sábado, 2 de março de 2013

MERCADO PET

Mercado pet é cada vez mais procurado por empreendedores

Atendimento humanizado de animais é destaque nos novos serviços. No ano passado, setor faturou R$ 14,2 bilhões, um crescimento de 16,4%

Taís Laporta- iG São Paulo | - Atualizada às

Divulgação
A babá de cães Adriane Silveira e a cadela Allegra

Em 2011, Adriane Silveira, de São Paulo, largou a rotina de escritório para montar a empresa NannyDog. “De profissional de RH na área de tecnologia, virei babá de cães”, conta, sem arrependimento. Após ter suado a camisa para encontrar alguém para cuidar de seus dois cães, durante uma viagem, Adriane percebeu que havia um nicho de mercado desatendido. Já formada em veterinária, voltou da Austrália com uma ideia na cabeça: oferecer serviços de baby sitter para pets, bem difundidos naquele país.
“Em uma semana, montei um site e, dois dias depois, o primeiro cliente me ligou pedindo ajuda com um filhote com dificuldade de se adaptar ao lar”, relata. Hoje, aos 39 anos, ela customizou o atendimento na casa do cliente. “Passeio, escovo os pelos, troco a água e dou remédio, conforme a necessidade”.
Donos de cães também podem evitar o stress de clínicas veterinárias com o serviço de home care da NannyDog . “Profissionais de diferentes especialidades, como fisioterapia e oncologia, atendem o animal no conforto do lar”. Esses profissionais são prestadores de serviço e chamados pela empreendedora de acordo com a demanda. Com seis pessoas na equipe, Adriane atende pessoalmente a uma média de seis clientes por dia.
Como a babá de cães, uma série de profissionais autônomos e empreendedores ganhou espaço no mercado pet nos últimos anos. Em 2012, 224.570 empregos diretos surgiram no setor; 200 mil deles em serviços e comércio, segundo o balanço divulgado nesta quinta-feira (28) pela Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação).
“A expansão da classe C e seu maior poder aquisitivo impulsionaram os serviços pet, que representam 16,2% do mercado nacional, de um universo que inclui alimentação, veterinária, e criadouros”, afirma o presidente executivo da entidade, José Edson Galvão de Franca.
Com 37,1 milhões de cães e 21,3 milhões de gatos (população estimada), o setor no Brasil faturou R$ 14,2 bilhões no ano passado, um crescimento de 16,4%. O país ocupa o segundo lugar no mercado mundial, atrás apenas dos EUA, com 8% de participação, segundo a Abinpet.



DOG WALKER

O passeador Bruno Viale, que fez cursos de adestramento, leva uma média de oito cães por dia para caminhar, por 45 minutos. A tabela de preços varia com a quantidade de passeios semanais: uma vez por semana, custa R$ 50. Cinco vezes por semana, o passeio sai por R$ 25 o dia.
“Só trabalho com um ou dois cães por vez, para dar a atenção devida ao animal”, explica Bruno. O programa de caminhada e o ritmo também variam conforme a idade e condição de saúde do animal. Segundo o passeador, nem é preciso fazer propaganda do serviço. “Os clientes me procuram pela internet ou pedem indicação de conhecidos”.



SAÚDE HUMANIZADA

A medicina veterinária também avança com atendimento vip a quem estiver disposto a pagar. No hospital veterinário Sena Madureira, na Zona Sul de São Paulo, o proprietário pode ficar “internado” com seu pet por R$ 950 a diária. “Oferecemos um quarto de hotel, com serviços, frigobar, TV a cabo e suporte psicológico ao familiar”, conta o diretor clínico do hospital, Mario Marcondes.
Nos casos mais graves, por R$ 1.950 por dia, o animal tem direito a uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) humanizada, com equipamentos de última geração, como ventilação controlada e pulmão artificial, além de veterinário exclusivo. Na UTI comum, a diária é de R$ 580. Também há sala de espera da UTI, onde os donos aguardam notícias em puffs iluminados em azul, com efeito calmante, e aroma de capim cidreira, para aliviar o stress.

Quem quiser, pode contratar um plano de saúde, que funciona com acúmulo de pontos nas compras na loja do hospital. “O cliente troca seu programa de milhagens por consultas ou internações”, explica Marcondes. Os exames de laboratório variam entre R$ 25 e R$ 1.500, dependendo da complexidade. O mais caro, por exemplo, é o exame monoestoquímico, que detecta tumores com mais precisão. Uma sessão de hemodiálise custa a partir de R$ 1.400.
Cirurgia por vídeo, artroscopia e anatomia patológica são outras inovações do hospital. “Os animais têm uma sobrevida em razão destas tecnologias de diagnóstico e tratamento, daí surgem mais especialidades, como a acupuntura para animais idosos”, diz o diretor do hospital.



CEMITÉRIO

Se há serviços por toda a vida do animal, após sua morte, há escolhas diversas no mercado. O cemitério Reino Animal, que surgiu há três anos na Zona Leste de São Paulo, cobra uma taxa média de R$ 150 para buscar o corpo. O sepultamento com velório, com direito a uma manta e lápide, custa R$ 720. “Após três anos, fazemos a exumação”, explica um dos sócios do cemitério, Adilson Duran.
Para quem preferir o sepultamento por tempo indeterminado, o custo é de R$ 1.100, com taxa de manutenção anual de R$ 100. Há 18 mil jazigos disponíveis num espaço de 25 mil metros. “Há clientes que já adquiriram até seis jazigos”, conta.
Se o proprietário do animal preferir a cremação, pode acompanhar o procedimento por R$ 1mil. “Depois, entregamos as cinzas para o dono em urnas que custam entre R$ 50 e R$ 400”, completa o empresário. As mais caras são as de mármore, elaboradas com estátuas de bronze, e as personalizadas, com foto e nome gravado.

FONTE: IG ECONOMIA

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