quarta-feira, 7 de março de 2012

PRODUÇÃO INDUSTRIAL ABRE 2012 EM BAIXA

Produção industrial cai 2,1% em janeiro

Queda foi de 3,4% em relação ao mesmo mês do ano passado; resultados ficam abaixo do esperado por economistas

iG São Paulo | 07/03/2012 09:07 - Atualizada às 09:55
Foto: AE
Baque na indústria automotiva: atividade 30,7% menor em janeiro por férias coletivas
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou hoje que a produção industrial brasileira teve uma queda de 2,1% em relação a dezembro e de 3,4% em relação a janeiro de 2011.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, além do número atual (-3,4%) ser o quinto resultado negativo consecutivo, o ano começa com o pior resultado desde setembro de 2009 (-7,6%). 
Já a baixa de 2,1% em relação a dezembro, na série livre de influências sazonais, vem logo após taxas ligeiramente positivas em novembro (0,1%) e em dezembro (0,5%).
A taxa anualizada, índice acumulado nos últimos doze meses, em trajetória descendente desde outubro de 2010 (11,8%), assinalou em janeiro de 2012 (-0,2%) o primeiro resultado negativo desde março de 2010 (-0,3%).
Ainda na série com ajuste sazonal, na evolução do índice de média móvel trimestral, o total da indústria mostrou queda de 0,5% em janeiro de 2012 frente ao patamar de dezembro de 2011 e permaneceu com o comportamento predominantemente negativo observado desde maio de 2011.
 
Dados piores que previsões

A queda do ritmo de produção no País surpreende, dizem os economistas do Banco Fator e da Gradual Investimentos. "Os dados da Produção Industrial no Brasil foram decepcionantes," comenta André Perfeito, economista chefe da Gradual.
A expectativa de economistas consultados pela agência Reuters e pela Bloomberg era de uma queda de 0,80% em janeiro sobre dezembro, segundo a mediana das projeções.
Para a comparação com janeiro do ano passado, a previsão era de queda de 1,5% para os especialistas consultados pela Reuters e de 1,4% para o consenso do mercado formulado pela Bloomberg.


Motivos para a queda

Segundo o IBGE, o declínio de 2,1% da atividade industrial na passagem de dezembro de 2011 para janeiro de 2012 pode ser explicada em grande parte pelo recuo na produção de 14 dos 27 ramos investigados, com destaque para o impacto negativo vindo de veículos automotores (-30,7%), pressionado principalmente pela concessão de férias coletivas que atingiu várias empresas do setor.
Outras contribuições negativas relevantes sobre o total da indústria vieram de indústrias extrativas (-8,4%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, ópticos e outros (-26,3%), que devolveu parte do crescimento de 28,0% assinalado em dezembro último, bebidas (-7,7%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (-12,2%), produtos de metal (-6,1%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,1%).

FONTE: IG ECONOMIA

IR 2012: COMO DECLARAR AÇÕES E OUTROS INVESTIMENTOS

Consultores da IOB Folhamatic respondem às dúvidas dos leitores sobre como evitar erros na declaração do Imposto de Renda 2012

iG São Paulo | 07/03/2012 05:55

Aplicar na bolsa de valores exige uma série de cuidados, principalmente na hora de tomar a decisão de investimento. Apurados os lucros ou prejuízos, há uma preocupação extra: declarar corretamente o ganho de capital no Imposto de Renda. Para tirar as principais dúvidas sobre o assunto, convidamos consultores da IOB Folhamatic para responder às perguntas enviadas pelos leitores.

Está com alguma dúvida sobre o tema? Envie sua pergunta para imposto_renda@ig.com.br. As respostas serão publicadas no portal, de acordo com o tema a que dizem respeito e não serão enviadas por e-mail. E não deixe de conferir nossa página especial com todas as dúvidas sobre o Imposto de Renda 2012, ano-calendário 2011.

Baixe aqui o programa do IR 2012

- Durante o ano de 2011, não fiz nenhuma venda de ações que ultrapassasse o limite de isenção de R$ 20.000 em um mês. Porém, houve determinado mês em que tive prejuízo com as vendas. Portanto, gostaria de declarar estes prejuízos para futuras compensações.

E quando uma ação diminui de valor após uma distribuição de dividendos da empresa correspondente, o valor referente à distribuição de dividendos deve ser considerado no cálculo do custo médio da ação?

Resposta: Para fins de apuração e pagamento do imposto mensal sobre os ganhos líquidos, as perdas incorridas poderão ser compensadas com os ganhos líquidos auferidos, no próprio mês ou nos meses subseqüentes, inclusive nos anos calendário seguintes, exceto no caso de perdas em operações de day-trade, que somente serão compensadas com ganhos auferidos em operações da mesma espécie. Portanto, a perda será apurada pelo valor líquido de R$ 400,00. Informe a perda apurada no demonstrativo “Renda Variável”. A distribuição de dividendos não altera o custo de cada ação.

- Eu posso compensar o valor do IR devido em renda variável (Operação Comum/Day Trade) com a restituição que tenho a receber? Eu posso informar o prejuízo de um determinado mês lançando o mesmo em renda variável com o sinal negativo? Tenho que prestar mais alguma informação sobre este prejúizo ou basta este lançamento negativo?

Resposta: O valor do imposto de renda devido a título de renda variável não é compensável com a restituição a receber. O imposto devido é exclusivo na fonte. Informe no demonstrativo de “Renda Variável” o prejuízo apurado no mês, precedido do sinal negativo. O programa transporta para o próximo mês o prejuízo apurado a compensar.

- Comprei algumas ações da Petrobras na agência da caixa econômica federal e gostaria de saber como declarar.

Resposta: Informe na ficha “Bens e Direitos” código 31, indicando a aquisição no campo discriminação e o valor no campo Situação em 31/12/2011.

- Como faço para declarar fundo de aplicação em DI? Posso restituir o valor retido em fonte?

Resposta: Informe o valor aplicado na ficha “Bens e Direitos” e no campo discriminação, detalhe a aplicação. O imposto retido na fonte é exclusivo e não pode ser restituído.

- Como declarar prejuízo na venda de ações em outubro, para poder compensar quando eu tiver lucro? E como declarar o valor das ações, pois eu só declaro os dividendos e juros?

Resposta: Para fins de apuração e pagamento do imposto mensal sobre os ganhos líquidos, as perdas incorridas poderão ser compensadas com os ganhos líquidos auferidos no mês. Informe no demonstrativo de “Renda Variável” as perdas apuradas, precedidas do sinal negativo.


FONTE: IG ECONOMIA

terça-feira, 6 de março de 2012

Lojas de 1,99 viram redes de magazines populares

Empresários do ramo estudam agora como vender pela internet. Concorrência externa não assusta

Dubes Sônego, iG São Paulo | 06/03/2012 05:00

Foto: Dubes Sônego
Os irmãos Jandovy Lui Junior (à esquerda) e Joacy Sant’Anna Lui, proprietários da Aki 1,99.

A Aki 1,99 Utilidades e Presentes, como o nome sugere, é o que se convencionou chamar no Brasil de loja de R$ 1,99, estabelecimentos onde centenas de itens são vendidos pelo mesmo preço. Apesar disso, um dos carros chefe deste pequeno comércio, localizado no coração do bairro paulistano de Pinheiros, são grandes caixas de plástico, usadas para guardar todo tipo de coisa, e que chegam a custar quase R$ 100 cada. Pode parecer contraditório, mas os irmãos Joacy Sant’Anna Lui e Jandovy Lui Junior, proprietários do negócio, longe de serem exceção, estão em linha como uma das mais fortes tendências do setor. “Ser uma loja de 1,99 hoje significa vender mais barato que as convencionais”, diz Joacy.


Leia também:
Varejo vai crescer 5% em 2012, diz Fecomercio
Varejo brasileiro já atrai mais que o chinês


Comuns nos Estados Unidos desde meados do século passado, as de lojas de 1,99 surgiram no Brasil somente na década de 1990, na esteira do Plano Real, que acabou com uma inflação que chegava a quase três dígitos ao mês. Até então, o cenário econômico brasileiro inviabilizava qualquer modelo de negócio baseado em mercadorias com preço final fixo. A novidade, em um país acostumado a remarcações diárias, causou sensação.
As primeiras lojas surgiram no Sul do Brasil e vendiam todo tipo de quinquilharia, em especial utilidades domésticas, artigos de decoração e brinquedos de plástico e vidro, importados da China. Também havia ferramentas, fitas adesivas e outros materiais de escritório. A qualidade, de modo geral, era baixíssima. Mas o preço era imbatível. “A demanda inicial foi tanta que se formavam filas. Não se dava conta de repor os estoques”, diz o argentino Eduardo Todres, que há doze anos criou o que é hoje a maior feira do setor no país e virou referência para informações sobre o tema.
De lá para cá, a atividade não parou de crescer, impulsionada pelo aumento do emprego e da renda no país. No ano passado, levantamento feito pela empresa de Todres estimou o mercado em algo entre R$ 8 bilhões e R$ 9 bilhões. A expectativa de crescimento para 2011 era de 5% sobre o montante, o que significa que, se mantida a média neste ano, o conjunto de lojas de 1,99 no Brasil poderá faturar mais de R$ 10 bilhões.


Nova cara

As características do mercado, porém, vêm mudando. Mais que um teto, o preço de R$ 1,99 virou um piso. Foi por isso que o próprio Todres mudou o nome de sua feira, de 1,99 Brasil para Feira 1 a 99 Brasil. “Antigamente, o lojista aceitava trabalhar com margem de lucro bruto de 30% a 35%”, conta. “Hoje, entendeu que precisa de mais e não paga acima de R$ 1,20 por mercadoria que vai vender a R$ 1,99” - as margens líquidas, por causa de encalhes, são bem menores.
Com os altos e baixos do câmbio, com picos de até R$ 4 na última década, tornou-se quase impossível manter a fórmula original. “No início, era tudo por R$ 1,99, porque o dólar custava R$ 1. Depois que cambio mudou, não deu para continuar”, conta Luiz Cláudio Santarém Neves, diretor da Promoções Tem Tudo, há 13 anos no ramo. “Hoje, os preços são variáveis, mas são preços populares. Ainda vendemos muito mais barato que lojas de shoppings”.
A maior elasticidade dos preços, porém, abriu espaço para produtos a compra de melhor qualidade, para a entrada de fornecedores brasileiros no mercado e para investimentos em gestão. Hoje, nas estimativas de Todres, 30% de uma lista de mais de 12 mil itens vendidos pelas lojas de 1,99 são nacionais e já houve momentos em que o percentual chegou a 50%. A maior parte dos estabelecimentos trabalha com sistemas de gestão de estoque e atendimento informatizados, alguns desenvolvidos sob medida.
Mais que isso. Como reflexo, o mercado agregou novos públicos e ganhou corpo. Alguns exemplos de redes que vem sendo bem sucedidos, aponta Todres, são as lojas Amigão, no Rio de Janeiro; Magazine Diniz, em Minas Gerais; Lojas Teddy, no interior de SP; e Econômica, na capital. “Muitas famílias detêm três, quatro, cinco pontos. Algumas tinham mais de dez lojas e decidiram reduzir número de pontos de venda e aumentar área, para 500 m2, porque muitas unidades dificultam a administração”, diz.
Dono de seis lojas nas regiões Sul e central do Rio de Janeiro, e de uma em Niterói, Neves, da Promoções Tem Tudo, é outro exemplo. No ano passado, o empresário diz que registrou alta 6% nas vendas, percentual que considerou abaixo do ideal. Mas vêm investindo para aumentar a lucratividade ganhando escala. Em 2011, inaugurou um centro de distribuição e, neste, tem planos de abrir duas lojas.
Vender pela internet também é uma intenção, que Neves agora estuda concretizar. O primeiro passo foram sorteios para cadastrar e-mails e informações de clientes. Para este ano, o empresário quer ao menos manter contato com os cadastrados, enviando parabéns na data de aniversário e promoções exclusivas para que visitem eventualmente as lojas.
É nada perto do que fazem grandes redes americanas do ramo, como a Dollar General, dona de mais de 9,8 mil lojas e faturamento de mais de US$ 13 bilhões, que já vendem pela internet, em site bem estruturado. Ou as gigantes do varejo supermercadista Brasileiro, encabeçado por nomes tradicionais como Pão de Açúcar e Carrefour. Mas o vigor do mercado brasileiro de 1,99 - e principalmente as perspectivas que se abrem a cada aumento do salário mínimo -, tem sido suficiente para chamar a atenção ao menos de algumas redes estrangeiras, como a japonesa Daiso-Sangyo, que há poucas semanas divulgou planos de abrir sua primeira loja em São Paulo.
Ainda que os japoneses cheguem com o peso de 2,5 mil lojas em seu país e outras 550 em 24 outros mercados ao redor do mundo, Jandovy, da pequena Aki 1,99, de Pinheiros, não vê motivo para preocupação. “Acho pouco provável que vinguem", diz o empresário. "Lá fora, as lojas de preço único são comuns. Aqui, isso virou outro tipo de negócio”.

FONTE: IG ECONOMIA

segunda-feira, 5 de março de 2012

Nova lei trabalhista prevê contratação eventual e por hora

Proposta que será encaminhada pelo governo ao Congresso tem objetivo de estimular a formalização e faz parte do Plano Brasil Maior

AE | 04/03/2012 09:30
O governo Dilma Rousseff vai propor ao Congresso mudanças nas leis trabalhistas para criar duas novas formas de contratação: a eventual e por hora trabalhada. A proposta vai beneficiar o setor de serviços, que é o que mais emprega no País, estimulando a formalização de trabalhadores que hoje não têm carteira assinada. A alteração faz parte do Plano Brasil Maior, como é chamada a nova política industrial.

Leia também: Lula rejeita flexibilizar regra trabalhista para evitar cortes

"Estamos formatando a proposta", disse o ministro do Trabalho, Paulo Roberto dos Santos Pinto. "Vamos concluir o mais rapidamente possível."

As mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) podem dar mais dinamismo ao mercado e, na prática, permitir carteira assinada para quem trabalha dois dias por semana ou três horas por dia, por exemplo, com direito a pagamento de férias, 13.º salário e FGTS.

Para reduzir as eventuais críticas, o governo pretende vender as mudanças na CLT como uma "modernização" do marco regulatório do mercado de trabalho. Também será repetido que as mudanças não representarão perdas de direitos trabalhistas.


Leia ainda: Planalto estuda negociar redução da jornada de trabalho junto com redução de encargos trabalhistas


Em janeiro, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, defendeu a ideia em Nova York. "Podemos avançar nesse campo sem comprometer um único direito trabalhista já conquistado. As propostas feitas pela classe empresarial às quais eu tive acesso preservam os direitos que os trabalhadores brasileiros têm", afirmou o ministro, petista histórico e próximo de Dilma há quatro décadas.


Modalidades

 
As mudanças permitirão que as empresas contratem um empregado que só vai receber quando for chamado para alguma atividade. Esse mecanismo deve beneficiar, por exemplo, as empresas que realizam shows, curta-metragens, ou mesmo serviço de buffet.
No caso do "horista", o contrato deve ajudar na complementação de pessoal em bares, restaurantes e eventos sazonais, como Natal e feriados. Com isso, o governo acredita que o trabalhador poderá usar o horário livre para investir em qualificação.

FONTE: IG ECONOMIA

domingo, 4 de março de 2012

Os 7 mandamentos da tolerância religiosa

Bons conselhos para conseguir conviver em paz com amigos, parentes ou colegas de religiões e crenças diferentes das suas



Julia Batista, especial para o iG São Paulo | 04/03/2012 07:00



Foto: Getty Images Ampliar
Não misture amizade e religião, a combinação nunca dá certo

A velha máxima “futebol e religião não se discutem” deveria pautar qualquer conversa, seja em família, entre amigos e colegas de trabalho. Avós e manuais de comportamento desde sempre ensinam isso.

E especialistas reforçam: proselitismo fora da comunidade religiosa é deselegante, chato e inconveniente. E pode até caracterizar crime. “As pessoas precisam se convencer da importância de respeitar a crença de cada um”, afirma a consultora de etiqueta Dóris Azevedo, autora de “Etiqueta e Contra-etiqueta”.


Não se intimide numa situação constrangedora envolvendo proselitismo ou evangelização

Tolerância religiosa começa dentro de você. Respeite seu direito de ser diferente e não tenha medo de assumir sua liberdade mesmo diante dos amigos mais íntimos.

Como lidar então com aquela amiga, parente ou colega que insiste na pregação?

“Você tem o direito de dizer clara e firmemente: ‘eu não quero falar sobre o assunto’, mas também pode optar por uma brincadeira para tornar um pouco mais ‘light’ a 'saia justa'”, aconselha a consultora.

Ela conta que já passou por este tipo de situação algumas vezes. Em uma delas, por exemplo, Dóris estava doente na cama de um hospital, quando uma senhora se aproximou com a Bíblia. A reação da consultora foi tão imediata quanto inesperada. Ela gritou “Socorro, estão me convertendo!”. Todos os presentes riram e o episódio virou piada.


Intolerância religiosa não é só um constrangimento, pode ser crime

Brincadeira à parte, o assunto é sério. Liberdade religiosa existe e está garantida na Constituição, mas na prática isso nem sempre acontece. E os estudiosos estão preocupados com o avanço de ideias menos liberais e intolerantes. “A liberdade religiosa está ameaçada no País e a justiça religiosa também”, afirma a antropóloga Débora Diniz, autora do livro “Laicidade e Ensino Religioso no Brasil”.

“Segmentos religiosos mais intolerantes perseguem outras religiões”, acrescenta Ivanir dos Santos,
interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa.

A Comissão, organizada pela sociedade civil e sem vínculo com intituições governamentais, promove, desde 2008, a Caminhada contra Intolerância Religiosa. Ela acontece na praia de Copacabana, no Rio, no segundo domingo de setembro. A última edição reuniu cerca de 180 mil pessoas, segundo Ivanir. O resultado pode ser visto no livro, lançado em janeiro, “Caminhando a gente se entende”, que reúne fotos das caminhadas e textos de representantes de diversas crenças.

Mesmo a Constituição Brasileira sendo laica e protegendo a liberdade de expressão, o credo e o não-credo, a intolerância religiosa cresce e tem marginalizado determinadas crenças e seus seguidores, em especial as religiões de matriz afro-brasileira, como o candomblé e a umbanda.

“Politicamente, existe um favorecimento ao cristianismo, que oprime e impede que as minorias religiosas e as organizações não-religiosas dedicadas à difusão de uma cultura de tolerância ocupem espaços e tenham voz”, analisa Débora.

Para a antropóloga, a TV acaba favorecendo essa visão. As religiões petencostais e neopetencostais, estão se firmando no Brasil como as “religiões eletrônicas”, por causa do espaço que foram conquistando na TV aberta, em rádios e jornais. Para a antropóloga, esses programas religiosos são uma 'ameaça à liberdade de expressão'.

“As pessoas consomem, prioritariamente, a programação da TV aberta, concedida pelo estado laico a alguns grupos de comunicação, que vendem seus espaços para as igrejas milionárias. Isso quando as próprias organizações religiosas não acabam comprando diretamente canais de televisão. O público fica sem alternativa e sem acesso à informação de qualidade e, consequentemente, sem ferramentas para a formação de opinião”, reflete.

No dia a dia, a melhor forma de exercitar a tolerância religiosa é abrir espaço para a liberdade de crença e deixar cada um viver sua fé.


Os 7 mandamentos da boa convivência religiosa:
Trate os outros como você quer ser tratado
Este é o principal ensinamento de qualquer religião, credo ou filosofia. Não quer ser desrespeitado por suas escolhas, então não desrespeite o próximo. “Respeite para ser respeitado é a principal dica”, aconselha Dóris.


Respeite a crença religiosa dos outrosConseguir aguentar o fato de que os outros podem ter opiniões diferentes das nossas é pré-requisito para a boa convivência humana. Lembra do início da matéria? Futebol e religião não se discute. No caso da religião, não se discute e se respeita. “Tolerância uma hora ou outra pode se tornar intolerância. Deve haver respeito”, conclui Pai Gumarães de D’Ogum, presidente da Associação Brasileira de Templos de Umbanda e Candonblé.


Não brinque nem desrespeite as práticas religiosas dos outros.
Sua amiga muçulmana cobre-se com um véu? Não cabe a você fazer piada, criticar ou, pior ainda, fazer  comentários maldosos sobre essa prática. No máximo, tente entender o ponto de vista dela. Talvez você até se surpreenda.


Cuidado com a forma como você se aproxima de símbolos e rituais de outras religiões.
Você pode até achar que não existe diferença nenhuma entre a imagem de Nossa Senhora, vestida de azul dentro do oratório que enfeita a escrivaninha da sua colega, e qualquer outro objeto ou enfeite, mas existe e é grande. Evite comentários, na dúvida, nem toque. Vale perguntar, desde que a curiosidade seja legítima, sem resquício nenhum de brincadeira.


Não deixe diferenças religiosas afastarem você da sua família. Família não tem que comungar a mesma religião, admita que num país como o nosso, de maioria cristã, mas onde o sincretismo é forte, cada membro da família pode serguir um rumo diferente e conviver em harmonia dentro de padrões pré-estabelecidos de comum acordo, por exemplo, no Natal segue-se a tradição cristã, no Ano-novo a família se reúne para levar flores para Yemanja.

Monitore o ensino religioso do seu filho. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) tornou obrigatório o ensino religioso nas escolas públicas brasileiras. Isso favorece a tal discussão de ideias e a troca de informações, mas também pode criar espaços permeáveis ao proselitismo. Converse com seu filho sobre isso


Evite enviar e repassar correntes religiosas por email e redes sociais
Bloquear o amigo virtual, deletar emails e cancelar assinatura são opções para não receber mensagens religiosas e de pregação.



Intolerância religiosa é crime


FONTE: IG DELAS
A Lei n.º 7.716/89 (Lei Caó) do Código Penal diz : a) ofender alguém com xingamentos relativos à sua raça, cor, etnia, religião ou origem. (Art. 140 do Código Penal (injúria), com a qualificadora do §3º. Pena: um a três anos de reclusão). Inclui-se aqui o ato de ofender alguém com xingamentos à sua religião.
Em São Paulo, ocorrências de natureza preconceituosa podem ser registradas na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância. A ONG Liberdade Religiosa auxilia vítimas de intolerância religiosa a procurarem seus direitos.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Centenas de clientes fazem fila para comprar carro de R$ 200 mil

Range Rover Evoque, lançado em novembro, tem ao menos 270 interessados na espera

Pedro Carvalho, iG São Paulo | 01/03/2012 05:55
Foto: Divulgação Ampliar
Interesse é provocado pelo "design revolucionário", diz diretor da Caltabiano

O novo Range Rover Evoque, lançado no final do ano passado, tem sido responsável por uma situação pouco comum: clientes endinheirados que precisam enfrentar longas e demoradas filas para comprar o que desejam. Cerca de trezentos clientes estão em listas de espera para adquirir o carro, que custa R$ 174 mil no modelo mais básico e R$ 200 mil na opção mais vendida.




Na rede Caltabiano, uma das três revendedoras autorizadas da Land Rover no País, existem 270 pessoas na espera para comprar o modelo. Quem entrar na fila agora, deve demorar até 120 dias para retirar o veículo. “É um modelo de enorme sucesso, com um design revolucionário, que deve responder por 40% a 50% das vendas da montadora no Brasil em 2012”, diz Denis Cicuto, diretor comercial da Caltabiano.

Apesar da colocação de itens opcionais atrasar a entregas de alguns carros premium, Cicuto deixa claro que o caso do Evoque é provocado por excesso de demanda. A Caltabiano tem 20 lojas e 85% das vendas do grupo estão ancoradas no setor de luxo.

"Isso é um sinal da mudança econômica pela qual está passando o País", afirma Silvio Laban, professor de marketing e coordenador dos programas de MBA Executivo do Insper. "Não acredito que seja algo negativo para as empresas envolvidas, porque significa que existe uma porção de pessoas com disposição de esperar e pagar por um valor que elas reconhecem no produto", diz.

Na definição dos especialistas do iG, o Evoque é mesmo um carro inovador e com desenho transgressor. "Meio SUV, meio crossover, o termo para o 'jipe urbano', o novo veículo da Land Rover é tão diferente a ponto de não ter concorrentes diretos". De qualquer forma, confira abaixo alguns modelos que poderiam substituir o Evoque, para clientes que não queriam esperar na fila:

<span>O disputado Evoque: tão diferente a ponto de não ter concorrentes diretos</span> - <strong>Foto: Divulgação</strong> <span>Audi Q3: o crossover de menor porte da Audi acaba de ser lançado e custa R$ 150 mil</span> - <strong>Foto: Divulgação</strong> <span>O BMW X1 é um crossover médio que sai por até R$ 175 mil</span> - <strong>Foto: Divulgação</strong> <span>O Hyundai ix35 foi lançado em 2010 e é o sucessor natural do Tucson; sai por até R$ 113 mil</span> - <strong>Foto: Divulgação</strong> <span>O Toyota Hilux SW4 é um automático 4x4 que não sai por menos de R$ 160 mil</span> - <strong>Foto: Divulgação</strong> <span>Por R$ 114 mil, dá para comprar também um Kia Sportage 2012, outro crossover médio</span> - <strong>Foto: Divulgação</strong>

Ainda que indique a alta procura por um carro, o segmento de revenda de veículos normalmente evita falar em filas. Quando uma rede admite o fato, pode passar a impressão de que não tem mercadoria suficiente para abastecer a clientela. “A fila não é necessariamente boa, pode fazer a pessoa desistir da compra”, diz Guilherme Passsalacqua, diretor de operações da Eurobike em Ribeirão Preto (SP).

“As filas vêm existindo nos últimos dois anos, quando houve aumento de demanda por carros mais caros, mas passamos a solicitar maiores remessas de produtos para as montadoras”, explica o diretor, cuja unidade vendeu 1.300 veículos de luxo novos – “tudo de R$ 100 mil para cima”, diz ele – no interior paulista em 2011, alta de 30% em relação ao ano anterior.

“Agora as montadoras começaram a abastecer melhor o mercado brasileiro”, acredita Cicuto. “Aconteceu uma mudança de postura. Nos últimos meses, por exemplo, os quatro vice-presidentes da Mercedes vieram ao Brasil. Antes, as montadoras mais importantes só mandavam o terceiro escalão para cá”, afirma.
Para Laban, do Insper, o risco que um consumidor poderia ter ao entrar numa fila é apenas cambial. "Se houver uma variação significativa do dólar no período de espera, o preço final do bem pode se alterar", explica.

As outras duas redes de concessionárias autorizadas da Land Rover, a Itavema e a Autostar, não comentaram o assunto, embora funcionários admitam que existe alguma fila pelo modelo. A Land Rover do Brasil também foi procurada diversas vezes e não atendeu à reportagem.


Filas imaginárias
Outros modelos consagrados que serão relançados em novas versões também provocam filas de compradores. Mas são “filas imaginárias”: como ainda não chegaram ao mercado, ninguém sabe se a lista de espera vai mesmo se converter em compras.

O novo Porsche 911 ainda não chegou ao Brasil e pelo menos 20 pessoas formam fila para comprá-lo, na Eurobike de Ribeirão Preto. O preço não está definido, mas o antecessor saía por R$ 495 mil. “Quem entrar na lista agora, vai aguardar até 90 dias para pegar o carro, após a chegada dele”, diz Passsalacqua.
A sequência do Porsche Boxter, cujo modelo anterior custava R$ 330 mil, também tem 30 interessados na espera. É um modelo de R$ 330 mil. Outro exemplo é a picape Dodge Ram, que a Chrysler deve relançar no Brasil, por preço em torno de R$ 150 mil. Na Caltabiano, 70 pessoas já estão cadastradas na espera.

Antecipar a restituição do IR pode trazer alívio ao bolso dos endividados

Bancos oferecem linhas de crédito calculadas sobre o valor da restituição; taxa é menor do que a de outros tipos de financiamento

iG São Paulo | 02/03/2012 05:47

Antecipar a restituição do Imposto de Renda é o sonho de boa parte dos contribuintes. De olho nesse público, alguns bancos passaram a oferecer a seus correntistas linhas de crédito calculadas sobre o valor a ser devolvido pela Receita Federal. Esse tipo de financiamento, porém, é mais indicado para quem precisa pagar dívidas cujos juros são maiores que a taxa Selic – que referenda a restituição do IR -, como cartão de crédito e cheque especial.




“Muitas pessoas se atrapalham no começo do ano com o pagamento de IPVA, matrícula e material escolar, por exemplo. Essa linha pode ajudar esses contribuintes a quitarem dívidas como essas”, afirma Rogério Estevão, superintendente executivo de Empréstimos Pessoa Física do Santander. O banco é um dos que oferecem o recurso, ao lado de Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e HSBC.




A taxa de juros cobrada pelas instituições varia de 2,30% ao mês - caso do Banco do Brasil – até 2,99% ao mês – HSBC e Santander. Além dos juros menores, a vantagem para o contribuinte é não ter que pagar uma parcela mensal, como ocorreria se tomasse um empréstimo comum. Quando a restituição do IR é liberada pela Receita, o banco identifica e debita o valor e os juros, em parcela única.
Entre os bancos, o Santander oferece limite mínimo de R$ 100 para contratação do crédito, enquanto Bradesco e Banco do Brasil oferecem teto de R$ 20 mil. Para tomar o empréstimo, é necessário levar uma cópia da declaração do IR a uma agência bancária ou realizar os trâmites pela internet.
Se por um lado o dinheiro pode representar um alívio para os contribuintes endividados, por outro pode ser uma ‘roubada’ para quem quer usar a restituição para investir na bolsa ou reformar a casa, segundo Flávia Barbosa, gerente da consultoria Domingues e Pinho Contadores. “A restituição é sua. Você estará tomando emprestado e com juros seu próprio dinheiro. Então se não for urgente, recomendo esperar”, afirma.




É importante também prestar atenção na hora de preencher a declaração para não cair na malha fina, alerta o contador e administrador de empresas Antonio Carlos Bordin, presidente da Assessor Bordin Consultores Empresariais. “Se houver algum erro, pode atrasar a restituição. E aí a dívida pode virar uma bola de neve, já que o dinheiro pode demorar até ser liberado pela Receita”, explica.

Ficou com dúvidas? Envie suas perguntas para o e-mail imposto_renda@ig.com.br. Elas serão respondidas por consultores da IOB Folhamatic. As respostas serão publicadas no portal, de acordo com o tema a que dizem respeito e não serão enviadas por e-mail.

FONTE: IG ECONOMIA

quinta-feira, 1 de março de 2012

Como se organizar para a declaração do imposto de renda

Veja os quatro passos a serem seguidos desde já para que o compromisso com o leão seja mais suave neste ano


Olívia Alonso, iG São Paulo | 19/01/2012 05:50

A declaração de Imposto de Renda fica muito mais fácil e rápida quando o contribuinte tem em mãos tudo o que vai precisar para fazer o preenchimento dos formulários. Quem vem se organizando desde o início do ano passado terá mais facilidade agora. Mas quem ainda não parou para pensar no assunto deve começar agora a organizar seus documentos para preencher sua declaração com tranquilidade.

“A partir deste mês, os informes de rendimentos começam a ficar disponíveis. Quem ainda não guardou todos os documentos referentes ao ano passado pode aproveitar o final de janeiro e o próximo mês para se organizar,” diz Eliana Lopes, especialista em IR da H&R Block. O ideal é começar o quanto antes. Para a tarefa ficar mais suave, o iG elaborou um passo-a-passo com a ajuda de Eliana e de Juliana Fernandes, especialista em Imposto de Renda da MG Contécnica.



Foto: Getty Images Ampliar
Separe em pastas comprovantes de compras e vendas de bens e recibos de despesas dedutíveis


1) Consiga a cópia da declaração do ano anterior

Com o documento do ano anterior fica mais fácil identificar o que mudou de um ano para outro. Assim, o contribuinte consegue sequência ao que já foi declarado.
Além disso, a declaração de 2011 pode servir como um check list para a organização de todos os documentos que serão necessários para o preenchimento do formulário neste ano. “Isso ajuda muito, principalmente na parte de declaração de bens. A declaração do ano anterior pode ajudar o contribuinte a lembrar do que comprou e vendeu durante o ano.” diz Eliana.
Quem não guardou a cópia quando fez a declaração, no ano passado, mas possui o certificado digital pode pegar o documento na internet. Também é possível conseguir, no site da Receita, com o número do CPF, do recibo de entrega da declaração, a data de nascimento e o título de eleitor.
Há ainda a opção de pedir uma cópia física para a Receita Federal, indo até a unidade mais próxima. Será preciso preencher um requerimento e pagar uma taxa de R$ 10, diz Juliana. Cerca de dez dias depois o documento estará pronto e o contribuinte terá que voltar ao mesmo endereço para retirá-lo.


2) Reuna os documentos e comprovantes de aquisições de bens realizadas durante o ano

Se comprou um carro, por exemplo, o contribuinte precisará da nota para preencher as datas e valores exatos na declaração. Se financiou um apartamento, serão necessários também os dados do financiamento, como os valores das parcelas e as datas.
Também é preciso ter em mãos as informações referentes a compra e vendas de ações. Quem não fez o acompanhamento e anotou tudo durante todo o ano deve ir atrás da corretora para pedir a chamada “nota de corretagem”. Com esse documento é possível ver as despesas que são apropriadas ao custo da aquisição das ações. “É preciso acionar a corretora e pedir o documento o quanto antes. Já vi casos em que o contribuinte conseguir rápido, mas outras situações em que demorou meses,” afirma Eliana.
Juliana lembra que o roubos de carros também devem ser declarados. Ainda que a indenização do seguro seja isenta do imposto, é preciso oficializar o ocorrido. Se não possui um comprovante da indenização, o contribuinte deve ligar na seguradora o quanto antes para solicitar.



3) Separe os documentos referentes às despesas feitas durante 2011 que possam ser aproveitadas para a dedução do imposto

Quem já guardou recibos de dentistas, médicos e cursos, por exemplo, deve reunir tudo em uma pasta . Quem ainda não fez isso pode tentar puxar pela memória  os eventos podem entrar na declaração. Para ajudar, vale olhar os compromissos que foram anotados em agendas do ano passado.
“O contribuinte não pode colocar nenhuma despesa sem comprovar, então é bom conseguir todos os documentos. Nos casos de escolas, valem cursos de faculdade ou pós-graduação, tanto do titular como de dependentes,” lembra Eliana.
Não é bom esperar muito para providenciar os documentos que ainda não tem, pois pode ser que o contribuinte não consiga a tempo, alerta Juliana. Muitas vezes os prestadores de serviços, como os médicos, não armazenam o documento de uma maneira fácil de providenciar.
Ainda no caso da despesa médica, Eliana esclarece que o valor que foi reembolsado pela empresa não pode ser deduzido do imposto de renda, apenas o percentual pago pelo contribuinte. Juliana acrescenta que desde o não passado a Receita Federal consegue cruzar as declarações dos pacientes com as dos médicos. Assim, a exatidão é ainda mais imprescindível. “Também por isso, é preciso também ter os comprovantes destes pagamentos,” afirma.


4) Fique atento aos documentos que estarão disponíveis em janeiro e fevereiro, como os informes de rendimentos das empresas e dos bancos

A partir deste ano, as instituições bancárias não precisam mais enviar os documentos por correio. Assim, o contribuinte deve ficar atento ao seu e-mail e ao internet banking. No caso das empresas, o documento deve estar disponível até o final de fevereiro, mas muitas já começam a enviar aos funcionários em janeiro.
A última recomendação das especialistas é que o contribuinte não deixe para reunir os documentos na última hora, pois corre o risco de não conseguir todos. Além disso, quanto antes se organizar, mais cedo poderá fazer a declaração. Se tiver direito à restituição, maiores serão as chances de ser um dos primeiros a recebê-la.

Leia mais:

FONTE: IG ECONOMIA

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

CÂMARA APROVA FUNDO DE PREVIDÊNCIA DO SERVIDOR PÚBLICO

Destaques que visam alterar a proposta serão votados nesta quarta-feira

Agência Brasil | 29/02/2012 07:27

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (28) o texto principal projeto de lei do Poder Executivo que cria a Fundação de Previdência Complementar dos Servidores Públicos Federais (Funpresp), menos os destaques que visam a alterar a proposta.

Os destaques devem ser votados amanhã (29). O texto aprovado estabelece a criação de três fundos de previdência complementar – um para os servidores do Poder Executivo, outro do Legislativo e um terceiro para os servidores do Poder Judiciário.

Votaram favoravelmente à aprovação do projeto 318 deputados, 134 votaram contra e houve duas abstenções. A maioria dos partidos encaminhou votação favorável ao texto do relator, deputado Rogério Carvalho (PT-SE). Apenas o PDT, DEM, P-SOL e o PMN recomendaram votação contrária à matéria. O PSD, o bloco PPS/PV e o bloco PSB/PTB/PCdoB liberaram seus deputados para a votação.

Com a criação da Funpresp, os futuros servidores públicos terão garantido pela União uma aposentadoria igual a que é paga aos trabalhadores regidos pelo Regime Geral da Previdência. No entanto, os novos servidores que quiserem aumentar suas aposentadorias terão que aderir ao plano de previdência complementar e contribuir com um percentual a ser negociado. A contribuição do servidor será paritária com a da União até o limite de 8,5%.

Se o servidor optar por contribuir com um percentual menor que os 8,5%, ele poderá fazê-lo e, nesse caso, a contrapartida da União será igual ao percentual de contribuição do servidor. Caso o servidor queira contribuir com percentual acima de 8,5 %, ele poderá contribuir, mas a contrapartida da União não poderá ser superior ao teto de 8,5%.

De acordo com o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), as novas regras de previdência para os servidores públicos estabelecidas com a criação da Funpresp não irão prejudicar os atuais servidores. “Elas só valerão para aqueles que ingressarem no serviço público após a sanção da nova lei”.

Concluída a votação da Funpresp na Câmara, o projeto será encaminhado à apreciação e votação do Senado. Se for modificado pelos senadores, a matéria terá que ser novamente apreciada pelos deputados.

Segundo o secretário de Previdência Complementar do Ministério da Previdência, Jairo Mariz, a partir da sanção da nova lei serão 180 dias para a criação dos três fundos de previdência complementar e 240 dias para a entrada em funcionamento das novas regras. De acordo com ele, a medida visa equacionar o déficit da previdência no futuro.

FONTE: IG ECONOMIA

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

SAIBA O QUE FAZER NA HORA DE RENEGOCIAR UMA DÍVIDA

Especialistas recomendam evitar a todo custo deixar o débito caducar e ir à Justiça. Já teve problemas? Conte-nos sua história

Aline Cury Zampieri, iG São Paulo | 28/02/2012 05:24

A arquiteta Fatima Coelho vive um pesadelo há quase 20 anos. Por causa de uma dívida de R$ 10 mil, perdeu em um leilão a única casa que tinha, avaliada hoje em R$ 700 mil. O drama de Fátima, que teve de sair de seu imóvel há seis meses e mora de aluguel, se parece com o de muitas pessoas que um dia escorregaram no cheque especial: mergulharam numa dívida que se tornou impagável e foi parar na Justiça.


Conheça a história da arquiteta Fatima
Família perde casa por dívida de R$ 10 mil
Para ajudar o leitor a evitar enfrentar problemas sérios como o da arquiteta Fatima, o iG ouviu especialistas, que deram conselhos sobre o que não fazer na hora de renegociar uma dívida. Em primeiro lugar, todos são unânimes ao alertar sobre juros e pagamentos parcelados de cartão de crédito.

“O brasileiro não avalia o custo dos juros quando faz uma compra”, diz Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa Experian. “As taxas do cartão de crédito, por exemplo, são exorbitantes.” Outra prática nociva é o pagamento da fatura mínima do cartão. “Esse mecanismo foi criado para situações de emergência, não para ser usado todo mês.”

“O principal de tudo é não rolar juros”, diz o advogado Fabio Martins Di Jorge, do escritório Peixoto e Cury. Segundo ele, entrar numa disputa com um banco para discutir juros de uma dívida, como aconteceu com a arquiteta Fátima, é entrar numa causa perdida para o cliente.


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Comprou um Uno, mas pagou o valor de um Tucson? Veja quanto custa parcelar

Ela tinha 16 cartões de crédito. Hoje, ensina educação financeira

Apesar disso, feita a dívida, não resta outra solução que não tentar renegociá-la, antes de cair na disputa judicial. “Mesmo que a pessoa tenha os meios para defender os bens, vai precisar de um advogado, e isso custa caro”, diz Renata Reis, especialista em defesa do consumidor do Procon-SP.

O advogado Fábio ainda faz um alerta. “Renegociar uma dívida com um banco só vale se a instituição financeira sabe que o devedor não tem garantias. Se há um imóvel em jogo, os credores vão para cima.” Segundo a especialista do Procon, o consumidor deve procurar o credor para tentar renegociar a dívida. Quando o fizer, precisa se informar com detalhes sobre o valor do débito, pedindo planilhas e o contrato inicial que gerou o débito.

“Evite recorrer a empresas que dizem limpar o nome do consumidor. Por trás delas, pode haver agiotas”, lembra Almeida, da Serasa. Outra recomendação dos especialistas é não deixar a dívida caducar, sobretudo para quem tem bens em jogo. “Não se esqueça nunca da dívida. Não finja que ela não existe”, diz Almeida.

“A pessoa que deixa uma dívida vencer morre para o mundo do crédito, sua linha de cheque especial é cancelada. É uma situação extremamente arriscada”, continua Renata. Além disso, a pessoa corre o risco de a empresa credora entrar com um recurso judicial no último minuto. O advogado Fabio diz que, em último caso, o devedor pode pedir sua insolvência civil, que nada mais é do que a falência da pessoa física. “O problema é que, nesse caso, o credor controlará sua vida.”

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Consumidor pode questionar juros de cartões de crédito na Justiça


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FONTE: IG ECONOMIA

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Mercado de estreias em Bolsa deve esquentar em abril

Ernst & Young Terco espera 20 novas empresas na Bovespa este ano, se a Europa não voltar a prejudicar os investidores

Aline Cury Zampieri, iG São Paulo | 27/02/2012 05:51

O mercado brasileiro de ofertas iniciais de ações de empresas novas deve começar a esquentar no começo de abril. A previsão dos especialistas leva em conta uma estabilização na crise europeia e a continuidade da liquidez financeira no mundo.


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Para a Ernst & Young Terco, 2012 terá cerca de 20 estreias de empresas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O número previsto é idêntico ao esperado para 2011, mas que não se concretizou. No ano passado, a crise europeia trouxe novos episódios, que desencorajaram empresas e investidores, e apenas 11 companhias entraram na Bovespa.

“A situação de 2012 é parecida com o começo de 2011”, diz Paulo Sergio Dortas, sócio-líder das área de IPOs (sigla em inglês para oferta inicial de ações) da Ernst & Young Terco. “Há ativos de qualidade e as empresas vão entregar resultados”, continua. “Mas, nesse ano, pelo menos os Estados Unidos já trazem notícias melhores. Temos que torcer para que a Europa não piore.”

O ano de 2012 começou com uma situação que parece paradoxal. Pelo menos as duas primeiras empresas que abririam capital via ações – Seabras e Brasil Travel – desistiram. A primeira adiou seu lançamento por questões operacionais, mas a companhia de turismo não gostou do preço que os investidores toparam pagar por suas ações: R$ 1 mil, abaixo da faixa esperada, entre R$ 1.250,00 e R$ 1.650,00 por ação.
Apesar das desistências, o Ibovespa segue subindo e recuperou um bom terreno, após ser a pior opção de investimento de 2011. No ano, até 17 de fevereiro, o índice sobe 16,6%, no maior patamar em dez meses.


Bolsa é a melhor aplicação de janeiro, com alta de 11,13%



Alexandre Gartner, chefe de pesquisa do HSBC, lembra que o movimento principal que mudou a percepção dos investidores sobre o mercado foi a liberação da linha de US$ 500 bilhões a bancos da zona do euro pelo Banco Central da região, o BCE, em dezembro. “Apesar de não ter sido uma grande mudança estrutural, foi um ganho de liquidez que deu aos governos tempo para resolver os problemas de dívidas. O risco se reduziu”, disse.

Essa nova percepção liderou dinheiro para os mercados emergentes, mas por enquanto esses recursos estão em opções de menor risco e maior liquidez. “Os investidores começam pelos ativos maiores, mais líquidos e, portanto, de alocação mais fácil”, afirma.

Guilherme de Morais Vicente, sócio responsável por ações da Mauá Sekular, acrescenta que esse dinheiro novo encontrou empresas com histórias conhecidas, pagando bons dividendos e baratas em bolsa. “É mais fácil comprar uma companhia com histórico conhecido do que uma incógnita.” Gartner complementa que, em geral, um IPO representa uma nova empresa, que o mercado não conhece e por isso embute um risco maior.

Para os especialistas, os investidores precisam de um tempo para passar do investimento líquido e certo ao mais arriscado. E abril deve ser a janela para que as operações comecem a sair, de acordo com eles. Isso se a Europa der uma trégua.

Vicente, da Mauá, acredita que as novas aberturas de capital devem mostrar um mercado de capitais brasileiro mais maduro. “Vejo como emblemático o spin-off da Vigor”, diz, referindo-se à operação que separa em duas uma empresa já listada na Bolsa. Para ele, esse tipo de operação deve ser cada vez mais comum no mercado local.

“O número de empresas com potencial de valer R$ 1 bilhão em bolsa em 2005 não passava de 500. Hoje, há pelo menos duas mil companhias assim”, diz. “Há cada vez mais empresas buscando dinheiro no mercado para crescer e, com o desenvolvimento do mercado, fazem operações cada vez mais sofisticadas.”

Veja também:
BTG Pactual pode captar R$ 1 bilhão com IPO
 
FONTE: IG ECONOMIA

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Curso de Découpage – Aula 1

Programa, o que você irá aprender:

•Definição do que é Découpage
•Material básico
•Preparação da peça ou objeto onde será feita a Découpage
•Découpage Usual
•Découpage Estilo
•Découpage Profissional
•Découpage em 3D
•Découpage em vidros
•Découpage em plástico
•Acabamento interno

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Exigência maior de capital afetará crédito, diz presidente do Itaú Unibanco

Para Roberto Setúbal, regulação mais rigorosa do sistema financeiro global deve ter baixo impacto sobre o Brasil

AE | 24/02/2012 18:03

O presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setúbal, disse hoje que uma regulação mais rigorosa do sistema financeiro global deve ter baixo impacto sobre o Brasil e maior sobre os países ricos. "A exigência maior de capital deve afetar a oferta de crédito e crescimento nesses países", disse ele.


Leia: Crise financeira pede reforma tributária global, diz OCDE


"Mas novas regras devem afetar pouco o Brasil, que já vinha de nível se segurança maior do que outros países", ressaltou, após entrevista coletiva do Instituto Internacional de Finanças (IIF) que antecede a reunião do G20, na Cidade do México, neste final de semana. Segundo ele, a situação fiscal e reservas mais robustas deixam o Brasil "muito bem posicionado" para enfrentar a crise global.
Setúbal também avalia que os bancos brasileiros não devem enfrentar nenhum problema com as regras de liquidez adotadas pelo Banco Central no final do ano passado e disse que o Itaú Unibanco já está 100% em linha com as exigências do BC.


Veja: Itaú Unibanco lucra 9,7% mais em 2011 ante 2010


O executivo disse que o IIF é favorável que novas regras de regulação do sistema financeiro sejam adotadas em todos os países e ao mesmo tempo. "Regras particulares de países não têm apoio do IIF", afirmou, sem fazer referência a nenhum país, como os Estados Unidos, por exemplo, que adotaram a "Regra Volcker" de regulação das instituições financeiras do país.

FONTE: IG ECONOMIA

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Guerra cambial global se intensifica, diz Mantega


Segundo o ministro da Fazenda, o Brasil está "bem preparado" para defender o real de apreciação indesejada

AE | 23/02/2012 18:10

A "guerra cambial" mundial vai se intensificar neste ano conforme a economia mundial perder fôlego, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, acrescentando que o Brasil está "bem preparado" para defender o real de uma apreciação indesejada. "O crescimento econômico mundial em 2012 será menor que em 2011. Um dos resultados do desaquecimento é a intensificação da guerra cambial global", afirmou o ministro. 
O afrouxamento monetário nas economias desenvolvidas desde o surgimento da crise financeira levou as moedas desses países a perder força, tornando as exportações dessas nações mais competitivas no comércio global e levando os investidores a aplicar em ativos com taxas de retorno mais altas - caso do Brasil e de outros países emergentes.


Veja: Corte abre espaço para juros menores, diz Mantega


Diante disso, o real, por exemplo, ganhou força e do início do ano até agora acumula ganho de 9%. Mantega, no entanto, disse que o governo brasileiro tem "um grande arsenal de instrumentos" que utilizará para "evitar uma apreciação excessiva" da moeda, mas se recusou a dizer qual seria a faixa de preço ideal para o real.
Desde 2010, quando o ministro começou a falar das "guerras cambiais", o Brasil usou uma série de ferramentas para conter o avanço da moeda, como compras frequentes de dólares pelo Banco Central, além de operações ocasionais de swap em que os investidores trocam títulos ligados à moeda norte-americana por papéis indexados aos juros locais. Outras medidas incluem impostos sobre empréstimos estrangeiros de curto prazo e sobre posições vendidas em dólar no mercado futuro e em investimentos de renda fixa de curto prazo.


Mais: Mantega acredita em um 2012 melhor para a indústria


A preocupação do governo com as movimentações no câmbio será uma das prioridades do Brasil na reunião do G-20, que acontecerá no próximo fim de semana, mas a crise de confiança nas dívidas soberanas da Europa também deve estar na pauta do encontro.
"Os europeus - e não somente eles, porque os EUA também carregam sua parcela de responsabilidade - estão pesando sobre a economia mundial", disse Mantega. O Brasil expressará na reunião de ministros de Finanças do G-20 suas preocupações sobre as políticas europeias que têm como foco apenas os problemas imediatos relacionados ao endividamento, não questões mais amplas sobre como estimular o crescimento da economia mundial, acrescentou.


Também: O PAC de 2012 será o maior que já tivemos, diz Mantega


"A barreira não está completa e há risco de contágio, inclusive para as economias emergentes", disse o ministro, referindo-se aos mecanismos da União Europeia para evitar a disseminação da crise. As informações são da Dow Jones.

FONTE: IG ECONOMIA

Empresas ensinam funcionários a cuidar do dinheiro

Depois da onda da sustentabilidade, a moda da educação financeira começa a ganhar espaço nas companhias brasileiras

Olívia Alonso, iG São Paulo | 23/02/2012 05:50
Depois da sustentabilidade, que começou a ganhar espaço no Brasil na última década, agora é a vez da educação financeira. Companhias de diversos setores da economia e diferentes portes estão contratando especialistas e capacitando voluntários para dar aulas para seus funcionários e suas famílias. O que vem impulsionando esta nova onda é o aumento da oferta de crédito no País e do poder aquisitivo dos trabalhadores, além da queda dos juros, segundo especialistas.


Foto: Divulgação Ampliar
Funcionários do Itau Unibanco participam de palestra sobre educação financeira


“Hoje temos uma taxa de juros menor do que em outros períodos e um maior acesso ao crédito,” afirma Denise Hills, superintendente de Sustentabilidade do Itau Unibanco. Quando tomam dinheiro emprestado e não conseguem controlar suas contas, os consumidores acabam se endividando. “Em geral, as empresas acreditam que tendem a perder em produtividade quando seus trabalhadores têm problemas financeiros”, diz Conrado Navarro, consultor do programa Consumidor Consciente da Mastercard.
Assim, ainda que o aumento do consumo eleve as receitas das companhias, o consumismo desenfreado pode ser um tiro no pé, já que os consumidores são também os trabalhadores. Por essas razões, a educação financeira em empresas está virando “uma febre” no País, diz o educador financeiro Wilson Muller, da Fundação Cesp. “Vai ser a próxima onda da economia, depois da sustentabilidade. É uma tendência cada vez maior no Brasil,” diz.
Na fundação, ele faz parte de uma equipe de quatro educadores, que fazem palestras e cursos sobre diversos temas de educação financeira para funcionários de dez companhias do setor de energia, em diversas regiões do País. “Fazemos diversas viagens para usinas espalhadas pelo País para ensinar funcionários,” diz Muller. Além disso, algumas vezes no ano o grupo tem um reforço de consultores externos para dar orientações para quem está para se aposentar.




Jurandir Macedo, educador do Instituto de Educação Financeira (IEF), afirma que vem sendo mais procurado por companhias de diversos portes nos últimos anos para montar programas de educação financeira. Ele trabalhou quatro anos como consultor no Banco do Brasil e hoje faz parte da equipe do Itaú.
Denise conta que o banco lançou um programa interno de educação financeira há três anos. Desde então, 80 mil dos 106 mil funcionários da instituição já passaram por aulas ou palestras de orientação sobre finanças pessoais, segundo a executiva. O Itau Unibanco também capacita funcionários e parentes ou amigos para disseminar a educação financeira. Ao todo, já foram habilitadas 777 pessoas, que atuam como voluntárias em suas comunidades ou em empresas. “Também somos procurados por companhias para fazer parcerias. Já educamos em torno de 1400 pessoas de outras empresas,”diz Denise.


Foto: Divulgação Ampliar
Wilson Muller, da Fundação Cesp, dá orientações sobre orçamento doméstico para trabalhadores de empresas de energia


Alguns dos principais desafios para a disseminação da cultura de cuidados com as finanças pessoais, segundo consultores, é a pequena oferta de educadores financeiros no Brasil e a falta de hábito dos brasileiros para cuidar de seu dinheiro. “É uma questão cultural, muitos só procuram ajuda quando já estão tecnicamente falidos,” diz. Sobre a falta de profissionais especializados, Fábio Morais, diretor de educação financeira da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), comenta que no Brasil muitos consultores e professores de finanças que acabaram assumindo o papel de consultores financeiro.
A dificuldade é ainda maior para o ensino de crianças, diz Wilson, da Cesp. “Os adultos até conseguem informações na internet e em livros. Mas ainda há um deficit muito grande nas escolas,” acrescenta. Segundo Morais, isso já está mudando no País. Ele conta que a Febraban tem um projeto para transformar professores de matemática em educadores financeiros. A principio, serão capacitados mil professores, de cerca de 40 escolas brasileira.




Dos ditados às empresas

Com as novas investidas das companhias, o Brasil começa a deixar para trás sua deficiência em educação financeira que, segundo especialistas, é herança de uma história recente de inflação altíssima no País, que se arrastou até 1996. “Assim que recebiam seus salários, os trabalhadores iam para o supermercado para estocar produtos, ainda que não precisassem. Era um período em que não conseguíamos planejar nada e tínhamos que estocar,” diz Conrado Navarro, do blog Consumidor Consciente.
De lá para cá, o País teve três gerações sem conhecimento sobre gestão do dinheiro. “Hoje o que temos são vítimas desta história,” diz Macedo. Especialista na história da educação financeira do Brasil, o consultor diz ainda que o tema já esteve na pauta de muitas reuniões familiares no passado, antes dos períodos de inflação alta, mas em um outro formato. “Era comum o aprendizado de finanças pessoais por meio de ditados populares,” diz.
Era comum ouvir ditados como “não adianta o homem ganhar dinheiro de balde e a mulher gastar de colherinha” e “Eu não economizo mixaria. Mas se você não economizar mixaria, você nunca vai ter nada alem de mixaria para economizar,” diz. No passado, acrescenta o especialista, a função da mulher era cuidar de casa e educar os filhos para consumo.



FONTE: IG ECONOMIA

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

COMPANHIA AÉREA OFERECE OPORTUNIDADE DE FAZER SEXO NAS ALTURAS

Por cerca de R$ 730 em voo de uma hora casal tem direito à cama, champagne, chocolate e também à discrição do resto da tripulação

BBC Brasil | 22/02/2012 08:32


Uma empresa aérea da cidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, oferece aos seus passageiros a possibilidade de fazer "sexo nas alturas".

A Flamingo Air, que opera voos em jatos, promete em seu site uma experiência que o cliente "nunca se esquecerá".

A ideia surgiu de uma aposta entre os pilotos da companhia aérea. Eles apostaram que ninguém conseguiria convencer sequer um casal a pagar por uma viagem de jato.

Em 1991, eles passaram a oferecer o serviço "especial". Desde então, segundo a Flamingo Air, milhares de passageiros já passaram pela experiência.

A aposta acabou se transformando em uma oportunidade de negócios. A empresa cobra US$ 425, ou cerca de R$ 730, pela suíte.

Por essa tarifa, um casal tem direito à cama, champagne, chocolate e também à discrição do resto da tripulação, já que a única coisa que separa a suíte da cabine do piloto é uma cortina.

No entanto, a companhia aérea afirma que a discrição é total, já que o piloto passa o tempo todo com fone de ouvidos.

O capitão David McDonald, que pilota muitos dos voos, promete discrição total. No entanto, ele revelou ao site da rede de TV de Cincinnati WCPO que já foi atingido por um salto alto e por uma rolha de champagne.

A empresa afirma que 90% das reservas da companhia são feitas por mulheres, que buscam uma experiência romântica diferente.

O voo dura uma hora e os clientes podem escolher entre alguns itinerários. A época de maior demanda pelo serviço são os dias próximos ao Dia dos Namorados.

FONTE: IG ECONOMIA

KHAIR: “ACREDITO QUE O GOVERNO MEXA NAS REGRAS DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS AINDA NO PRIMEIRO SEMESTRE”

Entrevista | 06:06

Um dos maiores especialistas em finanças públicas no país e ex-secretário de Finanças de São Paulo, o economista Amir Khair acredita que o governo ainda tem “muita bala na agulha” para enfrentar a crise mundial e garantir um crescimento maior em 2012

No entanto, vê como medida fundamental enfrentar a “distorção” entre a taxa básica de juros e as taxas praticadas pelo mercado. Apenas reduzir a Selic, cortar despesas e garantir o superávit primário, segundo afirma nesta entrevista ao Poder Econômico, é pouco. Khair alerta ainda para as – boas – conseqüências de um país com juros de um dígito: “Acredito que o governo mexa nas regras de aplicações financeiras ainda no primeiro trimestre”.

Poder Econômico – Qual análise sobre o anúncio pelo governo de corte de R$ 55 bilhões no Orçamento?

Amir Khair – Tecnicamente, o governo precisa fazer o corte. O tamanho vai ser definido no decorrer do ano de acordo com a arrecadação, com a receita projetada para 2012. Ou seja, o corte pode ser maior ou menor. Essa calibragem é importante para o cumprimento do superávit primário [3,1% do PIB, segundo meta do governo]. Eu acredito que o governo vá cumprir o prometido. Conheço a equipe econômica e sei que, se seus integrantes falam que vão cumprir, vão cumprir.  O mais importante, porém, é a meta de resultado nominal, aquele que inclui os juros. Não levar em conta os juros é tapar o sol com a peneira. Os juros ainda serão pesados esse ano. Aposto que a taxa básica termine o ano em torno de 8%.

Poder Econômico – Mas e a inflação?

Amir Khair – O Ministério da Fazenda e o Banco Central já estão convencidos, só não podem revelar explicitamente, que para estimular o consumo os juros têm menos efeito do que as medidas macruprudenciais. Não é a Selic que controla o consumo. Aos poucos isso vai sendo reconhecido pelos analistas. No momento em que isso ficar mais claro, as taxas de juros para o tomador final cairá. A nossa maior distorção econômica não é a Selic, é a taxa de juros ao consumidor.Isso é que vai estimular o crescimento e, logo, ampliar a arrecadação. Sobre inflação: em 2012 a tendência é de preços internacionais comportados. A crise impedirá ampliação de exportações pela China, o mercado americano não comportará aumento de consumo amplo, logo, a inflação de fora não ocorrerá. Por aqui, a inflação é de serviços, taxas administradas e taxas de juros na ponta.

Poder Econômico – Como resolver o descasamento entre Selic e juros de mercado?

Amir Khair – O governo é que manda nos bancos públicos. E pode fazer. O ex-presidente Lula chegou a demitir um presidente do Banco do Brasil que resistiu baixar os juros finais.Sofreu críticas. O tempo mostrou que estava certo. O que determina o lucro do banco não é o juro alto, mas o volume de crédito. O volume aumentou e a inadimplência no Banco do Brasil caiu. Vê o balanço. Está lá. Hoje, pega o ranking. O BB e a Caixa [Econômica Federal] estão se destacando. Tenho dúvida que o governo trilhe esse caminho. Mas precisa afinar os bancos públicos à sua política. Uma medida que seria eficaz é uma política diferenciada de depósito compulsório. O banco que praticar taxas menores tem obrigações menores no compulsório [o montante de recursos que os bancos são obrigados a deixar no Banco Central]. Isso o Conselho Monetário Nacional pode fazer.

Poder Econômico – Como vê as medidas tributárias setoriais?

Amir Khair – São de baixa eficácia. Funcionam um pouco. Mas o impacto é pequeno. O governo tem muita bala na agulha. Ainda pode fazer muita coisa para enfrentar a crise e estimular a a economia. O fundamental é entender que só baixar os juros básicos é pouco. Promover corte de gastos há limite. O governo vai cumprir o superávit primário para atender o mercado. É importante. Mas deve olhar o superávit nominal. Não pode deixar o esforço fiscal ser comido pelos juros e ainda a distorção entre o básico e o mercado impedir o crescimento.

Poder Econômico – Como vê o impacto da redução dos juros nas aplicações financeiras?

Amir Khair – Vão ter que mexer. Isso o governo está vendo. É o caso da poupança, das aplicações de renda fixa. Não pode deixar que os investidores migrem para outras aplicações. Acredito que o governo mexa nas regras de aplicações financeiras ainda no primeiro semestre. Mas tudo tem que ser articulado. O governo não pode cometer o mesmo erro do ano passado, quando segurou as macroprudenciais até setembro. O estrago já estava feito. Agora há a imposição de um crescimento de 4,5% do PIB este ano. Não podemos crescer 2,8%, o mesmo que um Estados Unidos em plena crise. Nós estamos mal pra burro. Acredito que a presidente Dilma não deixará que isso se repita em 2012.