse mercado e dão suporte a essa informalidade gerando postos de trabalho. Assim, apesar do forte crescimento na economia formal no Brasil na última década, a economia informal permanece robusta e próspera.

iG: A geração de empregos formais não é suficiente para reduzir a força da economia informal?

Neuwirth: Não. Por exemplo, como a economia formal cresce, as pessoas têm mais dinheiro, e assim o nível de demanda por bens de consumo contrabandeados através da fronteira do Paraguai tende a aumentar. E temos de olhar para onde os empregos foram criados no setor formal. Para as pessoas com ensino superior, o quadro econômico formal parece talvez menos desagradável agora. Mas para as pessoas que nunca tiveram acesso ao ensino superior, o comércio informal de rua ainda oferece uma melhor possibilidade de sobrevivência do que os empregos formais que foram criados recentemente.

iG: A economia informal deixará um dia de ser considerada uma atividade ilegal ou um lado menos nobre da economia mundial?

Neuwirth: Acho que isso já está sendo considerado e, no futuro, será algo normal. O mundo nunca será 100% formalizado. Ele sempre terá uma economia informal. A questão é como tentar trabalhar com os comerciantes e empreendedores informais. Não pode-se dizer que seja um lado menos nobre da economia. Quando o proprietário de um quiosque em uma favela vende amaciante, é o mesmo produto que é vendido em lojas formalizadas. Os comerciantes de rua conseguem o produto de distribuidores que compram diretamente da empresa que o fabrica. Na verdade, esse fabricante quer que os seus produtos sejam vendidos também nos quiosques. Então eu não vejo como esse negócio é de alguma forma menos nobre do que qualquer outro. A economia formal está quebrada. Pode produzir crescimento, mas não é igualitária ou sustentável. É por isso que o slogan do movimento Ocupe Wall Street “Somos os 99 %" é como uma poderosa acusação. A economia informal é mais ampla. Ela oferece mais oportunidade para as pessoas, especialmente aos que estão na parte inferior da pirâmide econômica.

iG: Quais as diferenças e semelhanças do modelo brasileiro de economia informal comparado com a economia informal na Europa e nos EUA?


Neuwirth: A economia informal é muito mais aberta e organizada no Brasil do que nos EUA ou na Europa. Você não encontra um mercado de rua em massa no centro de Nova York da mesma forma que no centro de São Paulo. Em São Paulo, todo mu2ndo sabe onde encontrá-lo. Em Nova York, este tipo de comércio é subterrânea. Você pode encontrá-lo em Chinatown, por exemplo, mas autoridades são muito menos tolerantes. Além disso, em São Paulo houve um esforço muito grande na organização de cooperativas de catadores, por exemplo. Em Nova York, moradores de rua podem recolher materiais recicláveis, mas não existe um sistema de cooperativas que lhes permita ter maior alcance e maior poder sobre suas vidas e o produto de seu trabalho.

iG: A economia informal está mais imune a crises financeiras?

Neuwirth: Sim e não. Sim, no sentido de que as pessoas muitas vezes podem sobreviver na economia informal quando a economia formal está em crise. Mas também é verdade que a demanda cai quando há uma crise econômica, e assim o valor total das vendas pode ir para baixo na economia informal também. Assim, a economia informal oferece resistência, mas não imunidade.

iG: A sociedade deveria aproveitar o talento empreendedor de quem ganha a vida na economia informal?

Neuwirth: Sim, eu acredito muito nisso. Muitos dos vendedores ambulantes e comerciantes envolvidos na economia informal são verdadeiramente empreendedores. Eles tomam riscos, investem capital e pesquisam o seu mercado. Os países que encontrarem uma maneira de aproveitar essa forma espontânea de empreendedorismo estarão melhor posicionados para criar uma democracia econômica e para crescer e prosperar no século 21.

iG: A Copa do Mundo e as Olimpíadas são dois grandes eventos que também estão no radar da economia informal. Como o Brasil pode lidar com essa questão da economia informal nos dois maiores eventos esportivos que movimentam milhões em vendas de produtos?


Neuwirth: É uma aposta certa que haverá muitos comerciantes de rua vendendo itens relacionados com a Copa do Mundo e o Jogos Olímpicos. Mas mercadorias pirateadas podem, de uma certa forma, funcionar como publicidade gratuita e termômetro de mercado. Então, eu não acho que o governo brasileiro deve tratar isso como um problema. As pessoas que querem os artigos legítimos saberão que os produtos vendidos na rua são pirateados e podem ser de menor qualidade. Quando eu fui pela primeira vez ao Brasil, em 2001, eu queria comprar uma camisa do Flamengo para meu primo. Mas eu sabia que ele ficaria triste se a camisa desbotasse ou encolhesse na primeira vez que fosse lavada. Então eu fui a uma loja oficial para comprar uma camisa que não fosse pirata. As pessoas vão fazer suas próprias escolhas sobre o que eles compram e onde compram. Grande parte dos itens pirateados acaba sendo comprado por pessoas que não podem pagar os altos preços praticados pelos revendedores oficiais. Eu não vejo por que impedir que as pessoas encontrem uma maneira de participar e se beneficiar economicamente com esses eventos.

FONTE: IG ECONOMIA